Antologia
Todos os Poemas
Valdeck
Almeida de Jesus
Parte
13
Versões
atualizadas e outras nem tanto
SOCIAL – PROTESTO
Navio Negreiro
(Inscrito no concurso “Projeto 48 horas”)
(Para projeto Caderno Literário – Pragmatha)
(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)
Sem voz, sem fala
Branco diz e negro cala
O poder se ganha à bala
Bota o negro na Senzala.
Descartáveis sociais
Refugos do Capitalismo
Escravos do consumismo
Com direitos desiguais.
Prisioneiros da cultura
Do poder do dominante
Submissos na estrutura.
Vamos quebrar a corrente
Destronar o poder reinante
Precisamos virar gente!
05 de novembro de 2008
AMOR
Coração de Pedra
(Para Coletânea KOMEDI 2009)
(Para concurso Wiki)
(Antologia Ipitanga)
(Galinha Pulando)
Vivi traições e mentiras,
Alegrias e tristezas.
Com você, surge no horizonte
O amor que me tira da torpeza.
Sensação boa, gratificante,
Vivifica o corpo e a alma,
Desperta o humano,
Revive o poeta.
Os versos retornam,
A sensibilidade aflora,
Quando a paixão me devora.
O amor faz rir ao triste,
Dá sorriso a quem chora
E quebra o coração de pedra.
Alagoinhas, 18 de janeiro de 2009
(A Léo )
REFLEXÃO
Minha sexta morte
(Enviei para “Dar voz à poesia”)
(Caminhar no Mundo)
(Galinha Pulando)
Domingo, morri de fome
Segunda, morri de apendicite
Terça, morri acidentado
Quarta, morri afogado
Quinta, morri de saudade
Sexta, morri desmaiado.
Como gato tem sete vidas,
Aguardo a última chance na Terra.
27 de janeiro de 2009
SOCIAL
Droga de vida – Viagem sem volta
(Enviei para “Dar voz à poesia”)
(Antologia Cidade – Abílio Pacheco)
(Concurso Wiki)
(Pragmatha)
(Galinha Pulando)
(Caminhar no Mundo)
(Antologia Bar do Escritor)
(CAPPAZ)
Busquei no tráfico a solução
Para a fome, a dor, a sede de consumo
A droga saciou meus desejos
Mas me aprisionou na teia
No vício, na fome de querer mais
E tudo me confundiu muito
Como num redemoinho, afundei na escuridão
“Viajei” , fugi, afundei mais e morri
Matei meus sonhos e meus sentimentos
Agora sou um trapo de carne e osso
Vazio, sem destino e sem esperança
De humano só resta a lágrima e o desespero
Quero sair desta treva, fugir deste labirinto
Mas a dívida contraída pesa na consciência
Minha ficha tem mortes, traições, mentiras,
Angústias, lutas vãs e perdas irreparáveis
Só me resta ficar, pagar com a vida e com a morte
A morte do meu coração e da minha alma
Droga de vida, viagem sem volta...
03.02.2009
SOCIAL
Sexo, Droga e Rock’n Roll
(Caderno Literário Pragmatha)
(ArtPoesia)
Suruba, Orgia,
Energia, Aruba (*),
Desgaste, Emoção...
Virei pedra, sem coração.
Amor? Pra quê?
Sou Carne, Firme, Imortal
E não envelheço nunca!
03.02.2009
(*) Praia GLS de Salvador
POEMA DE LÉO – AMOR
08/02/2009
Autor:
Às 21:03
HS
Léo
“O AMOR” (Concorre a uma vaga no Prêmio Literário
Valdeck Almeida de Jesus de Poesia 2009)
Que sentimento complicado que nem a poderosa
ciência é capaz de entender.
Um sentimento que nos faz sorrir... e nos faz
chorar.
Nos faz esquecer e às vezes relembrar.
Como é possível você ver uma pessoa e sentir o
coração acelerar, o corpo arrepiar, e as pernas balançar?
Como é possível o mesmo sentimento te causar
ciúmes, raiva e vontade de matar?
Vai tentar decifrar o amor!
Melhor não. Mas de uma coisa eu sei. Todos nós,
vivos e mortos, jovens e velhos, se não sentimos, um dia haveremos de sentir.
Não é como a alegria, que nos deixa um sorriso estampado no rosto.
Nem como a tristeza, que nos arranca a alegria sem
o mínimo esforço.
Mas sim sensações diversas que é bom nem citar mas
que, juntas por uma só força, te faz sentir o prazer inexplicável de amar.
Fiz esse
Poema baseado
no que sinto por você!
Te Amo.
De: Seu eterno namorado.
