Concluído em 17 de julho de 2007
ESTE LIVRO CONTÉM “TODAS” AS POESIAS ANTIGAS.
Fragmentos de um amor inexistente
Aqui eu apresento várias poesias que talvez não
apresentem nada em comum; mas eu as vejo como sendo interligadas entre si,
pedaços que nunca completam um todo. Poemas que jamais terminam no ponto final
e nunca voltam ao ponto de partida. Toda poesia que faço é continuação de uma
anterior, e passo para uma seguinte. Sempre estou criando, recriando, refazendo
cada poema...
(16 de setembro de 1986).
PROJETO 30 ANOS DE POESIA e Antologia Cidade – Abílio Pacheco
(Galinha Pulando) (Sandra Veroneze – Pragmatha fev/2009 e Projeto para
ONGs 2010) (Varal do Brasil)
ECOLÓGICO
Amor
com ela
(Livro cinco
línguas)
Ela me quer
Ela me ama
Ela me beija
E não reclama.
Dá-me a vida
Faz-me feliz
Ajuda-me sempre
Sempre me quis.
Ela me adora
Não me deixa só
Por mim ela desata
Da vida o nó.
Não a ajudo
Não a recompenso
Faço pouco por ela
Só em mim penso.
Ela é a natureza.
Eu sou o homem.
(29 de agosto de 1986).
ENGRAÇADA
Poesia sem pé nem cabeça
Comprei uma lancha, para lanchar
Para beber, comprei uma babá
Comprei uma mata, para matar
Comprei um monte, para montar.
(29 de agosto de 1986).
Deus, te pedi e não esperei resposta, mas Tu me
destes o que necessito. Obrigado.
(05 de setembro de 1986).
Dos lábios dos sábios, saem palavras sábias.
Sabias?
(04 de agosto de 1986).
ENGRAÇADA
Eu e os políticos (Paródia) (GALINHA PULANDO)
Eu chupo limão
E Haroldo, Lima
Eu sou terrestre E
Josaphat, Marinho
Eu compro xícaras E Waldir, Pires
Eu compro velas E Roberto,
Santos
Eu tenho jaqueira E Otávio, Mangabeira
Eu sou velho aqui E Juracy,
Novato
Eu crio
ovelhas E Durval, Carneiro
Eu sou filho E Delfim, Netto
Eu gosto de
limoeiro E Dante, de Oliveira
Eu gosto de cedro E Simões, de
Carvalho
Eu sou
injusto E José, Leal
Eu compro lotes E Joaci,
Campos
Eu mato xícaras E
Geraldo, Matta Pires
Eu sou
craque E Lomanto, Júnior
Eu sou
morte E Idailton,
Nascimento
Eu sou boi E Anísia, Tourinho
Eu sou alfa E Benito, Gama
Eu compro
fechaduras E Aureliano, Chaves
Eu compro Bahia E João,
Amazonas
Eu faço fogo E Tancredo, Neves
Eu tenho tanque E Ana,
Rios
Eu como frango E
Chico, Pinto
Eu fui comprado E Celso,
Furtado
Eu como
peru E Jarbas, Passarinho
Eu faço telas E Jânio, Quadros
Eu mato a fome E
Jarbas, Passarinho
Eu crio por E Nilo, Coelho,
Eu como
peru E Magalhães, Pinto
Eu vivo
séculos E Giocondo, Dias
Eu planto coqueiro E Raimundo, Cafezeiro
Eu mereço cadeia E Newton, Cruz
(21 de agosto de 1986).
A vida não é ruim
Ruim é descobrir que seus melhores amigos, unidos
numa só voz, num só grito, numa só luta, não confiam em você e te vigiam
dissimuladamente.
(10 de agosto de 1986).
Minha consciência sempre me buzina quando fujo ao
controle dela.
Esse povo ruim é um verdadeiro caos nos deixando
inquietos.
Vivo com o coração me dizendo o que devo e o que
não devo fazer.
Esse mundo-demônio acaba com os meus propósitos,
tentando me desviar dos meus objetivos.
No poço do meu ser, ainda possuo muita coisa boa
para exteriorizar.
(10 de maio de 1986).
Sentir-se observado não tem muita influência no
modo de pensar e de agir, pois muitas vezes sabemos quais as intenções do
observador.
