LOUCA
ORAÇÃO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO
(PUBLICADO NO BLOG SUEDDEUS)
Copie em três vias e distribua para três cristãos.
Faça três pedidos e você receberá TODAS. Confie em Deus
ERÓTICA
Pequeno Pensamento Sacro Jequié, 28 de janeiro de
1991, 22:04 horas
(PUBLICADO NO BLOG SUEDDEUS)
Pensando no furor de tua boca, me excito
Suspiro fundo, meu pau levanta.
Imagino eu penetrando tuas ancas
Te segurando pra te dar meu nervo duro.
Percebo que quero teu bumbum
Quero me sentir todo em teu traseiro
Te enlouquecendo com meu talo duro
Enchendo teu íntimo com meu líquido quente.
Fantasio você gemendo em meu colo
Engolindo-me inteiro e pedindo mais
E eu louco pra jorrar em tua boca
Te dar meu mel, meu ser, meu sêmen.
Esfrego meu cacete duro em tuas costas
Pincelo o teu ânus com meu pau
Te fazendo delirar e pedir mais
Então eu te penetro com tesão.
Te sinto: teu bumbum engolindo meu cacete
Apertando meu caralho dentro de ti
Me deixando louco e delirante
Pronto pra explodir no teu vulcão.
Já exausto e sem força pra resistir
Deixo-me levar pela loucura
Explodindo com meu fogo no teu rabo
Enchendo teu bumbum com meu prazer.
LOUCA
sem data 1994
Marreta ooo
(PUBLICADO NO BLOG SUEDDEUS)
AMOR JEAN CARLOS
Para Jean
Salvador, 19 de fevereiro de 1996
Meus Bons Espíritos, Meu Deus, Meu Anjo Guardião,
Meu Jesus, André Luiz, Bezerra de Menezes, Petitinga, Todos os Espíritos
Evoluídos e todos aqueles Espíritos que monitoram o planeta Terra, o Brasil, A
Bahia, Salvador, Ilhéus.
Ajudem-me, neste momento de dor, a encontrar a
chave para esta minha vida. Clareai-me o espírito e a razão, para que eu possa
ser guiado ao caminho mais acertado. Intercedeis sobre nossa vida e sobre nossa
relação para que possamos ver e corrigir eventuais erros de percurso. Coloqueis
na boca de todos nós os verbos, os pronomes, os substantivos, os adjetivos, os
artigos, etc, a fim de que não cheguemos a ferir ao ser carne/espírito que cada
um de nós somos. Guiem-me nesta viagem para que eu perceba todas as vantagens e
desvantagens que possam ocorrer conosco (eu, família, etc) nesta mudança.
Acalmem, anestesiem, etc os nossos corações, para não ferirmos a nós e aos
outros, antes que alguma decisão não esteja tomada e acabada. Orientem nossos
Espíritos para que enxerguemos, façamos, ajamos, vivamos, felizes ou não, rumo
ao crescimento espiritual.
Se a solução for ficarmos juntos, que tenhamos mais
tolerância, amor, carinho, compreensão, paciência, paz, felicidade, que ele
deixe as drogas, os amigos de espírito pequeno e menos evoluído, que deixe
esses ladrões e traficantes. Se ele tiver que ir embora, que seja muito feliz,
que deixe a vida de crimes e mentiras, que encontre o caminho da paz, que sinta
felicidade em ser um homem normal, careta... que encontre Deus em sua vida, que
deixe Deus penetrar em sua alma e deixá-lo feliz...
Queridos Espíritos, peço-lhes resposta imediata!
Peço-lhes, por favor, que, se vocês quiserem,
interfiram em nossa vida para consertar o que estiver errado ou caminhando para
o erro.
Valdeck Almeida de Jesus,
19 de fevereiro de 1996, às 18:51 horas
AMOR JEAN CARLOS
(for JCSS)
Meu coração
ainda bate por você.
Ainda fico nervoso
quando te vejo.
Ainda choro
quando recordo de ti.
Camafeu, cadê Jean.
Foi pro mar.
Dorme aqui, dorme acolá...
Ama a todos e não ama a ninguém.
Ficará só, ou com todos?
HOT BEER? NO.
Ano de 1994/95
AMOR JEAN CARLOS
ANJO NEGRO
(Projeto Madio Editora)
dos olhos da cor de mel
não sei a quem pertence teu coração
mas tenho teu corpo por inteiro
anjo negro
de poucas palavras que dizem tudo
de carinhos e afagos que me enlouquecem
de boca ardente que me leva às nuvens
anjo negro
que me leva às nuvens
único dos únicos que me faz voar
anjo negro que me faz sonhar.
Salvador, 22 de maio DE 1995, 23:28 horas
AMOR JEAN CARLOS
Bar do Reggae
Cravinho
Bob Marley
Morfina
Feira do Pau
Walk man (um para mim e outro para você).
You are the light of my life.
- Do want to be?
- Yes.
Escudo
Armadura
Capa
Um erro não justifica o outro
Erro/engano
Dinheiro
5.000.000.000 de habitantes no Living Planet
Jamaica
Guetos podres da Jamaica
Eu e Fonsico, quando bebemos, choramos...
“O negro seguro a cabeça com mão e chora, e chora,
sentindo a falta do rei...”
AMOR JEAN CARLOS
BRILHO (Publicada no livro “Transcendental”)
(Projeto Madio Editora)
Não sei que brilho é este
que ofusca minha alma
só sei que quero estar
sempre ao lado de ti
Não sei que brilho é este
que me embala e me acalenta
só sei que não posso perder-te
Não sei que brilho é este
que me consola e me anima
só sei que não vivo mais sem você
Ao primeiro e único.
Ao passado, presente e futuro amor
Salvador, 03 de novembro de 1993 (dia que te vi)
e 15 de novembro de 1993 (hoje).
AMOR JEAN
CIRCUNSTÂNCIAS ADVERSAS
OCASIONAM RUPTURA
COLOCA EM CAMPOS OPOSTOS
FORÇAS QUE ANDAVAM JUNTAS.
E O QUE POSSO FAZER
PARA MUDAR O RUMO DISTO ?
SALVADOR, 09 DE SETEMBRO DE 1994.
AMOR JEAN
DEPRESSÃO PROFUNDA
BLUE LIFE ??
Eu ando sozinho, ando e paro.
Vejo o povo andar e parar.
Você está aqui comigo, mas eu continuo sozinho.
Que pena que você queira que seja assim.
LIPÍDIOS + LIPÍDIOS: NÃO AGUENTO MAIS!
Tenho um corpo de bailarino espanhol. Sou forte,
mas não sou idiota. Morra!
Não quero lutar para que você deixe as drogas. Não
quero morrer para você viver.
Estou cheio de ti.
Jequié, 28 de dezembro de 1994.
AMOR JEAN CARLOS
Despertar
(Projeto Madio Editora)
Levantar-se, de cara suja
Lavar a cara, olhar-se no espelho
Abrir a janela, ver o mundo
Sem medo, sem mágoa, sem magoar.
Olhar de frente, do alto, para o alto
Sem máscara, sem medo, sem ódio
Subir, descer, aprender, subir de novo.
Olhar de frente, como gente, que és
Encarar, cara a cara, sem pestanejar
Sem esconder o olhar, sem se abaixar
Sem máscara, sem capuz, com coragem.
Olhar, de frente, de cima, de cara
Sem medo, sem ódio, sem mágoa
Sem pestanejar, sem fraquejar
Sendo você mesmo, de cara, com coragem.
Salvador, 04 de janeiro de 1996, às 22:30 horas
AMOR JEAN CARLOS
Fui um grande idiota
Enquanto abria meu coração para você, outra pessoa
estava em teus sentimentos. Abandonei quem estava comigo há mais de dois anos,
para apostar tudo em você. E o que recebi em troca: indiferença e
apatia.
Procurei me acostumar contigo, tentei te agradar. E
o que ganhei em troca? Nada! Confiei em você. Acreditei que tinha
encontrado a pessoa certa. Foram tantos abraços. Foram tantos beijos... Pensei
mesmo que fosse um caso de história infantil com princesa/príncipe encantado.
Mas você me trocou por outra pessoa. Enquanto eu ficava triste, em casa a te
esperar, você se apaixonava por outra pessoa; enquanto eu sofria a tua falta,
alguém tinha teu corpo por inteiro; enquanto que para mim você dizia que nunca
se entregava a ninguém, seu outro amor te recebeu de corpo e de alma, presente
teu.
Salvador, 07 de março de 1994.
Hoje nasceu um homem em Jequié.
O homem mais importante do planeta.
This man are JCSS
21.12.95, Jequié, Belvedere.
AMOR JEAN CARLOS
HOMEM + MULHER = SE COMPLETAM
HOMEM + HOMEM = SE COMPLETAM
EU + ELE + ELA
ELE
+ ELA
EU +
ELA
+ ELE
EU - O AMOR NÃO É MAIS O MESMO
ELE/ELA - O CARINHO É CADA VEZ MAIOR
JOVENS/LOUCOS/IRRESPONSÁVEIS
SE QUEREM/ SE AMAM/ SE GOSTAM
ME REPELEM// ME REFUTAM
ME CONTESTAM// ME AFASTAM
QUE FIQUEM JUNTOS
ME DEIXEM SÓ...
SALVADOR, 11.11.1994
AMOR JEAN CARLOS
JCSS,
Poesia alguma
pode exprimir
qualquer
fragmento
do que sinto
por ti.
Barraca “As três Marias”, festa da Conceição da
Praia, 09 de dezembro de 1995
AMOR JEAN CARLOS
Jequié/BA, 26 de dezembro de 1994, às 22:44 horas
Acabo de ter certeza de que, realmente, sou um
grande cretino, um completo idiota, um enorme imbecil, um imenso abobalhado.
Pois, apesar das mil e uma razões e provas incontestes de que JCSS não me ama,
não sente sequer desprezo por mim, não me respeita, nem nutre qualquer tipo de
sentimento em relação ao verme que represento para ele, continuo batendo na
mesma tecla, insistindo em sustentar uma farsa ou que só existe em minha cabeça
DOENTE. Continuo a sonhar com o impossível fato de ele resolver se dar uma
chance e outra a mim, aceitando este amor gratuito e desinteressado (mesmo
porque, ele só tem seu próprio corpo para me oferecer - sequer tem uma cultura,
um exemplo de vida, uma palavra de conforto...).