Léo
Para: Val
SOCIAL ECOLÓGICA
Eu, navegante
(Antologia
quatro poetas Brasil, Portugal e África)
O mar me chama,
como uma sereia ao pescador
Penso em ficar em terra,
preso aos amores daqui.
Ao mesmo tempo,
o canto das águas me seduz:
Maresia,
balanço,
meu coração balança também,
pende para dentro da embarcação.
Essa rotina,
esse ir e vir já faz parte de mim;
Já me habituei a não ter porto,
a não ter pátria,
Buscando, sempre,
um ponto de apoio no inconstante.
Apoio-me nas ondas,
nas marolas,
no horizonte.
O mesmo horizonte que me chama e fascina,
foge de mim eternamente.
Assim também são meus amores,
minha saudade.
Este aperto no peito se afrouxa quando
o vento,
a brisa
e o assombro da morte me vão.
Nessa hora, a calmaria me deixa nauseabundo,
um homem sem mundo,
sem lar, sem laço,
sem amor.
O vazio profundo da alma me tira a calma
e sofro, de novo, pelo amor que não sei,
pelo abraço e afago da terra natal
que não sei.
A saudade de não ter do que ter saudade
me corrói.
Ela, ele, paixão, sentimento,
me chamam de volta
para um lugar que desconheço,
para onde nunca retorno.
Este retorno eterno me leva a um encontro
entre a terra e o mar,
onde eu quero ouvir o canto da sereia.
O que seria de mim sem esta saudade,
sem a certeza de talvez não voltar?
O que seria de mim,
navegante de mim mesmo sem o mar?
Valdeck Almeida de Jesus
Faculdade Social, 11 de fevereiro de 2009
AMOR
A vida é rascunho
(Antologia Pragmatha 2011)
(CAPPAZ)
Acordei, planejei meu dia
Tudo foi diferente
Certo ou errado, ao certo
Tudo foi tão incerto...
Atrás da coxia era diferente
Não pude mudar a cena
Foi tudo tão de repente
Meu texto era outro. Pena!
Amanhã vou refazer
Mudar o plano
Ledo engano.
Viver não tem receita
Cada dia vira um sonho
Nesse rascunho medonho.
Praia do Machado, Angra dos Reis, 20 de fevereiro
de 2009
Curtindo o carnaval com Léo
SOCIAL – INTERNET
Estou na rede
(Publicada no Galinha Pulando, enviado para
ANAJUSTRA, Pragmatha)
Quando quero amigos
Vou ao Orkut
É tão simples, tão divertido
Como comer iogurte
E se lambuzar todo
Na internet busco jogos
É melhor que ir à rua
Em casa, no conforto,
Não tropeço nem levo tombo
Comprar música ou um filme
Faço tudo pela net
Um download me ajuda
É melhor que ir à loja
Minhas fotos eu não imprimo
Tenho álbum virtual
No Pikasa, no Orkut
É melhor não sair de casa
Vejo filmes no Youtube
Mando news pelo Twitter
Converso pelo MSN
Sou global e estou em casa
Até namoro pela rede
Sem jamais pegar um vírus
Doença virtual não me pega
Tenho armas contra isso
Só não consegui ainda
Beijar e abraçar pela rede
Mas espero que um dia
Os PC’s possam sentir
Nesse dia irei amar
Viver, sonhar
Tudo isso sentadinho
Sem sair da internet...
Estou patrocinado, busco novas tecnologias, estou
no mercado virtual, minha web 2.0 me promove, vou a eventos nas nuvens.
Salvador, 15 de junho de 2009
"Alice não é boba" conta a história
de um homossexual bem sucedido que busca o amor nas esquinas da vida...
Sofre decepções, desapontamentos, traições,
continua na luta até encontrar a felicidade, ou o início de um novo ciclo de
dor e lamentações...
AMOR
Meu amor
(antologia do amor)
O amor que sinto
É algo maior que eu
Maior que você
Maior que nós
Este sentimento
Que me alimenta
Sustenta meu corpo
Anima meu ser
Não dá pra medir
Não posso negar
Este sentimento
É tudo o que há.
Salvador, 11 de junho de 2009
Para Léo
AMOR – DECEPÇÃO
Morte e Vida
(Poeart – Jean Carlo/ Revista Cá Entre Nós)
(Para Varal do Brasil)
(Livro Delicatta)
Morrer vivo
Aos pedaços
Mutilado aos poucos
Pela alma, pelo coração
É a pior morte.
Sorte tem quem é atropelado
Cai de lage
Toma tiro perdido
Não volta da mesa de cirurgia
Tem ataque cardíaco.