O que influi, e muito, no modo de um ser é sentir
que, depois de muito tempo de convivência com seus amigos, ainda não pode abrir
a boca e dizer algo sem importância sem ser censurado.
(10 de agosto de 1986).
MULHERES
Maria Meire dos Santos (GALINHA PULANDO)
Em momentos de angústia
Sentia paz em teu amor
No amor que me dava vida
E me deixava com calor.
Você foi como uma flor
Que antes mesmo de nascer
Veio o sol, a seca, a morte
E te fez desaparecer.
Me matou e me ensinou
Que a vida é cruel
De mel ela não tem nada
Ela amarga como fel.
Em contraste com a vida
O jiló tem mais doçura
Em metáfora com o Saara
O amor tem mais secura.
As lágrimas são sem motivo
Quando rolam pelo amor
O sofrer não tem nem lógica
Se é por alguém de vil valor.
A paz é uma grande mentira
A guerra é uma grande ilusão
Todos têm intimidade
Com loucura e razão.
Pouco caso você fez
Do meu grande sofrimento
Não gostei do que senti
Pois foi um grande tormento.
De você não esperava
Tamanha decepção
Vejo agora que você
Não vale nem um tostão.
Grande besta que eu fui
Em gostar de uma pessoa
Estava cego e agora vejo
Que você é uma à toa.
Como eu fui idiota
Em querer te conquistar
Pensando que você fosse
Uma grande super star.
Você não teve a culpa
Pelo otário que eu quis ser
O idiota aqui fui eu
Em querer te merecer.
Vejo agora que fui cego
Quando olhava para ti
Vendo só as qualidades
Os defeitos eu escondi.
Você agora é um nada
E já é inexistente
E quando eu te esquecer
Ficarei muito contente.
E mesmo com esse ódio
Continuo aqui regando
A plantinha do amor
Que por ti tô cultivando.
(03 de julho de 1986).
IRÔNICA
Resposta ao Adaelçon dos Santos Silva
Meu amigo Adaelçon
E colega da Inspeção
Eu te dou esta resposta
Não fique com raiva não
Talvez seja uma piada
Ou até uma gozação.
Se você se dirigisse
Para mim com educação
E não aos gritos dizendo
"Ô Valdeck, varra o chão"
Eu talvez te atendesse
E te daria uma mão.
Te daria uma mãozinha
Para varrer este chão
Da sala do vestiário
Da sala da Inspeção
Pra você não varrer só
Sem ajuda de um irmão.
(27 de maio de 1986).
AMOR
Poesia para você
Gostei do teu jeito, teu gesto, teu gosto.
Quero ter você para mim, todinha para mim
Procuro, de todas as maneiras, conquistar teu
coração, pegar você
Por favor, não fuja de mim.
Se tem alguma simpatia por mim, não deixe que o
tempo faça de nosso caso uma coisa impossível de realizar.
Permita que eu te dê todo o amor que possuo, sem limitações
e sem medos.
(09 de abril de 1986).
SOCIAL
PROJETO 30 ANOS DE POESIA
(Galinha Pulando)
Sem condições sociais
Tem um povo que não sabe
O que é educação
Vive só porque nasceu
Neste mundo que é grandão
É pior que animais
E que não tem compaixão.
Anda sobre as nossas ruas
Parecendo que é o dono
Nem se importa com os demais
Já pagaram pelo sono
Ou se ainda não pagaram
Já se sentem lá no trono.
Bebe água em copo sujo
Não gosta de se banhar
E quando toma um banho
É melhor que não tomar
Porque toma lá na lama
Para muito se sujar.
(30 de outubro de 1984).
IRÔNICA
PROJETO 30 ANOS DE POESIA
O bairro Pau Ferro
O bairro Pau Ferro
É feio e horroroso
Não tem nada de bom
É todo sem tom
Em nada gostoso
E quando descerro
Ouço logo um berro
Ouço logo um boom
Estouro estupendo
E fico me vendo
Num mar tenebroso
Olhando e correndo
Do mar que horripila
O bairro e a vila
Nas quais eu vivendo
Eu vivo morrendo
Morrendo sem ver.
(23 de março de 1986).
IRÔNICA
Mamãe, amor desta vida
Minha querida mãezinha
Das duas faces rosadas
Eu quero te dar um beijo
Na tua cara descarada.
Mamãe minha mãezinha
Mamãezinha do coração
Meu maior desejo mamãe
É te dar um bofetão.