Chega de lágrimas derramadas, chega de mal-estar ao
vêlo com outras pessoas, chega de tudo. Como posso continuar amando alguém que,
viajando comigo para passar um natal juntos, tem o cinismo de ficar trocando
palavras com outro, dentro do mesmo ônibus, ao lado de minha poltrona, até
pegando fone para ligar, enquanto eu dormia ? Como ficar sofrendo por alguém
que finge não estar a fim de sexo, finge cansaço, finge estar sem tesão,
simplesmente para sair com uma ilustre e desconhecida vizinha, GORDA, empregada
doméstica, para uma trepada no mato ou sabe-se lá onde ?
O que de melhor se pode dar a uma pessoa que não
respeita o sentimento alheio e sequer respeita a si próprio é o desprezo, é o
menosprezo, é o abandono e deixar que esta pessoa tropece nas próprias ações,
caia e não encontre ninguém para aparar sua queda.
Adeus, seu ingrato. Não me procure mais.
AMOR JEAN CARLOS
Meus bons espíritos,
Espero que não imaginem que sou um mal-agradecido
ou um cara que desvaloriza a energia que vocês me transmitem. É que, por
egoísmo ou por sei lá o que, nem sempre eu me disponho ou me predisponho a
estar em sintonia verdadeira com vocês. E, na maioria das vezes em que contato
vocês, é à procura de suprirme de energia; é para pedir-lhes algo para mim ou
para quem gosto muito.
E, como que para não fugir à regra, venho mais um a
vez ao encontro de vocês, para conseguir bons fluídos...
Peço, agora, por mim mesmo e por JCSS. Peço que
energizem a vida deste jovem, com todos os calços e percalços, emoções boas ou
más, alegrias ou desprazer, com tal intensidade que possa ele,
inteligentemente, deduzir, optar, buscar, adquirir e manter viva (através de
luta consciente e incessantemente - com prazer, inclusive) tudo o que for
permitido a um ser, no grau em que ele se encontra. Não permitais que os corvos
da vida possam influir negativamente em seu crescimento. Sei que há sofrer,
provas, expiações que não a de ser envolver com o lado pesado-carregado
do cosmo. Então, usem da boa vontade e da astúcia, perspicácia que possuem, a
fim de fazer eclodir dali um fruto digno de ser admirado pela positividade.
Sei que sou pequeno o bastante para
entender/aceitar certas coisas; pedir/intermediar por outra energias; mas sei
que outras possibilidades de desenvolvimento existem e que, se vocês quiserem,
poderão - não transformar a água em vinho - mas levar a água a entender, crer
que pode, querer ir e ir de encontro a um caminho fácil.
Por favor, QUEIRAM E TRANSFORMEM esta vida num
manancial de paz e de felicidade...
Salvador, 04 de abril de 1994, às 22:00 horas.
AMOR JEAN CARLOS
O Sol
O sol brilha para mim.
Sua luz se apagou e eu não quero acreditar...
Quisera eu poder voltar no tempo
e não pediria aos Espíritos pra me salvar do mar de
Itapuã;
Quisera eu aquele fosse o último mês de abril de
minha vida.
O sol brilhava para mim.
Sua luz se apagou
e eu não quero acreditar...
Salvador, 07 de novembro de 1994.
for JCSS.
AMOR JEAN CARLOS
Pensei que não gostava de você
Quis que fosse para longe de mim
Agora percebo claramente que gosto
E que não quero viver sem você
Quis me enganar que não te queria
Quis fugir de amar você
E acabei entrelaçado no teu amor
Acabei apaixonando-me por tua presença
Agora não sei se já é tarde ou cedo
Sei apenas que quero um recomeço.
for JCSS
Salvador, 18.06.1994
AMOR JEAN CARLOS
Perdido na noite
(Projeto Madio Editora)
Quisera eu, perder-me nesta noite
Não achar mais o caminho de volta
Ficar desnorteado, baratinado, louco
Indeciso sobre que rumo tomar
Quisera eu não acordar jamais
Ficar sonâmbulo, girando em vão
Correr, gritar, pular e não encontrar a saída
Jamais acordar deste sonho e desta ilusão
Quisera eu adormecer, para sempre
Nesta cama, perdido, com você
Não acertar, jamais, o caminho para o dia
Perder-me na noite, para sempre, com você.
Salvador, 13 de outubro de 1994.
AMOR JEAN CARLOS
POR QUÊ?
Preciso definir tudo. Por um ponto final, dar as
coordenadas.
Não consigo dividir, então prefiro ficar sem nada.
Você precisa se decidir: ou fica com homem, ou fica
com mulher. Amar aos dois não dá. Você não precisa ficar com um homem só por
causa da cama e da comida. Encontre uma mulher que te queira de verdade e que
possa te dar o que precisas. Tenho certeza que encontrarás uma centena delas;
Ou então procure um homem que aceite e que goste de ser corneado de todo jeito:
abertamente e/ou escondido. Não quero que você acredite no meu amor, tampouco
farei qualquer coisa pra provar meu sentimento.
Nula relação tem que haver tolerância e renúncias
mútuas. Mas você só aceita se for da sua maneira, não importando o que o outro
sinta. Não aceito ser castrado nem cassado dos meus anseios e sonhos. Sou e
quero continuar inteiro. Quando você enxergar que o outro tem espaços e que
esses espaços não podem ser invadidos, então estarás pronto para a vida a dois,
para a convivência em uma sociedade democrática e interativa. Mas antes disto,
antes de você ter a consciência do todo e das partes que o formam, todas as
suas atitudes serão arbitrárias, arrogantes, subjugantes, repressoras,
dominadoras, sufocantes, estrangulantes, e o amor do outro será um mero
instrumento de manipulação, isto se este outro aceitar. Caso não aceite, não
terá condições de haver uma troca justa de experiências e de emoções.
Salvador, 31.10.1994, às 02:10 horas.
AMOR JEAN CARLOS
QUALIDADES:
INCOERÊNCIA, INCONSEQUÊNCIA, INDECÊNCIA,
INCOMPETÊNCIA, IRRESPONSABILIDADE, IMBECILIDADE, IMATURIDADE, IDIOTIA,
IMPACIÊNCIA, INTOLERÂNCIA, INSENSIBILIDADE, FALSIDADE, DESLEALDADE,
IMORALIDADE, INSANIDADE, INFIDELIDADE, INSCONSTÂNCIA, MENTIRA, ENROLAÇÃO,
EMBROMAÇÃO, TAPEAÇÃO, IRRESIGNAÇÃO, INSTINTIVIDADE, CINISMO, DESCARAÇÃO,
FRIEZA, CRUELDADE, INCREDULIDADE.
DEFEITOS:
BELEZA, SAÚDE.
TUAS QUALIDADES SUPERAM TUDO (?)
NÃO HÁ RAZÃO QUE ME FAÇA LOUCO.
SALVADOR, 28.12.1994
AMOR JEAN CARLOS
Quisera (Publicada no livro “Transcendental”)
Quisera eu ter você só para mim
Quisera eu fosse tudo para você
Quisera eu estar no teu pensamento, sempre
Quisera eu representar a vida para você
Quisera eu não te dividir com mais ninguém
Quisera eu não te ver com outro alguém
Quisera eu que você só amasse a mim
Quisera eu que este amor fosse eterno
Quisera eu não sentir-me enciumado
Quando te visse nos braços de outra pessoa
Quisera eu que tudo fosse mágico e fantástico
E que você jamais se esquecesse de mim.
Salvador,
02 de novembro de 1994, 18 horas
Cabeça-dura, pirracento, preguiçoso, não é camarada, não me faz
companhia em casa, não dialoga comigo, não sai comigo e quando sai quer ir e só
vai aos lugares que escolher, não vai à praia comigo, não vai ao clube comigo,
não transa comigo quando estou a fim, quando vai à boate comigo quer voltar
cedo para casa e quando vai ‘sozinho’ dorme por lá, quando vai à seresta ou ao
pagode fica querendo voltar cedo e procurando pretexto para brigar, não quer
que meus amigos me visitem mas fica chateado quando proíbo que seus colegas
venham PASSAR O DIA aqui em casa, a pretexto de “NÃO FICAR SOZINHO”, SEM SE
PREOCUPAR COM A MINHA COMPANHIA NÃO SOU NINGUÉM E SEM SE IMPORTAR
QUANDO FICO sozinho, esperando que ele volte das farras. Não quer ir ao cinema
comigo e quando marca para ir, desiste em cima da hora, quer ouvir as suas
músicas sossegado e quando estou ouvindo minhas músicas fica irritado e com
raiva. Quer ficar o dia todo dormindo e com todo o silêncio do mundo, mas
quando quero dormir, à noite, fica com o som ligado até altas horas e se eu
pedir para desligar, vira um bicho. Pela manhã, se enrosca todo na cama e vira
o diabo se o som for ligado ou a janela aberta, para não atrapalhar seu sono,
mas não tá nem aí se, À NOITE, na minha vez de dormir, eu pedir para deixar as
lâmpadas apagadas e o som desligado. Me disse que quando estivesse gostando
somente de homem, me procuraria. Me procurou, mas, não só ainda gosta de
mulher, como quer que eu suporte/ature seus namoricos dentro de minha casa, na
minha frente, na minha cama e, ainda por cima, com a mesma pessoa que causou
toda a minha infelicidade. Esta pessoa é a qual ele me disse que não queria
mais ver nem pintada de ouro, mas não perde a oportunidade de estar sempre aos
amassos inclusive indo dormir na casa dela, quando sua mãe viaja
para a Ilha de Itaparica. E o pior: a mesma história se repete. Quando passa UM
MINUTO ao lado dela, me joga às traças, me abandona, nem sequer fala comigo,
fica irritado com tudo o que faço ou falo, não me namora,. não me abraça nem
beija, até dorme com a cabeça virada para meus pés, quando não sai da cama e
vai dormir no chão, bem longe de mim.
Estou ficando CHEIO com tudo isto. Não preciso ficar me humilhando e me
rebaixando deste jeito. Melhor ficar sozinho do que ficar sentindo raiva o
tempo todo.
AMOR JEAN CARLOS
Salvador, 02 de novembro de 1994.
Hoje fui ao cine Tamoio, à tarde, assistir ao filme “Rapa-Nue”, sozinho.
Assisti a duas sessões: das 13 às 15, e das 15 às 17 horas. O filme foi ótimo.
Pena que eu estava sozinho. Aliás, foi até bom eu estar sozinho. Pelo menos
pude assistir ao filme sossegado, sem ninguém me enchendo o saco, me dando
pressa para ir logo para casa, me falando que não quer assistir ao mesmo filme
duas vezes...