Mas quem morre aos poucos
Sofre todo dia
Amargura o espírito
Envenena a alma
E vai murchando
Perdendo a fé
Se desiludindo com a vida
Aumentando a ferida
Tentando suportar a dor
Que massacra o peito
Não tem jeito
Se não se conformar
A dor piora
E se aceita a dor
Antecipa sua hora.
26 de julho de 2009
Para Léo
AMOR – DECEPÇÃO
Caí do meu sonho!
(Publicado na Magriça)
Pensei em morrer, desistir da faculdade
Desistir de tudo
Lembro que você falou “estou sentindo uma agonia no
peito”, quando a gente discutiu sexta-feira passada;
Lembro que você me disse que estava com medo de eu
terminar contigo.
Eu não tenho músculos, peito, perna, rosto, mas
tenho alma.
Nunca vou ser um príncipe encantado, nunca vou me
transformar de SAPO em outra coisa.
“Beijei aquele pescoço, aquele peito. Ele me touxe
de carro até o Fórum”.
“O viado vai passar uma semana no Rio e eu vou
chamar todo mundo pra fazer um surubão aqui... Eu ligo pra saber onde ele
está”.
Eu quis achar que você tinha me visto e que tudo o
que falava era apenas uma pegadinha...
Salvador, 26 de julho de 2009
AMOR
Tudo pelo seu amor
(publicado na Magriça)
Abro mão de minha família, de meu filho, de minha
sobrinha, amigos
Abro mão de mim mesmo...
Não passo de um velho que pensa que sabe tudo...
Sou apenas um leão cansado de guerra
Cujo urro não assusta mais ninguém...
Meus sentimentos não importam
Não posso contra o mar
Não tenho força contra a tempestade
Vou sentar e deixar o vento soprar
E aos poucos ir levando pedaços de mim...
Pensei que eu existia
Achei que eu tinha uma presença
Descobri que sou apenas um fantasma
Uma lembrança de um vulto do passado.
26 de julho de 2009, 07:30 horas
SOCIAL
Sou África
(Antologia
quatro poetas Brasil, Portugal e África)
Sou bela, sou negra
Tenho cabelo duro
Apesar do passado
De dor e grilhões
Eu me orgulho
Altiva, nativa
Mulata ou mestiça
Sou pele, sou alma
Tenho pé chato
Quadril largo
Nariz achatado
Tenho raiz
E ela me diz
Que sou Deusa
Rainha e Princesa
Sou plena e total
E também sou mito
Sou gente, real
Eu luto e grito:
Nem menos, nem mais
O que eu exijo
São direitos iguais!
Salvador, 01 de agosto de 2009
REFLEXÃO
Para antologia que será publicada na Itália
Vinho, vinha...
(Valdeck Almeida de Jesus)
(Publicado na Magriça)
(Livro Delicatta)
O que me liga à Itália?
O vinho?
Este néctar dos deuses
Me “liga”, me desliga...
Estou em minutos
Não estou mais,
No Velho Mundo,
Mas estou imundo,
Bebi demais!
Ah! Já sei, limitarei
Minha dose!
Mas com limites, não posso voar...
Que fazer para viajar nas vinhas,
Nos parreirais?
Já sei, vou beber mais!
REFLEXÃO
Anjo Pecador
(Publicado na Magriça)
(Livro Delicatta)
Sou capeta o dia todo
Sou Deus de vez em quando
Fumo, bebo, roubo e mato
Finjo ser santo, por trás do manto.
Sou puto, confuso, mentiroso
Desafio às leis e regulamentos
Desobedeço, sempre, a tudo
Iludo, engano, sou um jumento.
Uso drogas, me masturbo
Faço tudo o que é proibido
Uivo louco na libido.
Não tenho medo do inferno
Só não quero viver no inverno
De uma vida sem poesia.
14 de novembro de 2009, evento Fala Escritor
AMOR
Amor errante
(Para concurso LABECA)
(Concurso Suzano)
(Livro Delicatta)
(Antologia Alma Brasileira)
Vivo em busca da paixão
Do fogo, do calor que arrepia
Corro feito louco, todo dia
Atrás de uma forte sensação.
Planejo, minuto a minuto
O encontro com meu amor
Suspiro, respiro forte
Quero muita sorte.
O amor é fugidio
Se esquiva de mim
Me deixa no vazio
Não quero viver assim
A tremer de frio
Sem você perto de mim...