Mamãe querida mamãe
Rosa linda deste mundo
Eu desejo beijar tudo
Menos o teu rosto imundo.
Mamãe amor desta vida
Mamãe querida demais
Tão bonita que parece
A filha do Satanás.
Mamãe te quero demais
Te quero pra mim neste lar
Mas se tu não me quiser
Que você vá se lascar.
Neste mundo não tem nada
Melhor do que uma mãe
Mas também não tem uma coisa
Pior do que uma mãe.
Toda mãe que aqui existe
É cheia de paz e amor
Toda mãe que aqui existe
Só tem é pouco valor.
(21 de agosto de 1985).
REFLEXÃO
PROJETO 30 ANOS DE POESIA
Flor - alegria
Flor - tristeza
Contrastes da vida
Alegria - tristeza
Amor - ódio
Vida - morte
Um vive dependente do outro
(22 de junho de 1986).
Você sabe o que é o amor? Não é diferente de
atração sexual? Você ama? Que bom que é amar, não é?
(01 de julho de 1986).
Nunca meça os outros com a medida que você usa
para medir a você mesmo.
(17 de setembro de 1986).
Nosso maior inimigo é a gente mesmo. Se a gente
não se conhecer, não se estudar, não poderemos saber que reação teremos diante
de cada situação que a vida nos apresentar.
(21 de junho de 1986).
SOCIAL - PROTESTO
Senhores políticos
(Galinha Pulando)
Queremos mais saúde
Queremos mais limpeza
Pois somos bonzinhos
Não nos tratem com dureza.
Estamos esperando
Pois em toda eleição
É sempre a mesma promessa
Depois nos dizem que não.
Saúde e limpeza
Todos nós queremos já
Porque não mais aguentamos
Muito tempo esperar.
(08 de agosto de 1986).
HOMENAGEM
Senhor veterinário
(Galinha Pulando)
É você que livra a todos
De doenças existentes
Livra a muitos animais
E também a muita gente.
Se dedica com amor
À sua nobre missão
Defendermos das doenças
E livrar-nos do caixão.
Fazendo com que os bichos
Fiquem todos bons e sãos
Não permite que a gente
Pegue doenças então.
Como hoje é teu dia
Quero te homenagear
Com esta simples poesia
Que eu fiz pra te ofertar.
E aproveitando o ensejo
Quero te agradecer
A ajuda que me deu
Quando estava pra morrer.
Diante do que sentimos
As palavras nada são
E o que sinto por você
É uma grande gratidão.
Muito por mim você fez
Isto vou reconhecer
Você livrou uma família
Inteira do padecer.
De concreto nada tenho
Nada para te ofertar
Apenas a minha gratidão
Que por ti eu vou mostrar.
Receberás recompensa
Pela ajuda que me deu
Tirando-me da miséria
E me dando o que me deu.
(09 de setembro de 1985).
SOCIAL
PROJETO 30 ANOS DE POESIA
(Galinha Pulando)
Fruto da sociedade
Nasce um ser implume
Do ventre da sociedade vem
Cresce implume e sem jeito
Força pra viver não tem.
A sociedade não o ajuda
Deixa viver a cambalear
E quando ele cai na estrada
É a primeira a lhe pisar.
Não lhe dá mão na amargura
Despreza o na tristeza
Só protege se ele for rico
Não por "caridade", por
"avareza".
Nasce o pobre coitado
Sem nenhuma formação
E o que se dá a ele
Muito pouca informação.
Desvia-se do caminho "certo"
Parte rumo à perdição
E o que ganha o pobre infame?
Pau na cara, meu irmão.
(19 de agosto de 1986).
REFLEXÃO
O
mar
Cheguei perto do mar. Senti a brisa fresca
acariciar minha pele; o cheiro gostoso impregnar minhas narinas; o azul
fantástico ofuscar minha visão; o barulho manso sussurrar nos meus ouvidos...
Vi os navios que deslizam sobre tua superfície; os
"meninos do Rio" da Bahia e as "garotas de Ipanema" de
Salvador banhando-se na doce salgada água do mar.
Vi pequenas, médias e grandes embarcações, igual a
casquinhas de nozes a flutuar numa bacia de água azulada.
Vi a areia alva.
Vi tudo. Não vi nada: não pude pular na areia,
sentir a água bater em meu corpo, não pode saborear o salgado da água do mar,
esta imensidão de águas ora verde ora azul.