Agora à noite, às 20 horas, fui ao Pelourinho. Me confundi, achei que
era quinta-feira e que o programa “Você Decide”, da Rede Globo, seria
transmitido da Praça Anchieta, hoje. Só me lembrei que hoje é quarta-feira, dia
02.11.94, Dia de Finados, quando cheguei ao Pelô. Estava tudo parado. Todos os
bares fechados. Na Praça Anchieta, tinha carros da Rede Globo e da TV Bahia,
além de carros da Coelba, preparando a iluminação. O único lugar onde tinha
movimento foi na Tenda de Oxumaré, com o tradicional pagode, na Praça da Sé, e
na Cantina da Lua, no Terreiro de Jesus. Fiquei no pagode do Edifício Themis,
por mais ou menos meia hora, olhando o pessoal dançar. Fiquei com saudade de
Elias, pois ele é super animado, entra na folia, dança, faz a gente se
descontrair, não fica com a cara emburrada, está sempre com um sorriso no
rosto, sempre disposto e de bom humor. Ao contrário de UNS E OUTROS, que está
sempre de mau com a vida e dando patadas para todo lado. Fiquei com saudade,
também, de Grey Jacobina. Ele sempre me tirava do baixo astral, estava sempre CONVERSANDO
comigo, me fazendo me sentir importante, me fazendo me sentir útil, me fazendo
me sentir um ser humano amado. Ele SEMPRE fazia questão de estar ao meu lado,
nunca queria sair sem mim e sempre me dava a maior força, me incentivando e me
deixando com o astral bem alto. Mas a gente só reconhece que errou depois que
perde a pessoa. Só aí é que sentimos quanto éramos felizes e não sabíamos. Mas,
quem sabe se não serei feliz, novamente, como o fui com Grei, com Fábio, com
Edvaldo, com Ricardo, com Rodolfo, etc.
AMOR JEAN CARLOS
Salvador, 04 de novembro de 1994.
Ontem fez um ano que a gente se conheceu e hoje ele
vai embora, procurar outra pessoa com quem morar. Não estou conseguindo encarar
isto com frieza e sem sofrer. Desde ontem que estou me preparando para este
momento fatal.
Acho que não dou certo com ninguém. Sou muito
exigente, mal-humorado, grosseiro, chato, mesquinho, mal agradecido, um BANANA.
Estou tão desolado que não estou conseguindo nem
escrever. Me deu um branco total na cabeça.
Talvez meu destino seja ficar sozinho, jogado num
canto, sem ninguém para me amar, nem para me dar um carinho.
Melhor que eu não tivesse onde cair morto, não
tivesse um bom emprego, não tivesse nada, mas pelo menos pudesse ser feliz com
a pessoa que amo.
Por que eu não sou feliz? Por que não sou
diferente? Não posso ficar a vida toda lutando contra mim mesmo, contra as
minhas vontades, contra os meus desejos.
Se não sou perfeito, por que exijo tanta perfeição
nos outros? Qualquer dia eu morro e não vivi nem metade daquilo a que tenho
direito.
A vida é feita de pequenas coisas, um sorriso, um
aplauso, um gesto, um olhar carinhoso. Se repilo e afasto tudo isto para longe
de mim, o que me restará? Só me restará a solidão, o sofrimento, a tristeza, o
abandono. Realmente, não sei o que quero da vida. Será que ficarei batendo a
cabeça nas paredes para o resto da vida? Ou encontrarei um rumo que me levará à
felicidade? Não sei. Sinceramente não sei.
AMOR JEAN CARLOS
Salvador, 11 de dezembro de 1995, às 18:33 horas
Meu Anjo Guardião, Meu Espírito Protetor, Meus
Espíritos. Mais uma vez, dirijo-me a vocês, com mais um pedido. Primeiro,
gostaria de pedir que me desculpem por ter ficado tanto tempo sem me comunicar
com vocês. Segundo, peço que me ajudem a ser mais humilde, menos arrogante,
menos presunçoso, mais paciente, menos insistente, mais fervoroso, mais amigo.
Peço também, por último, que me ajudem a conquistar Jeff (da Felisberto
Caldeira), que o coração dele amoleça e que me ligue, para me dar uma chance.
Prometo que farei tudo (TUDO) para ficar com ele, sejam quais forem as
consequências. Caso vocês sintam que não será bom para nenhum de nós este amor,
localizem e tragam de volta para mim Jean Carlos de Sousa Silva, pois não
aguento mais me sentir só, sem amor, sem um ser ao meu lado. Vocês são
testemunhas de meu sofrimento. Me ajudem, por favor. Façam com que tudo isto se
desenrole em menos de cinco dias.
Obs.: Jeff não me ligou. Dia 14.12.1995 JCSS
apareceu, como que por encanto, em minha casa, +/- às 23:40/24:00 hs, após seis
meses de sumiço total. Estou muito feliz, e hoje, dia 18 de dezembro de 1995,
estou digitando este agradecimento aos meus Espíritos Protetores, aos Meus
Espíritos do Bem, ao meu Anjo Guardião.
A TODOS VOCÊS, que sempre estiveram ao meu lado,
agradeço, profundamente, de todo o meu ser, por tudo o que têm feito por mim,
principalmente por terem localizado e trazido para o meu lado, o grande amor de
minha vida: JEAN CARLOS DE SOUSA SILVA. Muitas bênçãos e milhões de energias
positivas para cada um de vocês...
AMOR JEAN CARLOS
Salvador, 19 de junho de 1994.
Para Jean
Meus Espíritos, sei que vocês sempre estarão ao meu
lado, para me confortar, guiar-me, orientar-me. Sempre os procuro quando estou
atravessando momentos delicados. Espero que nesta hora e que volto a
consultá-los e pedir que me guiem para uma decisão sensata vocês possam me
acalentar e me assessorar em todos os sentidos. Um dos pontos para o qual
procuro uma solução é o de moradia. Gostaria de partir para um outro apartamento,
mesmo que menor, mas longe do pessoal deste prédio, onde eu possa recomeçar a
minha vida, vivê-la bem e responsavelmente, sem interferências externas, no
qual JCSS possa ir morar comigo, a fim de ser amado, reintegrado ao convívio
social. Gostaria também que vocês agissem ao redor de JCSS, pelas pessoas e
situações que o cerca, pela sua própria consciência, pelas experiências que
viveu ou esteja vivendo, a fim de fazer com que haja uma reflexão e uma decisão
- ou várias decisões - a fim de colocá-lo no trilho da vida. Dai-me o
discernimento, a sabedoria, a inteligência e a isenção necessárias à tomada de
decisões em minha vida, para que eu não fique me decepcionando pela vida a
fora, me encaminhando para um destino que não sei bem qual seja. Ajudai-me a
não encontrar motivos para entristecer-me. Ajudai-me a tirar da escuridão quem
se encontra com os dias nebulosos. Dai-me a oportunidade de crescer, fazendo
crescer quem está condenado a viver em declínio. Não dixe que a vida
seja obrigada a ser mais dura do que tem sido com este alguém de quem gosto
muito.
AMOR JEAN CARLOS
Very crazy
Você ‘viaja’ nas ondas do clima da cidade.
Misto quente beer Leandro e Leonardo
a maionese não sai.
altas horas... belvedere,
Jequié, 01:03 hs 23.12.1995, eu e você, sóbrio e
‘muito doido’, respectivamente.
Final dos textos para Jean
AMOR JORGE
Textos para Jorge:
Muitas letras possuí:
R, A, E, C, S, etc.
Perdi a maioria...
Quantas me restam?
Quantas ainda conquistarei?
Penso que possuo J
Penso que possuo o abecedário
Mas expulsei todas as letras...
Até quando ficarei só?
Até quando serei arrogante?
Até quando serei um mortal,
Cheio de defeitos?...
UESB, 20 de maio de 1991, Aula de Português Instrumental:
“Meditação”.
AMOR JORGE
Barco sobre a água
Água sobre o barco
Teu perfume, meu ciúme
Minha chance de amar
Minha sede de você.
Como quero te viver
Te sentir e te sonhar
Com meu ser (in) consciente
Meus defeitos/falhas todas
Desejando a soma da alma
Alma-Gêmea dos meus sonhos...
UESB, 03 de junho de 1991
AMOR JORGE
Jorge
Guardo para ti
O que sinto pelo mundo
Não sei se valerá a pena
Esperar por este dia.
Talvez você também fantasie
E nossos sonhos se encontrem
Mas, se for somente eu?...
Jogar é preciso
Mas nem sempre é bom.
Te espero no frio
Te quero no cio
Te sinto no fio (telefone)
Mas, e ao vivo
Seremos sinceros?
Assim eu espero
Que nossos abraços
Não sejam tão falsos
Quanto o mundo deseja...
UESB, 23 de maio de 1991, 22:10 horas.
AMOR JORGE
JORGE
Passa o tempo, devagar
E eu, com rapidez, te desejo.
Fico mais e mais eufórico
Necessitando você
E desejando o encontro
Que tanto tanto eu quero...
Quando ouço tua voz
Me acalmo um pouco mais
Como se tudo o que falas
Fosse o que eu quero ouvir.
Me abstraio no etéreo
Vôo alto a sonhar
Esperando completar
Minha metade em você...
UESB, 27 de maio de 1991, 19:05 horas.
AMOR JORGE
Jorge, o esquecimento é resultante da repressão.
Não sei quem é você
Mas te amo profundamente.
Nunca senti teu corpo
Mas gosto de tocá-lo.
Jamais beijei tua boca
Mas amo o sabor de teus beijos.
Não fiz sexo contigo
Mas você é o meu parceiro predileto.
Não te conheci, ainda
Mas tenho saudades de ti
Não sei se você existe
Mas espero por ti
Não sei se me amas
Mas me iludo contigo,
Pois você só existe na minha imaginação.
Meu quarto, 22 de maio de 1991, às 23:00 horas.
AMOR JORGE
Na busca constante
Tentando te ver
Me acho e me perco
E perco você.
Carrego esta mágoa
Que tenho de mim
Pois não sou capaz
De te apaixonar.
Carrego esta cruz
De ser solidão
Não conquistar ninguém
Nem despertar paixão.
Vou indo minha vida
Tentando uma saída
Que me dê razão
Pra tanto sofrer.
Se quero, não acho
Se acho, hesito.
Se fico, me machuco
Se corro, não vejo...
Onde está você, razão de minha existência?
UESB, 05 de junho de 1991, às 21:35 horas
AMOR JORGE
Quem és tu?