SOCIAL
Mês do Natal
Sou louco
(publicado em vários sites)
(Antologia da Paz – Pragmatha, antologia do amor)
(Concurso Nosside)
(Concurso Bancários)
(Livro Delicatta)
(Antologia Lusófona)
(CAPPAZ)
Quero transformar:
A mentira e a traição em confiança;
Louco para fazer da fome, mesa farta;
Da indiferença, atenção;
Sou louco para fazer da roubalheira,
Divisão igualitária de riquezas;
Da corrupção, compaixão;
Sou louco para fazer da violência,
Equilíbrio social;
Sonho em fazer do frio, abrigo;
Do aborto, um abraço afetivo;
Sou louco para fazer do desamor,
Carícia;
E da ganância, solidariedade.
Só assim teremos paz!
REFLEXÃO
Tenho medo da solidão (?)
Não sei, pois gosto de ficar só, ter o controle de
minha vida, sensações...
Ao mesmo tempo sinto vontade de presença, de
amigos, de namorado.
Mas estar com pessoas me torna um não-eu. Tenho que
ser outro, um ator, um ser que não conheço, e que me incomoda.
Não estou adulto, se adulto é não mais se incomodar
com a presença de outros. Ainda sou aquele que se esconde atrás da porta quando
chega alguém estranho. Escondo-me por conveniência, medo ou insegurança.
Estar com outras pessoas me tortura, me tira a
liberdade de ser eu, completamente eu.
Fico pensando que sou misantropo, mas logo revejo
isso e afirmo que sou o verdadeiro eu somente quando estou sozinho ou com meu
parceiro.
Não sei mostrar nem quero ser o verdadeiro eu
quando estou no meio de pessoas. Não sei ser completamente eu quando há olhares
e ouvidos atentos aos meus movimentos e ações.
A ideia de ser refém de mim, dentro de minha casa,
não me agrada. Ser gay, ter um namorado gay e ao mesmo tempo ter que me
policiar na rua, no trabalho, na praia, no show, no mercado e, ainda por cima,
dentro de minha própria casa – quando tenho visitas -, me dá a sensação de
prisão,claustrofobia e sufocamento.
Gosto de ficar no meu mundo, seguro.
Salvador, 17 de janeiro de 2010, às 12:26 horas
HOMENAGEM
A biblioteca
(VIII Concurso Literário de Bento Gonçalves)
(Banco Capital)
(Concurso DRACA)
(CAPPAZ)
Uma casa cheia de livros
Nas mesas e estantes
Para que serve
Se não tem visitantes?
Para estudo, pesquisa
Para guardar informação?
Para leitura, descanso
Empréstimo ou doação?
É um lugar de silêncio
Com funcionários e leitores
Em uma grande harmonia?
É isso tudo e também
Lugar de aprendizado
Biblioteca é alegria!
REFLEXÃO – PROTESTO
Hoje é meu último dia de vida
Vou xingar o guarda
Jogar pedra na igreja
Quebrar o carro da polícia
Mandar meu chefe tomar no cu
Comer tudo que não posso
Incomodar os vizinhos
Cuspir na cara do juiz
Fazer sexo sem camisinha
E tocar fogo na bíblia
HOMENAGEM
Casa das Rosas
(concurso Casa das Rosas)
Autor: Poeta do Amor
(Banco Capital)
(Concurso DRACA)
(CAPPAZ)
Paulista, paulistana, rosa e sublime
O Espaço Haroldo de Campos é assim:
Briga com a arquitetura da Paulista
Insiste em ser rosa, no meio do cinza…
E mais: canta e encanta, com ou sem garoa
Espalha poesia na cidade de cimento armado
Acolhe poetas, escritores, sonhadores…
Pulsa firme e injeta vida-poema nas veias de Sampa…
REFLEXÃO
Esperança
(Agenda Literis 2011) (Galinha Pulando)
Enquanto há vida há espaço para lutar
Lutar por melhorias, brigar por amor
Enquanto há vida há tempo para mudar
Mudar de vida ou mudar de atitude
Experimentar novidades e evoluir
Enquanto há vida há tempo de dialogar
Falar de paz, falar de solidariedade
Falar e agir, com responsabilidade
Mude de atitude, enquanto há vida
AMOR – TRISTEZA
Tu e eu…
(Concurso Sindjufe)
(Livro Delicatta)
Saudade…
Sinto vontade de ter 20 anos…
Quero voltar no tempo
Ser, de novo, um adolescente,
Sorrir, brincar, descompromissado,
Sonhador, esperançoso,
Motivado a "correr atrás",
E acordar, todo dia, disposto…
Tento estar em todos os lugares,
Fazer todos os gostos,
Brigar, amar, abraçar, pedir desculpas,
Mas o peso dos anos não me permite mais
Estar, estar, estar…
O cansaço, a responsabilidade,
Tudo me demanda tempo, me demanda atenção…
Fico somente com o abraço na hora de dormir
E isso é tudo.
E isso, que é tudo, é tudo mesmo.