Não pude me banhar naquela água que se mistura com
o céu, com o ar e com o próprio mar, formando algo parecido com AR, MAR,
AMAR...
(27 de julho de 1986).
REFLEXÃO
A
guerra mundial
Eu não acho que a terra vá passar por uma terceira
guerra mundial. Não que eu tenha recebido algum comunicado oficial dos Estados
Unidos ou da União Soviética. Mas pelo fato de esta guerra já ter explodido e
terminado há muito tempo.
Devemos estar vivendo a quarta ou quinta guerras,
guerras frias ou guerras quentes, que devastam e matam a todo instante.
Não estou falando de guerras atômicas, guerra nas
estrelas....estou falando de guerra psicológica, guerras contra a moral e os
bons costumes, guerras surdas e guerras de fundo de quintal.
As guerras acontecem por todo lugar. A qualquer
hora do dia ou da noite.
(04 de maio de 1986).
Dedicatória colocada num livro de poesia ofertado
a uma colega de classe:
"Não precisa retribuir o que recebe, basta
receber com prazer o que te é ofertado". "A você, Mari, que muito
gostei e que muito mais ainda irei gostar. Este livro é um pedaço de mim que
irá te acompanhar a todos os lugares. Daquele que te gosta muito...
Valdeck"
(14 de abril de 1986).
REDAÇÃO
Redação. Tema: Volta às aulas (GALINHA PULANDO)
Nos anos passados as aulas sempre começaram no dia
15 de março, mas este ano tiveram início no dia 28 de fevereiro. Melhor assim,
pois teremos mais dias para estudar.
Gostei muito que as aulas tenham começado mais
cedo este ano. Desta forma, compensaremos as poucas aulas que tivemos o ano passado.
Agora tenho muitos dias pela frente, para me
preocupar com aulas, exercícios, trabalhos escolares, deveres e outros afazeres
que tanto gosto.
Início das aulas. Alegria para quem gosta de
estudar e tristeza para quem não gosta e para quem só estuda porque é forçado a
isto.
Eu gosto de estudar e repito o que disse: adorei
que as aulas tenham começado mais cedo este ano.
(Ginásio Municipal Dr. Celli de Freitas, 04 de
março de 1986).
Mensagem para Luci Valverde Magalhães: "Que a
senhora tenha forças para suportar as dores futuras e alegria para festejar as
horas de felicidade".
(24 de dezembro de 1985).
Despedida da 8ª séria, no Ginásio Municipal Dr.
Celli de Freitas, no ano de 1985:
Aos que ficam, o meu voto de saírem daqui igual ou
melhor do que a mim.
Aos que comigo vão a outro colégio a fim de
iniciar o segundo grau, o meu voto de que consigam prosseguir até o fim desta
caminhada.
(11 de dezembro de 1986).
Não mexas com cobra pois, mesmo que ela seja mansa
poderá ficar enraivada e te atacar.
Enquanto houver um ponto superior, o homem jamais
vai se contentar em ficar onde está.
(20 de setembro de 1985).
Já que o corpo humano é formado por bilhões de
células e que cada uma dessas células representa uma vida, conclui-se que cada
pessoa possua bilhões de vidas. Com a morte de alguns milhões dessas células, o
corpo humano continua vivo, mesmo que precariamente. O corpo só desfalece
quando ocorre a morte de muitas dessas células.
(15 de agosto de 1985).
A vida não é tão fácil como se quer que ela seja,
nem tão difícil como se imagina.
(07 de junho de 1985).
É necessário um investimento maciço em educação no
Brasil, a fim de que a maior parte da população, que está excluída dos
processos de produção e de consumo, possa ser integrada à minoria que a tudo
consome.
(16 de abril de 1985).
No palco da vida cada homem e cada mulher
representa um ator ou uma atriz, representando o papel de suas vidas, na vida
real.
(01 de setembro de 1985).
REFLEXÃO
As amizades nos dias atuais
(Galinha Pulando)
Hoje em dia os homens vivem se relacionando com
muita gente, e nem sempre se preocupa com quem está levando para dentro de sua
casa, de sua família.
Não dá para saber se temos amigos ou inimigos,
pois muitos dissimulam, riem, demonstram um carinho que, na verdade, camufla um
plano de destruição, de sequestro, de assalto ou até de assassinato.