(Projeto Madio Editora)
Te vejo na minha imaginação.
Como você é?
Te imagino como um Deus-deus-Deus
Te quero ou te repudio?
Não sei se te amo ou se te odeio.
Te amo como pessoa
Te odeio como odeio a mim.
Não toquei em ri: nem física nem espiritualmente.
Mas conquistei teu ouvir-falar-amigo; conquistei
tua atenção e teu olhar de carinho.
UESB, 03 de junho de 1991.
AMOR JORGE
Se você estivesse aqui comigo, conversando, ouvindo
música ao meu lado, dividindo a mesma cama, suas alegrias e tristezas...
Jequié, 11 de maio de 1991, às 19:25 horas.
CORDEL LOUCO
Bom Jesus da Lapa
(PUBLICADO NO BLOG SUEDDEUS)
-
LOUCO
Pastilona Visigoda
(PUBLICADO NO BLOG SUEDDEUS)
Doidilopa protojaga
Sapitona limonara
Fijutira cicitota
Doidogela fotobara.
Brasileta paulistana
Problemática parada
Nomissino turupito
Jofavada colorada.
Posto limpo dologado
Figurado para faca
Do coitado gafakatu
Putuvado naparaca.
Lopotato dofobano
Erbo tato caralhado
Situama costelene
Supitano espelhado.
Peletina visiona
Lionelli piritista
Buscassete loloteira
Vonacata colorista.
Oliveta radiada
Letrapreta carrapeta
Fugolugonoticica
Xilabada violeta.
Postotota catatata
Dododofugogugogo
Cosminiro fiofofo
Sosobena parenogo.
Jequié, 26 de fevereiro de 1990
LOUCO
Poema da Catarinha
(PUBLICADO NO BLOG SUEDDEUS)
Catarinha minha filha
Cuidado com tua perna
Pois toda a tua família
Já se mudou pra caverna.
Não se assuste com o povo
Pois a morte não é longa
Cada parte que tu tiras
Vira logo uma araponga.
Se corrermos para cima
Ou ficarmos acanhados
Todo mundo vai chamar
Nosso povo de tarado.
Todo mundo se acanha
Mas você não é culpada
Por isto fique tranquila
Sua cadela está cuidada.
Pegaremos cada uma
Andaremos pelas ondas
Depois faremos tudo
E te poremos uma sonda.
O planeta em que tu vives
Já planou pra outro mundo
Bem distante desta terra
Num buraco bem profundo.
Mas agora estou seguro
Para ter a minha porta
Pra sair desta caverna
E subir pra zona morta.
Então, antes deste fim
E depois deste começo
Sairei deste buraco
Com muito ou pouco tropeço.
Estas linhas que escrevo
Nada mais tem sentimento
Não serve para ninguém
Só serve para tormento.
25 de janeiro de 1991
LOUCO
Poemúsica baianeira
Luís Caldas é baiano
E mineiro é paulista
Carioca é cearense
E cada um é sulista.
Potiguar é amazonense
Cearense é potiguar
Maranhense é paraibano
Paraibano é potiguar.
Barriga verde é gaúcho
E gaúcho é acreano
Amapaense é carioca
E carioca é goiano.
Tocatinense é alagoano
Sergipano é mato-grossense
O mineiro é roraimense
E o Veloso é Caetano.
Gilberto Gil é carioca
Carioca da Bahia
E eu sou alagoano
Alagoano da Bahia.
Moraes Moreira morreu
Morreu de tanto viver
E depois se arrependeu
Se arrependeu de sofrer.
Elis Regina está viva
Morando no abaeté
Vivendo morta na ilha
Na bela ilha de Maré.
Salvador e Jequié
Já são a mesma cidade
Pois as duas são a mesma
Em toda confundidade.
Jequié, 26 de fevereiro de 1990
LOUCO
Coloquei um olho à venda
Mas quando cheguei na venda
Me colocaram uma venda
Por isto desisti de tudo
Mas quem quiser vender, venda.
13 de setembro de 1991
LOUCO
Correndo pela calçada
Encontrei uma pelada
Me pelei de medo
Mas não corri com medo dela
Pois sabia que o suco
Não estava com açúcar
Daí desci a escada
Pra pegar minha pelega
Esperando que a fossa
Não partisse pra Paris
Mas de nada adiantou
Porque todos acordaram
Assustados com a corda
Que comi pela manhã
Depois achei a estrada
Fui saindo de mansinho
Evitando a subida
Que parecia quebrada
Na latada da barriga
Barrigada do martelo.
14 de setembro de 1991
LOUCO
Enquanto assisto à fita
Você me fita
E ainda me faz fita
Daí resolvo vendar-te
Com uma grossa fita.
13 de setembro de 1991
LOUCO
Eshi aqua
Eshi aqua
Le que ma femme sha sheron
E na femme kane ralashi
Qui pio ponte neanê faí
Shoshi quantiu nê muí
Me que ma femme tivê queaí
Me que ma femme tivê queaí
Me que ma femme tivê queaí
Ô quishin glaiô
Ô shin pluô
Ô tishin paflea
Qui mi tirra pissê
paflea (BIS)
Qui sabuá quichá lussi
Qui sô lori firratigla lussi
Qui stuiustaki flis quisson fasi
Staky flis fasi
Qui pio ponte neanê faí
Me que ma femme tivê queaí
Me que ma femme tivê queaí
Me que ma femme tivê queaí
Tu shukô aquá
Le shi aquá
Tu shukô aquá
Le me shi aquá
LOUCO
NEOTROVISMO
Mês que vem
Não chores por um amor perdido
Vivarei vampiro na véspera,
Pro sonho acabar num dia dourado.
Como a borboleta buscando campo vasto
Por trás dessa máscara está um homem
e enquanto vida eu tiver,
O meu sangue corre nas veias
que me dão vontade de morrer
E, assim, por onde estiveres,
Alugase um coração.
Será o presente melhor
pintar a vida de amarelo
Dentro do teu pensamento.
De manhã a brisa buscando fulgor
à beira do oceano do cacife que ganhei
e mesmo tendo muito pensado
perfumando seu corpo
tu, foste o trunfo querida
No carteado da vida
essa vida de pontor
Vestirei velhas roupas,
da última inquilina.
Virarei vampiro na véspera
Sonhe! É tão bom sonhar!
Depois... Depois, não sei.
E não quero te perder
e hei de beijar tua face,
entrando pela janela de montanhas noturnas
nos braços de outro alguém
Será que você vai me abandonar?
Há um silêncio profundo
Já não aguento mais
dama, az, valete e rei,
porque ninguém fia a própria dor
por demais divinas quanto lindas nesta noite de
amar
como sempre sonhei. Pôrme ao colo
moldurando as caminhadas.
Poema composto por várias frases dos poemas abaixo
descritos, com seus respectivos autores (publicados no jornal “A Prosa” de
Brasília/DF) :
Véspera
- Augusto Garuzzi
Aluga-se
- Marcus N. Coelho
Sorria
- Tuca Mariano
Madonna
- José Walter B. Rios
Máscaras
- Ariston França
Gaivota
- Apolonia Gastaldi
Eu e
ali
- Nilson Vinha Sevilha
Trova
- Elson Jorge (Helson Jorge)
Sozinho
- Carlos Antônio S. Nascimento
O vício e a
arte
- Nilo Sérgio
Sonho
- André Luís Giusti
Fúrias do
prazer
- Herbert Lago Castelo Branco
O silêncio dos
deuses
- Adriana Márcia A. Coutinho
Brisa
- Diniz Félix dos Santos
Anseio
- Leonildo H. Justut
Composto em 09 de maio de 1989
LOUCO
Seguimos pela picada
Procurando uma saída
Quando uma mosca a atacou
E deu-lhe uma picada
Corremos até encontrar
Uma casa abandonada
E dentro da choupana
Uma abóbora picada
Que comemos pra valer
Então agarrei Maria
E antes da picada da mula
Dei-lhe uma picada
Aí foi o fim da picada.
13 de setembro de 1991, 19:20 horas
LOUCO
“DIVIDIDA POR EU DA ISSO GOSTARIA NÃO BAHIA”
Bahia terra primeira
Da Bahia dividida
Bahia do meu coração
É forte em todos os cantos
Ter sua honra ferida
Das quais tivemos vitória.
O povo todo se empenha
Esse não ganha de novo
De capital Salvador
De pensar na pesticida
Lamentando e padecida
Pelos heróis que deu vida.
Querendo nos causar ferida
Ver sua terra defendida
Pra jamais ser esquecida
Com a mente poluída
Para sempre fortalecida
Da Bahia separado.
Foi pela luta de tantos
Bahia de Todos os Santos
Essa surra até eu daria
Com a bênção de Maria
Pra ver o que ele sofria
O que só atrasaria.
Mais sem perder minha raça
Quem soubesse aqui nascia
Desse cabra eu vingaria
Por Jesus Nosso Senhor
Com a cabeça partida
E todos os filhos de Deus.
Pede a Senhora da Penha
Quem votou nesse safado
Pois se hoje é Deputado
Se parece um bocado
Que nos atender ela venha
Da Bahia dividida.
Bahia tu és minha vida
No decorrer de sua vida
Bahia venceu Ditadura
Sem uma razão decidida
Desse fi duma parida
Em todo mundo conhecida.
Perderia metade da vida
Por uma batalha perdida
Com a cabeça erguida
Tamanha a patifaria
Desde o começo sagrada
Ter sua gente torturada.
Por isso eu não gostaria
Que defenda seu torrão
Disso eu não abro mão
Musa da noite e do dia
E que mil preces rezaria
Pois nunca foi repartida
Não vamos fazer besteira
Desde quando nascemos.
Baseada em “Por isso eu não gostaria da Bahia
dividida”, de Gil Novaes, Julho/87.
Composição com as mesmas frases do poema citado,
feita por Valdeck Almeida de Jesus, em 1989.
LOUCO
Busquei a doda dada
Mas não estava boa
Então comprei uma doda
Mas não gostei da sua cor
Peguei a doda e quebrei
Joguei a doda no lixo
Fui à feira bem cedinho
Pra comprar uma doda nova
Não achei uma doda boa
Estavam todas furadas
Então comprei uma lata
Fabriquei a minha doda
Daí pra frente jurei
Doda dada nunca mais
Toda vez que precisar
Vou fazer a minha doda.