E mesmo que eu queira acordar meio dia,
Dormir de tarde, não consigo…
A velhice do tempo me levou o ar…
Tento viver, cada segundo, cada milésimo,
Para não perder o que já perdi sem ti…
Mas nem sempre a agenda nos favorece…
Então, libero, finjo que não ligo,
Mas sinto a falta, numa noite, noutra noite…
Até que o último suspiro me leve…
(Para Leo)
Salvador, 01 de abril de 2010
REFLEXÃO
Libertar-me
(Antologia Antoniela) (Galinha Pulando)
(Livro Delicatta)
Do medo da perda
Do medo da solidão
Da dependência do outro
De sonhar o sonho do outro
De angustiar-me com a angústia do outro;
Preciso me sentir completo
Quando sozinho ou acompanhado;
Preciso me valorizar
Me amar, me sentir inteiro.
Salvador, 19 de abril de 2010
HOMENAGEM
A morte e a vida de um poeta
(Antologia Antoniela, Varal do Brasil) (Galinha
Pulando)
(Livro Delicatta)
(Congresso da União Brasileira de Escritores)
(Antologia Bar do Escritor)
(CAPPAZ)
Um poeta morre todo dia,
E não apenas no dia da sua morte.
Sorte, má sorte, é para quem vive
A ilusão da vida eterna
Eternamente no corpo.
Para o poeta, o que importa,
De verdade, é o passado, o futuro,
Algo que não se toca, não se pega.
O poeta vive o invisível, o não vivido.
O dia a dia do poeta é sofrido,
Não medido, não visto, não visitado.
A morte, com sorte, é apenas uma passagem
A uma nova vida, sonhada, não vivida
Sofrida, impossível, etérea.
Vai poeta, abraça teu futuro e teu passado
Voa, poeta. O infinito te espera,
Colossal, improvável, invisível...
Vai poeta, recita, declama,
Faz parte do universo,
Faz da vida um verso...
Valdeck Almeida de Jesus
Para Damário da Cruz
22 de maio de 2010
São Paulo-SP - Jardim Ângela
HOMENAGEM
Pablo Neruda
(ArtPoesia)
Nascido Ricardo Basoalto
Viveu e morreu Pablo Neruda
Poeta da Paz, da Vida
Vanguardista, Modernista
Que emblema, que rótulo
Poderia limitar um poeta?
Neruda, Reyes, não importa
O homem, o mito, se fundem
Confundem-se, também,
A obra com seu criador
Filho de operário
Neruda foi doutor
Homem de três casas
Amante em “La Chascona”,
O poeta virou carteiro
Ou o carteiro, poeta...
Não importam as etiquetas
As marcas, os títulos
Neruda é o que é
Salvador, 07 de junho de 2010
AMOR – REFLEXÃO
Um corpo
(Antologia
Lusófona)
(Antologia Alma Brasileira)
(Celeiro)
Quero mais que um par de olhos,
Quero um olhar de carinho;
Mais que um par de mãos,
Quero um afago;
Mais que uma boca,
Uma palavra amiga;
Mais que um par de ouvidos,
Alguém que me escute;
Quero mais que presença,
Quero companhia;
Mais que duas pernas
Mais que um corpo
Muito mais que um nariz.
Quero alguém que me entenda
Saiba da minha carência
Preencha minha solidão
Afague meu ego
Proteja-me na escuridão da noite
E me ame.
Salvador, 15 de junho de 2010
PENSAMENTOS
Mentiras são metáforas da vida;
Verdades são meias mentiras;
Sinceridade é não dizer tudo que se sente.
16 de maio de 2010
As lágrimas queimam meus olhos…
Querem me cegar.
Não sei se choro ou se furo cada olho.
16 de maio de 2010
Não quero me acostumar com isso: já são TRÊS FINAIS
DE SEMANA como este. Os dois anteriores começaram na quinta. E este já começa
na QUARTA.
Você sai e não volta e vai beber e fumar.
Domingo você me disse que não queria me perder e
que as coisas iriam mudar…
21 de maio de 2010
Deus, jogue um raio sobre minha cabeça;
contamine-me com uma doença incurável; me mate com um enfarte fulminante…
Mas não me deixe viver uma mentira.