Hoje em dia a gente convive com pessoas que podem
ser verdadeiros monstros, mas que nos engana, com uma cara de mansinho e de
bobo.
Por trás de cada riso, de cada gesto de carinho,
pode existir uma maldade e um plano de magoar você. Cuidado.
(14 de agosto de 1985).
ENGRAÇADA
Viagem engraçada (GALINHA PULANDO)
Eu fui à França/BA para por fim a uma Batalha/AL.
Ao chegar lá, a cidade parecia mais uma Mata/BA.
A primeira coisa que encontrei assim que cheguei
na Boca da Mata/AL foi um Rio Largo/AL, um Rio Fundo/BA, com a Água Branca/AL,
Água Fria/BA e um lindo Peixe/BA.
No dia seguinte saímos eu, Glória/BA e meu amigo
Wagner/BA, que é muito Valente/BA e fomos ao Sítio Novo/BA, onde nos hospedamos
numa Casa Nova/BA, subi por uma escada de Pedras/AM bem típica do interior,
cheguei na parte alta do terreno e, cansado, me encostei num Coqueiro Seco/AL e
peguei alguns Cocos/BA que estavam caídos pelo chão. Sobre o coqueiro estava
pousado um lindo Gavião/BA e no pasto ao fundo corriam alguns Carneiros/BA que
procuravam um Capim Grosso/BA que estava após a cerca, num Campo Formoso/BA. Vi
também um lindo Cajueiro/AL, várias Bananeiras/AL, Antas/BA, várias plantações
de Pau Brasil/BA e um Tucano/BA voando para uma Serra Dourada/BA na qual,
segundo a lenda, existe Ouro Branco/BA e Prata/MG.
Ao voltar da viagem, eu trouxe comigo cinco
Pombos/PE, várias Flores/PE e quatro cabeças de Patos/PI.
(estória inventada, utilizando nomes de cidades.
06 de outubro de 1983).
SOCIAL
Vida Nova
Antes mesmo de nascer, muitas crianças correm o
risco de morrerem. Milhões de pílulas anticoncepcionais são fabricadas e
vendidas anualmente, sem falar em cirurgias para ligação de trompas,
vasectomias, etc.
Após vencer as barreiras da vida, finalmente a
criança vem ao mundo, que pode ser um mundo de flores e alegrias, ou um mundo
hostil e perverso, dependendo de onde nasçam e da condição de seus pais.
Uma chance, apenas uma, para que se viva até 100
anos ou mais: nascer onde não existe poluição, assassinato, sequestros,
atropelamentos, inflação, desrespeitos aos mais comezinhos direitos humanos.
Onde não existe nordeste abandonado, politiquice, etc.
(enviado ao Jornal de Jequié e à Rádio Baiana de
Jequié,que não divulgaram. 22 de dezembro de 1983).
REFLEXÃO
Felicidade
Dentro de um ônibus, na praça Rui Barbosa, a
esperar que o motorista dirija o ônibus ao Jequiezinho, seu destino final.
Enquanto espero pacientemente, observo as pessoas
que passam pela praça. Umas ao e outras voltam de algum lugar, umas sujas,
mal-vestidas, maltrapilhas, outras bem arrumadas e indiferentes à mão estendida
dos mendigos, que imploram uma moeda. Indiferença é a marca. Indiferentes até
mesmo a si próprias... não sabem que podem despencar do alto do trono,
estatelar no chão, bater a cara no egoísmo e no orgulho, jogado ao chão.
Penso comigo mesmo: será que são felizes, será que
estas pessoas que se atropelam no dia-a-dia sabem para onde estão indo e o que
as espera?
(04 de julho de 1984).
RELIGIOSA
Meu Deus
(Galinha Pulando)
Deus querido meu Senhor
Agora vou te falar
Que Te amo muito e muito
E muito quero Te amar.
Digo isto sem ter medo
De estar a Te mentir
Pois se eu assim fizer
Tu vais logo descobrir.
Tenho por Ti muita afeição
E também muito amor
Te amo como eu posso
Te quero com muito ardor.
Me ama como a todos
Que existem neste mundo
Me ama como um Pai
Um amor muito profundo.
Me queres como um filho
Mesmo que eu não mereça
Mas me ama mesmo assim
Mesmo que eu não mereça.