14 de setembro de 1991
LOUCO
Gritos Ecoados
(PUBLICADO NO BLOG SUEDDEUS)
-
-
-
11 de setembro de 1991
LOUCO
Poeminha Jordaikartho
(PUBLICADO NO BLOG SUEDDEUS)
Na certeza dalituda
Na carreira pupitão
Sertotuto na cabeça
Mastigando tua mão.
Valenata costelata
Lepatada do dedão
Sadamata curiado
No cadarço pinheirão.
Não sabendo que o porto
Jã não é mais o portão
Eu respiro figurante
Corrompendo o cinturão.
Se não tem o que entender
Nestas frases gozação
Não duvide que o mundo
Já entrou na contramão.
Securute na soleira
Na portada do leão
Não carregue a peruca
Na cintura do gibão.
Masticute sinulite
Dudormente bebilão
Favanada costeleta
Pirueta kokitão.
Se na fonte da pisura
Distadada sutuvão
Hoje mesmo temaxada
Xazokota Ximarrão.
Mas assim Dijuterando
Colkojagha matretão
Serto Dheko folikano
Nurweka polição...
(15 de fevereiro de 1990)
LOUCO
Poesia baticulata
(PUBLICADO NO BLOG SUEDDEUS)
Baticuno patibana
Lepadara cotilera
Puviboto guniguni
Sifocusa latadera.
Loipolawa Monitygha
Austricoza xyxythaka
Xoropita e juleira
Qwertho dingo noryaqa.
Lionísio pioleto
Poitagara kuliana
Kokaina maconhita
Ghogozyng merdelana.
Chistoniuka partutita
Porstitana vaferisma
Sopifota Walerine
Ticopirto darabisma
Dhondo pito na cocada
Pingo sete da verbena
Sabe lá o quero vivo
Serto belo corcorena.
Qurto dança kurtutudo
I numcurtu nadanão
Na codega piruleta
Do catôdo do sertão.
Na cantiga juliata
Situada no baião
Corretato situado
No parente do mamão.
15 de fevereiro de 1990
LOUCO
Pra comprar cigarro, entrei na fila.
Mas você não compra, fila.
Sempre compareço à escola
Mas você, constantemente, fila.
Por isto vou chegar na frente
Pra comprar logo o meu Fila
Pois se tenho a vida fácil
É porque assim eu fi-la.
13 de setembro de 1991
AMOR MARCELO ILHÉUS
Textos para Marcelo
Marcelo de ilhéus:
Ilhéus, 20 de janeiro de 1991, às 00:29 horas, Em
frente à boite Caverna Mágica, Avenida Dois de Julho (Beira Mar)
Esta noite é uma noite singular
Única, como o por-do-sol.
Fica somente a incerteza de poder tê-la
Todas as noites e vivê-la todos os momentos.
AMOR MÁRCIA
Textos para Márcia:
Jequié, 10 de janeiro de 1991
Caro amigo Valdeck,
É com muito prazer que lhe escrevo este pequeno
bilhete para lhe encontrar com muita saúde. Comigo está tudo bem graças a Deus.
Valdeck, eu tomei emprestado de Telma, dois mil e
quinhentos cruzeiros, para você pagar, porque eu lhe pedi mas você não veio
trazer, pois lhe esperei mas você não veio. Estou indo embora com muita saudade
de você.
Apesar de não lhe ver, levo comigo suas lembranças.
Valdeck, eu voltarei em junho se Deus quiser. Peço
que não esqueça de mim, pois estou pensando muito no que você falou para eu não
me arrepender mais tarde.
Um forte abraço, um gostoso beijo de quem te adora
muito.
Sua máquina está como você me emprestou, obrigada.
May. Te adoro de montão.
AMOR MÁRCIA
Jequié, 23 de março de 1990.
Márcia Lúcia Santos de Jesus
Rua Várzea Santo Antônio, 473
Edifício Colina das Árvores, apto. 201
41.820 - Pituba - Salvador/BA
Olá May, tudo bem contigo?
Comigo tudo bem, até o presente momento. Não sei
daqui para a frente. Estou dependendo apenas de você para ter um pouco de paz.
Se você quiser fazer um acordo comigo, estou preparado para te ajudar no que
for possível. Você sabe que eu não ganho muito, e por este motivo, será melhor
para nós dois se conseguirmos nos entender, mesmo antes da audiência com o
Juiz. Comprometo-me te ajudar no que eu puder, no maior espaço de tempo
possível, até que você esteja com alguma condição se de virar sozinha. Em
primeiro lugar, solicito que você envie o mais rápido possível, a Procuração
que você levou para assinar e reconhecer a firma. Mande por José , através da
Empresa Tiradentes. Daqui para o final do mês eu envio a quantia que eu puder.
Depois estarei aí no próximo mês de abril, o que já será mais um ponto no meu
contrato, que cumpro. Como você vê, estou fazendo tudo para que nada de errado
ocorra. O importante é que nos separemos numa boa, como duas pessoas
civilizadas. Isso será uma lição de moral para muita gente que deseja nos ver
brigando e indo aos tapas para o Juiz.
Quero te propor o seguinte: caso você ache mais
conveniente, assim que os papéis chegarem, irei conversar com Dra. Rosane e
adiarei a data da audiência para que você pense um pouco mais e não tome uma
decisão precipitada, ok? Te proponho ainda que você dê entrada no pedido de
separação consensual aí mesmo em Salvador, a fim de que eu viaje para a capital
e aceite a separação. Neste caso, é você quem deve pagar a pensão alimentícia.
Mas dispensarei a pensão e ainda te pagarei durante toda a vida, uma pensão de
metade do salário mínimo vigente no país. Para você será uma coisa mais segura
e para mim será mais econômico. Enfim, será melhor para nós dois. Você não acha?
E por fim nos tornaríamos muito amigos e você me teria durante todo o tempo que
você desejasse. Pense bastante nesta minha proposta e depois me responda. Mas
não demore muito, senão eu mesmo peço a separação aqui em Jequié e será feita a
audiência no mês de Julho/90.
Aqui termino com votos de que esta te encontre
gozando de muita saúde e com muita paz e alegria. Um abraço do seu amigo do
peito,
VALDECK ALMEIDA DE JESUS
CAIXA POSTAL 163
45200 - JEQUIÉ/BA
AMOR MÁRCIA
Val, minha maior alegria vai ser o nosso divórcio.
Se você soubesse a minha alegria! Sonho todos os dias com isso. Gostaria que
continuássemos amigos, como antes: você me contando as coisas que acontecem
contigo. Isto você ainda confia em mim. Muito obrigado por tudo o que
você fez comigo. Principalmente as coisas boas. Nunca esquecerei. As coisas
boas foram todas embora e nunca mais voltarão. Desejo muitas felicidades na sua
vida e que você tenha sucesso em sua carreira. Te gosto muito. 03.10.91. May.
Obs.: somente encontrei este bilhete, em meu caderno, no dia 28.11.91, às 23:00
horas.
MALUQUICE
Jequié, 04 de dezembro de 1984
Hoje, dia 04.12.1984, da Era Cristã, pela manhã,
mais precisamente 06:45 horas, eu vi um garotinho que mal conheço, parar no
outro lado da rua, em frente à venda onde trabalho, na Rua João Rosa, 113,
Bairro Pau Ferro, Jequié/BA, e mostrar para seus irmãos uns troços: tampas de
latas, papéis, etc. Mostrou os cacos, provenientes de algum lixo próximo à casa
deles:
- Ó.
- Me dá - falou o menor.
- Fica.
- Eu não quero isto aqui, não. Falou o menor,
apontando para uma roda, atravessada ao meio por um pau. Como o garotinho não
tinha prestado atenção ao ISTO AQUI da menor, pensou que a mesma não queria
NENHUM dos troços. Imediatamente cedeu seus bagulhos para outra de suas irmãs,
ato ao qual protestou a menor:
- Por que você não me deu?
- Porque você disse que não queria.
- Eu não quero é isto aqui, ó. Retrucou a menor,
apontando para a roda...
- Ah! - mostrou-se compreensivo o garoto. Então vai
guardar - completou.
A garotinha foi guardar a roda e voltou para perto
do garoto. Não sei do resultado final porque não prestei atenção no restante da
conversa.
----------------------------------------------------------------------------------------
Isto me fez lembrar do tempo eu que eu dava,
também, valor muito exagerado às coisas sem valor que eu achava nos lixos por
onde andava. Cousas como pilhas usadas, carros quebrados, pedaços de ferro,
canetas sem tinta, bagulhos e mais bagulhos.
Eu tinha, naquela época, meus doze ou treze anos de
idade. Garoto despreocupado com o futuro, esquecido do passado (cheio de
amarguras e dores, causadas pelas derrotas, mas também pontilhado de alegrais e
surpresas agradáveis que encobriram os pesadelos, deixando apenas os sonhos
bons se frutificarem). Garoto que estudava à noite, para ter o dia livre - não
para brincadeiras nem para algazarras - para dar duro e murros em ponta de faca
para sobreviver (trabalhar em armarinhos, barracas de miudezas ou em confecções
de cintos e sacolas).
Sempre que surgia um ou dois dias de folga,
procurava preenchê-los com meus passatempos prediletos: ora banhando-me no Rio
de Contas, ora pescando camarão no Rio Jequiezinho, ora procurando bagulhos
pelos lixos que tinha nomes dados por nós como Lixo da Boda, Lixo da Pererê,
etc.
AMOR REFLEXÃO
Salvador, 10 de maio de 1994.
MSC,
Tenho passado por experiências diversas, em minha
vida. Algumas destas experiências, gostaria nem mesmo de recordar; outras, se
eu pudesse retornaria, no calendário e repetiria, em cada detalhe... Como tenho
falado a você, esta experiência que estou vivendo contigo é singular,
diferente, única mesmo. Não tive oportunidade de “namorar”, “paquerar” uma
pessoa como estou tendo com você. Talvez por força das circunstâncias
peculiares ao nosso relacionamento - distância do bairro onde cada um reside;
pouca ou nenhuma experiência da parte de você o fato é que tudo isto tem
me deixado um tanto preocupado em relação ao deslanchar desta nossa amizade. Minha
apreensão se fundamenta principalmente em relação a essa distância física entre
nós, o que, de certo modo, possibilita com que fiquemos propensos a nos
acostumar com tudo isto. Você não acha que estou certo? Por outro lado, esta
situação “diferente” tem me levado a reflexões e divagações sobre tudo o que
tem se passado entre nós, comparando com outras situações e outra experiências
que tive em minha vida. Assim, consigo tirar conclusões (não apressadas) mais
lúcidas a respeito de um sentimento que cresce pouco a pouco no meu, me dando
respaldo para me posicionar com maior firmeza sobre o que REALMENTE quero para
minha vida.