13 de junho de 2010
HOMENAGEM
Minha Mãe
(Varal do Brasil) (Galinha Pulando)
(Livro Delicatta)
(Celeiro)
Onde quer que estejas
Sinto-te presente
Pois tua imagem
Não sai de minha mente
Horizonte, esteio, escora
Mão e ombro amigos
Apoio pra toda hora
Sempre esteve comigo
Ontem te conheci aqui
Hoje já não mais existes
Só a lembrança persiste
Sentir tua existência
Esperar tua presença
Não me deixa triste
Salvador, 07 de maio de 2010
REFLEXÃO – CONSELHO
Um sonho
(Concurso Academia de Belo Jardim)
(Livro Delicatta)
(Varal do Brasil)
(Celeiro)
(Um poema em cada árvore)
Quando se sonha só
Nada acontece
A não ser sonhos
Como disse o poeta
Pra realizar um sonho
Várias mãos são necessárias
Força, vontade, movimento
Construção demanda tempo
Querer e caminhar
Pé firme na estrada
E aí a coisa anda
Firmeza, insistência
Boa dose de paciência
São as bases da existência.
De Val para Léo
06.07.2010
Amarga e ensolarada manhã de julho
AMOR – TRISTEZA
Nego,
(Banco Capital)
Tenho saudade de tudo:
De ver você dormindo…
Te ver sentado comendo aipim e vendo os clips
Brincando na Fazenda Feliz
Falando dos trechos dos livros
Chegando do teatro, cansado…
Não sei se é paixão ou loucura, se estou certo ou
errado… mas o que é a vida senão uma sucessão de dias sem sentido e outros com
muitos significados?
Anteontem eu estava morto
Ontem eu nasci
Hoje estou num pesadelo
Amanhã vou renascer
E, assim, num universo diferente a cada dia, vamos
aprendendo e desaprendendo a viver…
Planejando o futuro e todo dia fazendo um novo
futuro…
É a vida, sempre fascinante.
Salvador, 05 de julho de 2010
De Val para Leo
AMOR – TRISTEZA
Devolve minha metade
(Um poema em
cada árvore)
Eu era só, inteiro
Você me despertou
Me fez me sentir metade
Me completou, preencheu
Me fez sentir felicidade
Pra você eu era único, eterno
Te alegrava, te fazia sorrir
Minha presença te fortalecia
Você, que era só, agora tinha eu
E, juntos, éramos dois em um
Daí você cresceu, ficou forte
Perdeu o medo da solidão
No meu lugar colocou muitos
Sair comigo virou tormento, aflição
E eu, que era inteiro, virei metade
Metade riso, metade lágrima
Busquei, em vão, tua presença
Pra você eu não era mais eterno
Pois outras novidades te faziam rir
E tuas asas fortes te levaram longe.
24 de julho de 2010, 06:30 hs
Quarto frio e solitário
AMOR – TRISTEZA
Transação ou Estou Morrendo
(Antologia Lusófona)
(Celeiro)
Ele sai, faz amor com outros
Troca meu amor eterno por uns momentos de tesão
Satisfaz um desejo carnal
E me esvazia
Me seca a fonte de fantasia.
Pago um preço alto
Por sentir amor verdadeiro
Sofro uma dor lancinante
Por querer ele por inteiro
Aos poucos perco tudo
Corpo, alma, coração
Viro um ser fantasmagórico
Oco, vazio, sem emoção
Tenho medo de virar inexistência
Perder minha alma, essência
E a capacidade de amar por inteiro.
Salvador, 01 de agosto de 2010
AMOR – TRISTEZA
Vai amanhecer
(Banco Capital)
E o sol vai trazer mudanças,
Energia e vida.
06 de agosto de 2010, 2hs
Não devo correr atrás de ninguém, nem me rebaixar.
Não devo pedir abraço, beijos, carinhos...
Tenho meus valores.
12 de julho de 2010, às 09:53hs
AMOR – TRISTEZA
Tenho repetido,
(Banco Capital)
Esqueço amigos, família,
A mim mesmo...
Invisto tempo,
Dinheiro, sentimentos
Nas pessoas.
Elas ficam boas e vão embora.
E eu fico sozinho...
18 de julho de 2010, 13:13hs
AMOR – TRISTEZA
Quem sou eu
(Um poema em
cada árvore)
Sou quase invisível...
Quase sem corpo...
Quase sem alma...
Não preciso conversar nem ouvir...
Não preciso ser tocado nem acariciado...
Não preciso de diversão nem de companhia...
Não preciso de sexo nem de amor...
Não preciso ser visto nem mostrado...
Afinal, não sou marido, amante, “ficante” ou
namorado...
Eu sou “o cão” e “a desgraça”...
Sou o indesejado e o que incomoda...
Sou “o certinho” e o inconveniente...
Não sirvo pra companhia por ser careta e
inoportuno...
Sou supérfluo e dispensável,
Perfeitamente descartável...
Não sirvo pra praia, bape-papo,
Academia ou mercado...
Sirvo pra ficar em casa, fazer mandado
Ou dar recado...
Enfim, sou inexistente...