Tu estás sempre comigo
Nos lugares mais estranhos
Tu estás dentro de mim
Estás nas águas dos banhos.
Acolhe-me quando é frio
Tu és o meu agasalho
No calor Tu me refrescas
És o vento pelos galhos.
Na comida que eu como
Tu estás bem entranhado
E até na água doce
Tu estás lá misturado.
(16 de setembro de 1985).
HOMENAGEM
Dia do Soldado
No dia 25 de agosto comemorase o Dia do Soldado.
Mas será que o Soldado merece ser homenageado? Será que temos que festejar o dia
do nosso opressor? Será que ninguém vê que a missão atual do soldado não é de
proteger mas oprimir e reprimir o povo? Será que o povo não percebe que não há
mais soldado digno de honrarias?
Por que comemorar o dia de uma classe que não
deixa ninguém se manifestar, reivindicar melhores condições de vida, quando o
dever desta classe seria o de proteger os valores morais de cada cidadão?
(22 de agosto de 1984).
REFLEXÃO
"Não sois máquinas, homens é que sois".
(GALINHA PULANDO)
Nós somos independentes. E sendo independentes,
podemos pensar e agir como quisermos, como acharmos melhor, como nos convier.
Máquinas somente realizam trabalho mecânico e repetitivo. Não podem escolher o
que, como, onde, com quem. Máquinas não raciocinam.
Mas apesar desta grande diferença entre homens e
máquinas (também somos máquinas, porém humanas), muitos de nós é levado pela
onda, pelas opiniões alheias, até inconscientemente. Deixamos de participar da
vida social e exercer nosso papel como cidadãos, contribuindo para que as
relações humanas se apodreçam, se deteriorem e prejudique a todo o conjunto.
(Trabalho de Geografia sobre a frase de Charles
Chaplin. 01 de maio de 1986).
IRÔNICA
Tudo o que necessito é dinheiro. Muito dinheiro e
uma mulher para conviver durante todo o tempo que eu permanecer aqui
na terra. Quero viver aqui com tudo o que me satisfaça pessoalmente. Não
poderei levar nada, além da lembrança e das experiências que viver. Levarei a
lembrança do meu sertão, que tanto amo.
(20 de novembro de 1985).
REFLEXÃO
A censura
(Galinha Pulando)
Para que serve a censura?
Se é gravado um filme no qual aparece alguma
verdade sobre algum governante, a polícia federal censura.
Se escrevemos um livro que "fala
demais", a polícia federal censura.
Se publicamos uma revista que mostra o que nossos
governantes fazem, a polícia federal censura.
Se falamos, pela televisão, algo sobre o que o
povo precisa saber, sobre o governo, a polícia federal censura.
Se gravamos um disco ou CD revelando a parte
obscura das conversas governamentais, a polícia federal censura.
Se revelamos, através do rádio, qualquer coisa que
o governo não quer que chegue ao conhecimento público, a polícia federal
censura.
Mas, quando falamos besteiras, seja na TV, rádio,
jornal ou revista, a polícia federal não censura.
Quando mentimos, através da imprensa, a polícia
federal não censura.
Quando gravamos um filme, camuflando os atos e
desatinos no governo, a polícia federal não censura.
Quando escrevemos uma reportagem sobre o governo,
torcendo a realidade, a polícia federal não censura.
(30 de julho de 1984).
MULHERES
Correções feitas em 08 de março de 2005
PROJETO 30 ANOS DE POESIA
Márcia
Não
sei se choro por sua falta
Ou
se é pela vida difícil
Só
sei que hoje me entristeci
E
recordei-me de você.
Desejei
ver você e abraçar
Sentir
seu corpo e seu calor
Receber
carícias dos seus dedos
Afagando-me
o peito e o espírito.
Senti
que estou partido
Dividido
ao meio
E
a outra parte é você.
Sofri
lembrando de nós dois
Recordei
nossos passos e abraços
E
senti vontade de estar contigo.
(01
de setembro de 1989).
Márcia,
se você se foi
Prepare
lugar para dois
Pois
não suportarei ficar
Esperando
minha ida para depois.
Se
esta tristeza foi um aviso seu
Dizendo-me
que partiu para o além
Espere-me
que irei contigo
Pois
quero amar você meu bem.
Ansioso
por notícias suas estou
Não
ligo pra você pois não tenho grana
Pra
pagar a ligação telefônica.