Não posso negar nem sempre enxergamos com total
clareza uma situação, principalmente quando estamos envolvidos sentimentalmente
com a mesma. Porém, levando-se em conta minha vida pregressa, te informo que
nunca estive tão decidido e tão consciente de que o que eu desejo, neste
momento, para minha vida, realmente, é você. Quando se dá a concepção, no útero
materno, no corpo da mulher se inicia um processo de “adaptação”, de
predisposição, de preparação, de condicionamento, para dar ao novo ser que
crescerá ali, um ambiente propício ao surgimento e crescimento normal do novo
ser vivo. Tenho me preparado, dia a dia, para que você passe a fazer parte de
minha vida - efetivamente.
AMOR NETE
Jequié, 31 de março de 1990, 23:27 horas
Nete, neste momento são 23:14 horas. Acabei de sair
do banho. Me banhei porque estava suado. Mas não lavei minhas mãos pois seu
cheiro estava nelas. Muito obrigado pela companhia neste sábado. Eu seu que
você tem compromisso mas, se surgir alguma coisa na sinceridade da pessoa que
você gosta, estou aqui para lhe amar e lhe dar todo o apoio de que você
necessitar. Não quero forçar a barra nem quero ficar numa lista de espera
porque sei que você não é pessoa de ficar com um e com outro (quando você gosta
é para valer e com sinceridade). Mas fico na esperança de algum dia ser mais do
que um amigo pra você. Só desejo que todos os seus sonhos deem certo. Mesmo que
eu não esteja nos teus sonhos, quero ver você feliz. Gostei de sua sinceridade
quando falou que tem alguém na sua vida. Mas isto não será motivo para sermos
inimigos. Pelo contrário, quero continuar a ter o privilégio de poder te ver,
conversar contigo, ouvir teus desabafos... Sempre que você estiver sozinha e
quiser bater um papo ou tomar um drink ou sorvete me procure. Estarei à sua
disposição. O telefone do meu trabalho é 525-3027. Pode ligar a hora que você
quiser e precisar, ok? Você encontrará uma pessoa que te fará muito feliz. Eu
torço muito para que isto aconteça o mais rápido possível. Mesmo que esta
pessoa não seja eu. Você merece muita felicidade porque você é uma pessoa muito
especial.
AMOR NETE
Nete,
Uma amizade sincera entre duas pessoas sérias,
cresce aos poucos, como uma plantinha. Nasce um galho hoje, uma folha amanhã,
uma flor depois... E, se cada um de nós quisermos, esta planta fica bonita,
florida, alta, forte, e jamais se enfraquece.
Assim é com a amizade sincera: se cada um de nós
quisermos, esta amizade pode se transformar numa coisa muito linda e nos unir
para sempre.
Este poema foi feito por mim, especialmente para
você.
Apesar de ser com um pouco de atraso, parabéns pelo
seu aniversário.
De alguém que poderá ser alguém importante na sua
vida.
VADJ, Jequié, 26 de março de 1990
PEÇA TEATRAL
PEÇA TEATRAL CRIADA POR AMADOR
Número de personagens: 02 > Astrofa (MULHER) E
Fulustreco (HOMEM)
Cenário: Sala de espera simples, com uma mesa
forrada e com um gravador sobre a mesa, além de um vaso de flores.
Roupas dos personagens: Rural e bem caracterizada.
ATO ÚNICO
Homem:
- Ô mulher, sabes duma coisa?
Mulher:
- Não. Digas lá, marido...
- Sabes, minha véia, eu desejo ser atriz em minha
vida desgraçada pelo mundo.
Mulher (Gritando, e com voz finíssima):
- Oh! Marido doido e com essas idéias boas. Da onde
tu tirou essas conclusões, querido?
- Calmo - Minha querida Astrofa, eu não fico
desapontado com tua inteligência nem um pouco. Fico a imaginar como tu tem cada
acesso de loucura e ainda quer me contagiar. Bem sabes tu que eu subi na vida a
custa de muitos esforços para roubar o que pertence aos outros. É da minha
cabeça que sai tudo que existe de bom no mundo e tudo o que tento criar é com
muito esforço para que saia da melhor maneira possível.
- Mas tu não está copiando minha idéia, não, marido
falso?Olha que eu já tive esta idéia muito antes de você...
- Seja como seja, eu irei ser atriz neste mundo. Já
estou até agravando um texto. (E põe o papel sobre o gravador).
- Sabe, Fulustreco, hoje eu estava sonhando que
estava teatrando ou outros países: Hollywood, Arizona, e muitos outros centros
de teatro do mundo.
- Sabe, de uma coisa, Astrofa, não serei mais atriz
neste mundo. Você está imitando minhas idéias e eu vou desistir de minha
carreira, agora mesmo.
- Mas Fulustreco, a carreira de atriz é tão
simpática! Sabe?Eu sei tudo sobre a carreira de Sofia Loren, aquela atriz
italiana.
- É?Então me conta. Vai, conta logo.
- Tá bem. Eu conto. Tudo começou lá na fazenda
Butantã, localizada no Instituto de Educação...
- Interrompendo - Ah! Já sei. Aí ela foi vista por
um teatrólogo de muita fama que a convidou para trabalhar num filme...
- Não. Não foi assim. Ela viu uma cobra Cascavel
Pico de Jaca mais maior do que uma Surucucu Amazonense...
- Gritando e Chorando - Uai, mulher, eu não quero
ser atriz mais não. É muito difícil. Eu quero é ser professora no Brasil.
- Desesperada - Marido!. Tu quer me suicidar, é?Eu
prefiro é cavar cova para defunto que morreu do quer ser professora. O salário
é muito pouco
Os dois, abraçados: - Mas nós amamos essa
profissão. Não importamos se não ganhamos nada. Somos felizes em ensinar ao
povo deste país.
Valdeck, Jequié, 01.09.1985, às 02:40 horas
REFLEXÃO
Salvador, 16 de setembro de 1996. 20:44 horas
Meus Espíritos Protetores, meu Anjo Guardião, meus
Mentores Espirituais, meus Guia de Luz, André Luiz, Petitinga, Bezerra de
Menezes, João Alexandre de Jesus, todos os Espíritos de Luz, todos os Espíritos
do Bem, todos os Espíritos de Bondade; Guias do planeta Terra, Mentores da
cidade de Salvador, do Estado da Bahia, do país Brasil, do Continente
Sul-americano, enfim, todos os bons Espíritos. Ajudem-me a encontrar Júlio, a
ter um contato com ele. Guiem-no a encontrar minhas cartas, telefonemas,
telegramas, etc., a fim de que possamos nos conhecer pessoalmente e passarmos a
viver juntos. Tenho muito amor para dar a ele e sei que ele é capaz de me amar
com toda a profundidade e a verdade de que necessito. Sei que vocês podem, se
quiserem, ligar nossos destinos, nossos interesses. Sei que vocês podem, se
quiserem, dar um final ou um começo feliz para este relacionamento. Imploro, de
joelhos, a todos vocês, que me ajudem nesta empreitada. Que me ajudem, também,
a tornar este relacionamento o único e o último, daqui por diante; que nossos
interesses se interem, se integrem, se completem, numa comunhão jamais vista na
face da Terra.
Peço-lhes que agilizem nosso encontro, nosso
contato, para que possamos ser feliz por muito mais tempo. Daime a paciência, a
sabedoria, a inteligência, o discernimento, o entendimento e tudo o mais que
for necessário ao bom desenvolvimento e concretização deste sonho de amor.
Agradeço a todos vocês, por tudo o que já têm feito
por mim, durante toda a minha existência, e por tudo o que, certamente, farão
por mim e por Júlio, para que sejamos muito felizes, nesta e nas demais
encarnações...
Até breve!
AMOR
Aqui e agora
(Projeto Madio Editora)
Eu sou.
Sou tudo:
O mundo, o sol, o mar
O mar distante
O sol presente
O mundo invisível.
Sou nada:
O mar, o sol, o mundo
O mundo real
O sol no infinito
O mar da melancolia
Melancolia e saudade
Daquilo que não vivi.
Clube do Baneb, Jequié, 07 de julho de 1991, às
11:45 horas.
AMOR
Estou deitado na cama
Estudando para provas
Lendo e conhecendo coisas
Todas elas coisas novas.
Estou ficando gripado
Estou farto de dormir
Cansado de descansar
Ouço “Hotel Califórnia”
Numa ‘efeeme’ da vida
Fico triste e fico alegre
Lembro tudo e lembro nada
Quero ser um Trovador
Mas sou apenas um trovador
Não consigo ser poeta
Não preciso ser um gênio
Mas desejo ser um homem
Ser um homem inteligente
Pois não passo de um bruto.
Vejo as guerras na TV
Ouço as mortes no jornal
Tanto roubo e injustiça
E colaboro com tudo
(Para isto pago “Imposto”
Não me pedem pra escolher)
É tudo incondicional
E eu sou cúmplice de tudo
Só não sou cúmplice do amor
Contribuo para a desordem
E estrago o progresso:
Sou um grande parasita
Analfabeto e desempregado
Morando numa favela
Impedido de amar.
Jequié, 03 de setembro de 1991, às 12:25 horas
AMOR REFLEXÃO
...fui fecundado, nasci, cortaram-me, bateram-me,
chorei, respirei, banharam-me, mamei, dormi, acordei, cresci, comi
Bah!!, Lada...
Te quero eu
Te amo me
Te desejo te
Te quero em mim
Te quero em ti.
Jequié, 12 de julho de 1991
REFLEXÃO
06 de janeiro de 1992, às 22:00 horas
Deus é cruel
(Projeto Madio Editora)
Estou sofrendo, angustiado
Ansioso pelo exame
Ansioso pelo resultado
Louco pela confirmação.
Já tenho certeza
Mas quero por escrito
Papel timbrado e tudo
Pra me preparar para a morte.
Aceito a morte prematura
Mas estou com muito medo
De fazer alguém sofrer.
Não queria este momento
Mas não posso evitar
Agora não tem mais volta.
06 de janeiro de 1992, às 22:00 horas
AMOR REFLEXÃO
13.10.92, aliás, 12 de outubro de 1992. Hoje já
assinei cheques com data de amanhã. A primeira cerveja que tomei hoje, tinha o
número “13” na parte plástica, interna, da tampa. Mas isto não importa
muito. O que quero dizer é que tenho um bilhão de motivos para ser uma pessoa
feliz. Tenho um emprego bom (comparando-se com a maioria dos brasileiros),
tenho uma família, casas, telefone, etc. No entanto, me falta uma pessoa com
quem eu possa dialogar, amar, andar, viajar, etc.