Salvador, 11 de agosto de 2010, 23:24hs
REFLEXÃO
Para onde fugir?
(Concurso Academia de Belo Jardim)
(Celeiro)
(CAPPAZ)
Há quem minta, invente uma vida paralela…
Há quem viva uma vida paralela e invente que não vive…
Mas… paralela, real, imaginária…
A vida é mágica… e nada escapa a quem tudo vê…
Paralelamente a tudo
Deus está nos observando:
Drogado, viciado, mentiroso
Fingido, traidor, traído…
Tudo é observado…
Nada escapa…
E ninguém se livra…
Vida, morte, pós-morte…
Não existe sorte.
Destino é o que se faz…
Salvador, 08 de dezembro de 2010
HOMENAGEM
Escritor Valdeck Almeida
Vou lhe contar a história
De um homem lutador,
Essa eu posso confirmar
Pois é homem de muito valor,
Conheço sua história e tudo
que ele passou.
Valdeck é um poeta espetacular,
Quem duvida tem que vê-lo
Suas poesias declamar,
Ler suas Antologias
Pelas letras viajar.
Leiam suas colunas em jornais,
Revistas, em todo lugar
Delas aprenderá que todos podem
escrever e sonhar,
Valdeck abre portas no FALA ESCRITOR
Para você falar
E junto com o seu fundador
Leandro de Assis oportunidade lhe dar.
Esse Projeto todo mundo expia,
Grande é sua euforia
Homem de fé, sonhador,
Por muito tempo seu sucesso sonhou
Por seus méritos Deus lhe abençoou,
Hoje ele é conhecido seja onde for,
Tudo isso ele conseguiu
Com honestidade profissionalismo e amor!
Amigo siga em frente,
Seja um historiador,
Não se deixe derrotar
Pois você é grande escritor.
Ninguém nesse mundo tem poder para mudar
As páginas escritas do seu livro
Que lá no Céu escrito está.
Sandra L. Stabile
26/11/2009
CRÔNICA
Fim de Ano
(Pragmatha)
É hora de a gente tentar ser
"politicamente correto" e sair abraçando todo mundo, dando beijinhos
e desejando Boas Festas!!! Sempre achei isso meio mecânico e ultrapassado, mas,
devido à correria da vida dita "moderna", é quase impossível falar
diretamente com cada amigo, cada pessoa em especial, de forma individual.
Por favor, não entendam esta mensagem
como direcionada a vocês, individualmente. Eu a escrevi, apenas, como uma forma
de desabafo, um quase-protesto...
O que eu gostaria, mesmo, era poder
reunir todos os meus contatos (amigos, irmãos, colegas de trabalho, de
faculdade, leitores, fãs) num grande salão, onde pudéssemos nos olhar, nos
tocar, sentir a emoção das palavras, o clima do lugar... Como isso não dá para
fazer, desejo a cada um, virtualmente, que 2011 seja um ano repleto de sucesso
profissional, cheio de luz positiva e que Deus possa acompanhar os passos de
cada um de vocês...
Beijos no coração!
Valdeck Almeida de Jesus
Jornalista, Escritor e Poeta
CRÔNICA
Natal do Ataque de Nervos
(Antologia Bar do Escritor)
Meu dia estava indo tranquilo, até a hora que
resolvi sair de carro, às 19 horas do dia 23.12.2010, para pegar uma pessoa.
Foram duas terríveis horas num trânsito desgraçado, a porra do telefone saindo
e entrando de área, como se todos os diabos estivessem soltos para infernizar a
minha cabeça.
Rodei feito um louco, estacionei no shopping
Iguatemi, para ficar em segurança, enquanto aguardava que a pessoa me ligasse
de volta de um telefone público ou de um outro número qualquer. Esperei por
mais de duas horas e nenhuma ligação veio… Eu estava com pouco crédito e, por
isso, liguei para uma anta para que ela fizesse ligações de casa para a pessoa
que eu estava procurando no meio do inferno que é esta cidade de Salvador em
época de Natal.
A anta, ao invés de ligar pra mim do meu fixo,
ficava dando “toque” de uma porra de um fone CLARO ou TIM. Como eu ia atender
aquelas porras, sendo que a porra do meu fone é OI e eu tava com pouco crédito?
Além do pouco crédito, a todo instante aparecia a mensagem no visor “somente
chamada de emergência”. Era o reflexo do incêndio que consumiu o prédio-cérebro
da OI em Salvador. Tive que gastar quase tudo para explicar para a
anta me ligar do fixo.