Esta pessoa não precisa ser especial nem espacial
(ser do outro mundo ou um ser do outro mundo); não precisa ter nível superior,
nem ter qualidades inigualáveis; não precisa ser dotado de inteligência nem
possuir beleza física estonteante; não precisa ser perfeita nem falar mais de
uma língua... Basta ser uma pessoa de carne e osso, cheia de defeitos,
que entenda a linguagem do amor, que esteja disposta a aturar alguém chato; que
seja alguém com vontade de viver de dar prazer ao seu parceiro; que seja aberta
para a espiritualidade e que entenda as fraquezas do ser humano... Que seja
você, com idade até 25 anos, que goste de trabalhar, que goste de viver... e,
principalmente, que goste de dar amor e que adore ser amada; que saiba entender
quando a gente quer ficar só; que saiba entender quando a gente quer ficar com
alguém...
Te procuro loucamente, por todos os cantos e
recantos da terra. Até breve!
CONTO
1984
A Destruição do Mundo
Passei perto dum rio e percebi que existiam dois
peixes sentados à margem do mesmo, chorando. Ouvi seus soluços, o que me chamou
a atenção, inclusive porque os dois estavam fora da água, despertando a minha
curiosidade.
Cheguei para perto dos dois, cautelosamente, e
escondi-me atras de uma moita. Eles diziam:
- Nunca veremos nossos familiares - falou o mais
gordo - parecido com um pirarucu.
- É verdade, retrucou o menos corpulento, também
parecido com um pirarucu.
- E tudo culpa deles...
Quando quase eu assustava-os com uma pergunta
inoportuna, veio de imediato a resposta:
- Se não fossem os malditos homens que têm o
direito de destruir o mundo e a si próprios, nós estaríamos vivos, ainda.
Perguntei para mim mesmo: - Como é que eu ouvia a
voz deles, se eles estavam mortos: Resposta: eu também havia sucumbido.
HOMENAGEM
1º Aniversário
(25 de janeiro de 1991)
Hoje está fazendo um ano
Que entrei para a Justiça
Quando estou muito alegre
E rezarei até missa.
Neste órgão estou feliz
Trabalhando com vontade
Levando os meus sentimentos
A serem todos verdade.
Meus colegas de trabalho
São muito especiais
Me orgulho de os ter
Pois são todos mui legais.
Lá eu sirvo este povo
Que precisam de ajuda
Para se orientarem
E que lá encontram ajuda.
Hoje está fazendo um ano
Que lá estou trabalhando
Parece que é um século
Que lá estou trabalhando.
Já obtive progressos
Que não pensei obter
E pretendo progredir
E sempre sempre crescer.
Chegarei um dia ao alto
E olharei para trás
Agradecerei a Deus
E aos colegas legais.
HOMENAGEM
A areia do Rio de Contas
(Projeto Madio Editora)
É a mesma areia do mar
E a Barra ou Itapuã
Nunca virão para cá.
As Dunas de São Cristóvão
E o Cristo Redentor
Foram feitos pelo vento
Que meu espírito criou.
Copacabana e Ribeira
São em tudo diferentes
Só são iguais na beleza
E bondade de suas gentes.
A Estátua da Liberdade
Que eu mesmo construí
Vai ser posta no Pão de Açúcar
Quando eu voltar aqui.
No Deserto do Saara
Eu montei Rio de Janeiro
E na Selva Amazônica
Aplicarei meu dinheiro.
No Planeta Terra Marte
A tristeza reinará
Mas alegre viverei
Pois a vida brilhará.
Jequié, 28 de fevereiro de 1990
REFLEXÃO
A emoção passa, mas a cicatriz é eterna companheira
de quem amou.
Pelos caminhos da vida se conhece quão vão é o
viver por viver e o curtir por curtir.
Triste é o homem que não sabe amar seu semelhante
sem preconceito e sem distinção de cor, religião, sexo, etc. Um amigo de
Basiléia, Suíça.
Um dia, todos terão o prazer de amar profundamente
seu parceiro sem medo dos pensamentos maldosos da sociedade, pois a regra será
“quem não ama o ser, independentemente de seu sexo, é imoral e anti Deus, anti
evolução divina, anti paz de espírito”, e por isto, amargará eternamente o
furor de todos os deuses e de todos os espíritos desenvolvidos que habitam esta
galáxia”. 11.05.90, Moisés, Paris, 1864-1891
CONTO
A família dos Maus
Era uma vez uma família muito pobre e sem recursos
para comprar nada, quer fosse comida, roupa ou uma casa para morar. Não
conheciam nada de bom. Só conheciam coisas más e só praticavam o mal. Não
conheciam Deus e nem faziam questão de o conhecer. Só viviam xingando,
amaldiçoando a vida... Não praticavam o bem... Mas, um dia, chegou uma pessoa
que morava muito longe da casa daquela família e mostrou tudo de bom que pode
acontecer na vida de uma pessoa, se esta pessoa aceitar Jesus Cristo como
Salvador, Senhor, Criador, Rei, etc... Com o tempo, todos os moradores daquela
casa se converteram e hoje vivem felizes...
CONTO
A girafa
Como vocês sabem, a girafa possui um pescoço alto,
longo, comprido (ou qualquer outro adjetivo que queiram utilizar). Muitas
vezes, ter um pescoço tão longo causa problemas enormes. Como é que uma girafa
poderá, por exemplo, abaixar seu imenso pescoço para olhar por uma janela?
Nunca poderá abrigar-se da chuva, dentro de uma casa.
A Lenda do Caipora
O Caipora, segundo o que lembro, é o protetor das
matas (?)... Gosta de fazer as pessoas ficarem perdidas e não acertarem o
caminho de volta.
POEMA REFLEXIVO – VER DELMA NA PUBLICAÇÃO EM
PORTUGAL
A MARÉ
A
MAR
MARÉ
AMAR É
SENTIR O OUTRO
COMO MAR E MARÉ
TODO E PARTE.
Uesb, 17 de julho de 1991, às 20:40 horas
CONTO
A morte do universo
Aquele coelho sempre viveu sossegado naquela
chácara abandonada. Nada perturbava seu sossego e aquele descanso só era
perturbado quando algum gavião ou cobra soltava seus gritos alvoraçados - coisa
que ele temia muito. Mas naquela manhã parecia que o mundo estava acabando.
Aquele barulho ensurdecedor quase estouravam-lhe os tímpanos. Nunca ouvira nada
igual em toda a sua vida de coelho aposentado. Reuniu suas últimas forças e
tentou fugir. Não pôde. Antes de poder sair da toca, aquele monstro raspou-lhe
a pele da cabeça que, por muita sorte não foi arrancada também. Encolheu-se
dentro da toca e ficou paralisado com aquele barulho infernal que lhe deixava
quase doido.
Não houve salvação para aquele pobre coitado
assustado que morreu sem saber que aquele monstro que lhe tirou a vida
cruelmente era, nada mais nada menos, que uma fabricação guiada pelo mesmo (e
mais cruel e mais desumano dos animais): o homem que, na ânsia de Crescer
mais e mais, ignora que esteja derrubando os que lhe cercam.
Jequié, 26 de junho de 1984
CONTO
A nova macaca
Dois grandes amigos, macacos, é claro, se
encontraram na mata, local onde habitavam.
- Olá, amigo rabudo!
- Olá!
- De onde vens tu?
- Da mata vizinha... estava fazendo uma visita a
uma nova macaca que chegou com sua família e está morando a uns dois
quilômetros daqui.
- E como é ela?
- É uma macaca diferente, linda, calma...
- Puxa vida! Apresente-me esta macaca...
- Não posso!
- Por que?
- Porque ela não existe...
- Não? E como você foi visitá-la?
- Foi somente em sonho. Eu imaginei que
existia uma macaca linda, mas tudo não passou de sonho...
CONTO
A raposa
Certa vez, uma raposa velha, desdentada e sem pelo
tentou ludibriar sua amiga jovem, sadia, peluda, forte, com a dentição
excelente e, além de tudo, bastante inteligente. O plano era o seguinte: “Como
eu moro perto do rio e mais abaixo existe um despenhadeiro, e como minha amiga
vem todos os dias saborear suas caças em cima do despenhadeiro, e como ela só
me dá restos, e como não gosto de restos, vou derrubá-la na primeira chance que
eu tiver para tal, comerei a caça que ela trouxer e jogarei os restos para ela
comer. Assim, a raposa velha pôs seu plano em ação. Quando sua amiga
chegou e sentou-se na ponta do despenhadeiro para, pacientemente, comer sua
caça, a raposa velha chegou-se de mansinho e deu tamanho empurrão na pobre
coitada, que ela não teve tempo nem de gritar por socorro. Procurou logo pegar
a caça e começou a devorar, sossegadamente, jogando para baixo os restos. Mas
sua alegria não durou muito tempo: recebeu tamanho chute nas costas que caiu
despenhadeiro abaixo sem poder gritar nada. Sabe quem deu o chute? Sua maior
amiga que, na queda, conseguiu segurar-se num galho e salvar-se da morte certa,
e voltar para vingar-se...
CONTO
A Raposa
Conheço uma raposa muito vagabunda e sem vergonha.
Não faz nada em casa e, sempre que pode, atrapalha os outros. Certa vez
chegou-se para perto de um rancho de um tal senhor Zino. Chegou-se assustada,
com cautela, para não ser vista por ninguém. Não conhecia o dono do rancho,
tampouco o rancho.
Procurou, em primeiro lugar, entrar no galinheiro,
para tentar pegar seu almoço predileto: galinha. Estava tão esfomeada que não
importou-se com o barulho dos humanos que vinham em direção ao galinheiro.
Pulou sobre a primeira galinha que lhe apareceu pela frente. A pobre ave não
teve tempo nem para soltar um último có (voz de galinha).
A raposa estava terminando de refestelar-se com
aquela galinha gorda, quando recebeu duas balas trinta e oito na nuca. Caiu,
sem perceber que aquele tinha sido o seu último prato de galinha; tampouco
ouviu os demais tiros, nem quando tiraram-lhe o couto; nem quando comeram-lhe
as carnes...
Estava morta a inimiga dos fazendeiros que criavam
galinhas.
CONTO
A surpresa
O garoto chegou em casa com um pacote enorme, todo
forrado com papel de presente. O que será?
Sua irmã foi encontrá-lo na porta, tentando por o
embrulho dentro de casa. Depois de muita luta, colocaram-no dentro de casa e
começaram a trabalhar duro para desenrolar o enorme presente. Ficaram umas duas
horas desenrolando aquela papelada, que não tinha mais fim, e quase desistiram
de continuar... Daí, encontraram uma caixinha bem pequena, dentro daquela
papelada, com a seguinte inscrição: Enfim, pegamos outro boboca!
A tartaruga
Vou falar um pouco sobre esta preguiçosa criatura.
É um animal que somente a muito custo move-se de um lugar para outro. Vive no
mar ou na terra e é tão lenta que dá para capturar tantas quantas estiverem
passeando pela praia ou pela terra. Quando estão para por seus ovos, vão para
uma praia, onde cavam um buraco e ali depositam seus ovos. Depois disto, voltam
para o mar e recomeçam sua vida normal. Quando os ovos estão chocos e que as
tartaruguinhas saem, procuram caminhar à toda velocidade para o mar. Mas, antes
que consigam seu intento, muitas delas morrem nas garras do predador. E mesmo
depois de chegarem ao mar não estão a salvo ainda, porque muitos peixes comem
elas, que nada podem fazer para se defender.
A velhice
A velhice, hoje em dia - e durante todos os anos já
transcorridos na história - sempre foi um problema que ninguém quis enfrentar.
Este problema só existe nas cabeças preconceituosas de pessoas menos
desenvolvidas intelectual e espiritualmente. Cabe a cada um de nós enfrentar
isto de frente, para não corrermos o risco de um dia eliminarmos a raça humana
da face da terra. Se não tomarmos providências urgentemente, iremos desembocar
num futuro incerto quanto ao desenvolvimento e certo quanto ao desequilíbrio da
vida e da moral...
Ser velho, idoso, em muitos países atrasados
culturalmente como é o caso do Brasil (sendo que no interior, a situação é mais
complicada), é assinar o atestado de isolamento e de inutilidade; é requerer o
abandono da sociedade e sobretudo dos entes queridos; é ser obrigado a não
viver; é ser obrigado a vegetar. Ser idoso no Brasil, muitas vezes é confundido
com ser ‘caduco’ (como a Constituição Federal de 1988), ser ultrapassado, ser
atrasado, estar ligado ao que é de mais arcaico e antigo que existe, quando, na
maioria das vezes, ser idoso é ser experiente, ter currículo repleto de fatos e
atos merecedores de aplausos, é ter prática de vida democrática nas idéias e
nas atitudes, é ter a coragem de lutar por um Brasil diferente, um Brasil no
qual as diferenças entre as pessoas não sejam mais do que nomes diferentes...
Com uma sociedade tão conservadora - como a sociedade brasileira é ou é levada
a ser - o que vale mesmo é o poder econômico e as influências políticas entre
aqueles que só querem perpetuarem-se no poder; é deixar de lado toda e qualquer
mudança que vise moralizar este país que está atolado na incompetência e na
irresponsabilidade. Todos, indistintamente, desejam sugar um pouco ou receber
um pedaço deste enorme país que os poderosos juram ‘um dia’ lotear e dividir
com seus apadrinhados.
Nesta hora em que todos desejam uma mudança radical
- ou pelo menos parcial - na estrutura burocrática e governamental brasileira,
o que ma s se pode fazer senão lutar com todas s forças para que este desejo se
concretize? E somente com muita experiência, muita garra, muita sabedoria e
muita capacidade, poderemos concretizar aquilo que será como que o grito de
liberdade sufocado por durante trinta anos. E a pessoa que, neste momento,
aglutina todas estas características, a pessoa que reúne toda a energia
represada durante uma vida inteira; a pessoa que sempre foi a caixa de
ressonância dos gritos e gemidos do povo; a pessoa que foi a vanguarda, contra
a opressão e a ditadura, foi e sempre será o candidato do PMDB à Presidência da
República. Então, o que é que você está esperando para mudar o Brasil, para por
ordem na casa, para moralizar este país que está atolado até o pescoço na
imundície da corrupção e da politiquice?
Somente as pessoas sem coração, somente as pessoas
que não sabem o valor da palavra fidelidade e amor, podem pensar em colocar em
asilos aqueles que durante toda a vida dedicaram sua vida na luta para manter a
família unida e protegida de ataques exteriores. Não pense que mandando seu pai
ou sua mãe para um asilo destinado aos “velhos” irá fazer com que eles se
sintam diminuídos. Mas, certamente, você se arrependerá muito de não ter
reconhecido os benefícios recebidos. Não abandone quem sempre esteve ao seu
lado nos momentos mais difíceis. Ou você deseja que, futuramente, seus filhos
também te coloque num asilo?
18 de outubro de 1989, às 21:32 horas
HOMENAGEM
A você (Professora Ednalva)
Sei que és humana...
cheia
de qualidades...
possuidora
de beleza interior...
portadora
do vírus da imperfeição...
Sei que lutas por um estágio superior de vida...
por
transformar este mundo num melhor...
para
transmitir bem o bem...
com
consciência e responsabilidade...
Desejo que possas sempre servir de espelho...
tenhas
energia para lutar infinitamente...
tudo
em tua vida te permita crescer...
sejas
sempre feliz e que faças feliz aos circundantes...
Talvez eu não tenha sabido
aproveitar-me inteligentemente
de tudo o que me foi ofertado por você.
Mas sei que minha bagagem
sei muito maior após este breve pouso que fiz
aqui...
UESB, de julho de 1991, às 18:45 horas
AMOR
ABANDONO
MORTE TRISTEZA
SOLIDÃO ANGÚSTIA MELANCOLIA
SAUDADE BANZO TÉDIO
AMOR ALEGRIA
COMPANHIA VIDA MOVIMENTO
FELICIDADE CARINHO SURPRESA PAZ
AMO ALEGRE VIDA
FELIZ PAZ
PROCURO ALGUÉM
QUE POSSA ME FAZER
COMPANHIA, SURPREENDER-ME, ME
DAR PAZ, ME DAR
CARINHO, ACEITAR O MEU AMOR...
1994
AMOR
Adeus eterno
(Projeto Madio Editora)
Camisa e calça
Preta e branca
Marcou, não foi
Esperei, não chegou
Vinte horas em ponto
Mas no ponto: ninguém...
Frustrou-se e a alguém
Mas não sentiu a perda
Não provou o pecado
Nem sentiu o prazer
Você perdeu e eu também
Não poderemos repor
Jamais teremos outra chance
Pra apagar este fogo.
Coffee Shopp do Itajubá Hotel, 29 de dezembro de
1991, 20:00 horas
FRASE SOLTA
AECOLOGIA
Se a gente não se ‘RAONI’ a gente se ‘STING’.
Camisa de desconhecido, Pelô, 13.07.93.
CRÔNICA CARTA
Amigo,
Quando tu estavas triste, te consolei; quando
estavas melancólico, te afaguei, quando estavas triste, te alegrei; quando
estavas cansado e sonolento, te acariciei e te acalentei.
Com toda a minha compreensão, procurei entender
teus atos e teus maltratos para comigo. Te aceitei, te suportei, te amei e
aprendi que não importa as diferenças entre duas pessoas que se amam.
Te dei carinho e recebi empurrões; te dei amor e
recebi desprezo; te dei conforto e recebi nada em troca...
Sei que quem ama não espera recompensa. Mas queria
apenas que você me desse atenção. Que visse em mim um ser frágil e carente de
afeto e não só um refúgio aos brutos quando estes se encontram sozinhos; quis
apenas que me agradecesse, pelo menos, por viver para você.
Repare um pouco ao seu redor e tente perceber
quanta coisa de bom existe, tudo plantado por mim; tente não machucar a próxima
flor que encontrar. Ele pode ser mais sensível que eu e sofrer demais...
De Marivete para alguém.
Autoria: Valdeck Almeida de Jesus, 1º de abril de
1989
REFLEXÃO
Angústia
Agora estou só
Trancado no quarto
E sozinho no mundo.
Tomo cerveja
Converso com amigos
Passeio pela cidade
Leio livros e jornais
Faço trabalhos escolares
Me ‘divirto’ bastante
Mas estou só.
Tenho tudo
Sou um homem
Não passo fome
Posso tomar banho
Sei ler e escrever
Tenho roupas
Tenho um emprego
Tenho colegas e amigos
Tenho saúde
Viajo por curtição
Tenho meu quarto
Tenho tudo o que quero
Mas sofro calado
E sofro sozinho
Num canto qualquer
Sonhando com o amor
Te amando no sonho
Te tendo no etéreo
E sofrendo a angústia
De não ter você
Me amando aqui.
Meu quarto, 11 de maio de 1991, às 19:20 horas.
REFLEXÃO
Apodreço no fim do país
(Projeto Madio Editora)
Apodreço no fim do país
Me despedaço por brocos lugares
Quando posso voar mais alto
E alcançar a felicidade humana.
Percebo tudo isto e sofro
Feito um louco que não é louco
E ao mesmo tempo me consolo
Achando que tudo isto é normal.
Que seja normal ser infeliz
Ou fingir que não se quer ser feliz
Mas isto não pode ser eterno.
Os passos vão e os rastros ficam
Por isto não sei qual o caminho
Que estou traçando para mim.
09 de janeiro de 1992, 22:40 horas
REFLEXÃO
Aqui e agora desejo outro
(Projeto Madio Editora)
Outro desejo que sou eu próprio
Eu próprio querendo a mim
A mim que é outro e nada
E nada que é tudo
É tudo que é proibido
É proibido amar com verdade
Com verdade a vida é fingida
é fingida pois amo a mim
A mim eu quero mas finjo
Mas finjo pra não ser ridículo
Não ser ridículo de me revelar
Me revelar pra mim que aqui
Que aqui e agora desejo outro
Outro desejo que sou eu próprio...
Jequié, 12 de julho de 1991
REFLEXÃO
As pessoas são de nuvem
(Projeto Madio Editora)
De nuvem etérea e frágil
E frágil como o clarão
O clarão da vida frágil.
O clarão frágil e etéreo
Etéreo e frágil clarão
Some logo que sentimos
Que de nuvem elas não são.
Procuramos outra nuvem
Então, não achamos, não
Pois dilui-se no clarão.
Foge, some no etéreo
Na etérea ilusão
Então, não achamos, não.
Biblioteca Municipal de Jequié, 03 de maio de 1991,
às 08:50 horas
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