Pra completar, as desgraças dos consumidores,
frequentadores do shopping, ficavam falando alto, se tombando em mim, cheios de
sacos e sacolas, parando em minha frente, olhando vitrines, como lobos famintos
ao ver uma presa fácil. Ai que vontade de metralhar todas aquelas desgraças…
Por isso que acontecem tantas mortes em locais públicos nos Estados Unidos e
nunca se levanta a hipótese de o assassino-louco estar sob forte pressão
decorrente da vida “moderna” imposta a todos.
Rodei Pituba, Orla, Stiep, Costa Azul, Iguatemi,
tentando encontrar o local onde a pessoa disse que estava… Sem um ponto de
referência, sem um nome de rua, sem uma ligação me dizendo onde estava, como eu
ia encontrar??? E, depois que cheguei em casa, já exausto e estressado feito
uma porra, a pessoa chegou e nem sequer me atende o chamado para conversar,
para que eu explicasse os motivos de nossos desencontros…
Esta é a cidade da desgraça, do trânsito dos
infernos, do povo grosso, que joga o carro em cima de quem está dirigindo
devagar. Ninguém quer saber se a lentidão de alguns motoristas é por medo de
dirigir rápido, por estar cansado ou por outro motivo qualquer. Terra de
Felicidade da Desgraça! Aqui é o inferno!
Dezembro de 2010
REFLEXÃO
I came from nothing
And became everything
With you
Now I am nothing, again
And you want to gain from me
All I have done these days…
· Where
is love?
· Where
is humanity?
· Where
are the promises?
· Is
your heart cold?
· Is
your sol made of stone?
My badroom, 17.12.2010 20:30hs
CRÔNICA
Sobre a insensibilidade generalizada
(Banco Capital)
(Um poema em cada árvore)
Nesse corre-corre da vida, todo mundo vira estátua, mesmo. Não tem como
ser diferente. Estamos, cada qual, numa ciranda em busca de dinheiro, fama,
anonimato, individualidade, o que nos impede de compartilhar, dividir,
solidarizar, abrir o coração.
Sentimento e afetividade estão fora de moda. A onda agora é pegar e
largar, passar por cima e fingir que não viu.
Só os poetas ainda fingem estar na época em que todo mundo era humano...
Valdeck Almeida de Jesus
Poeta, Escritor e Jornalista
CORDEL
Cordel do Picão Encantado
Autor: Valdeck Almeida de Jesus
Vou te contar a história
De um grande personagem
Que vive todo encolhido
Com medo de sua imagem
Ser espalhada nas ruas
Desta e de outras paragens.
Dizem que é grosso e grande
Mas eu mesmo nunca vi
Alguns dizem que é gostoso
Não provei nem vou sentir
Quem pegou se apaixonou
Por isso mesmo eu fugi.
Quem pegou se apaixonou
Não consegue mais parar
Vive num mundo encantado
A sorrir e gargalhar
Quem quiser ser mui feliz
Vai correndo procurar.
O homem vive pensando
A mulher vive também
Ele porque possui
Ela porque não tem
Os dois só pensam em pica
Máquina de fazer neném.
Muito mais do que criança
O picão dá é prazer
Muita gente experimentou
Não parou mais de fazer
Se agarrou com a manjuba
E trepou até morrer.
Mas tu acha que somente
Homem e Mulher pensa nela
É porque tu não conhece
O homem que é cravo e canela
Pois ele também gosta disso
Da grande, da feia e da bela.
O negócio é encantado
Faz todo mundo querer
Quem não tem a de verdade
Vai na loja pra escolher
Pois o que importa mesmo
É ter carne pra comer.
O macho pega lá nele
Com medo de escapulir
Confere o dia inteiro
Para o bicho não sumir
Pois vale mais que dinheiro
Mesmo se o pau não subir.
No meio das pernas a trouxa
Que parece volumosa
Deixa a galera encantada
Muita gente curiosa
Esperando uma noite longa
Com beijo, abraço e sem prosa.
O problema da aparência
Pode causar confusão
Quando parece que é grande
Mas na hora não é não
Era tudo saco e ovo
Causando uma grande ilusão.
E a noite tão esperada
Vira pura frustração
Quem queria levar rola
Fica mesmo é na mão
Olha pra pica pequena
E cai logo em depressão.
Tamanho não é documento
Diz aquele sabidão
O melhor é funcionar
Deixar quem gosta, doidão,
Pela frente ou pelas costas
Trabalhar feito um vulcão.
Aquele sonho encantado
De achar o teu picão
Pode acabar num segundo
E você ficar na mão
Então segure a rolinha
Até achar um rolão.
Se achar um bom roludo
Magro ou gordo na quebrança
Se amarre ao teu pintudo
Caia logo nessa dança
Trepe muito a noite toda
E não se importe com a pança.
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