Alguém
me avisará de você
Mesmo
que seja amanhã
Ou
hoje mesmo meu amor.
(01
de setembro de 1989).
POLÍTICA
Luís
Amaral
Lutaremos
para eleger
Um
homem de valor
Inteiramente
confiável
Sem
maldade e sem rancor.
Amaral
nosso prefeito
Melhor
homem, não teremos
A
hora é esta, meu povo
Resgatar
o que perdemos
Acorda
jequieense
Levanta
que venceremos.
Devagar
se ganha o céu
E
venceremos a eleição
Seu
Luís na prefeitura
Para
nossa salvação
E
nunca mais ditadura
Retiraremos
com a mão
Todos
os ratos que juram
Acabar
com o povão.
Jequié
precisa muito
É
de um administrador
Que
tenha garra e coragem
Um
coração de amor
Isento
de nó e conchavo
E
disposto e lutador.
Este
homem é Luís
Um
distinto servidor
Vou
votar é neste homem
Ou
não me chamo eleitor
Tenho
toda esperança
Ou
não me chamo eleitor.
(25
de setembro de 1988).
REFLEXÃO
Fantasia (GALINHA PULANDO)
(corrigido – concurso)
Nos
sonhos que sonho
Sonhando
acordado
Eu
vivo outras vidas
Nos
sonhos sonhados.
Viajo
a outros mundos
Bem
longe daqui
E
vivo outras vidas
Que
acabam ali.
Sou
homem novo
Escritor
famoso
Ator
de talento
Artista
do povo.
Conheço
cidades
Descubro
lugares
Percorro
países
Flutuo
nos ares.
Publico
meus livros
E
fico famoso
Viro
artista de TV
E
fico gostoso.
Mas
quando "acordo"
Do
sonho acordado
Vejo-me
sonhando
Sonhando
sentado.
Vejo-me
humilde
Medroso
e covarde
Com
medo da vida
De
ver a verdade.
E
sinto a fraqueza
Da
encarnação
De
fatos e atos
Que
não verei não.
Então
me entristeço
Porque
sou mortal
E
sinto na pele
A
textura letal.
Ou
sinto-me a Elisa
De
"Tieta do Agreste"
A
sonhar que a vida
Tem
algo que preste.
(26
de agosto de 1989).
PROTESTO
Carta à RECORD
Escrevi à Record
Mandei meus escritos
Pra serem avaliados
E talvez publicados.
A resposta chegou
Curta e grossa
"Não publicamos poesia,
porque ninguém compra.".
Aquilo
me chocou
Porque
sou ingênuo
Vejo
as coisas
Mas
finjo não ver.
"Poesia
não vende"
Isto
me choca
E
cultura se vende?
Isto
é uma piada.
A
cultura é comércio
E
não tem valor
Pois
o preço da vida
É
um vil metal.
Assim
como a arte
Tem
preço de prata
A
vida só vale
O
que você paga.
Um
rim ou um fígado
Ou
um coração
Tem
valor de ouro
E
não de amor.
Até
o amor
Nesta
confusão
É
vendido a preço
De
um vil metal...
A
salvação eterna
Compra-se
em pacote
E
salvo será
Quem
comprar seu lugar.
Mas
só vale aqui
No
Planeta do Mal
Fora
daqui não vale
Esse
vil metal.
(26
de agosto de 1989).
SOCIAL
Trânsito
(corrigida – concurso)
(Galinha Pulando)
(Pragmatha)
(Livro cinco
línguas)
Motoristas
aflitos
Automóveis
coloridos
Do
ano ou antigos
Chamados
perigos.
Incautos
assassinos
Culpados
da morte
De
muitos pedestres
Distantes
da sorte.
Pedestres
negligentes
Culpados
de acidentes
Com
muitos motoristas.
Motoristas
imprudentes
Culpados
de acidentes
Com
pedestres na pista.
(30
de agosto de 1989).
IRÔNICA
A morte (GALINHA PULANDO)
(corrigida – concurso)
(Livro cinco
línguas)
A morte te chama
Uma leve topada
Um acidente de carro
Uma bala perdida
Uma faca afiada.
Trapaça da vida.
A morte te espreita
Em cada esquina
Num copo de pinga
No maço de cigarros
No entorpecente caro.
A morte te espera
Na próxima curva
Na manhã que é bela
Ou nas águas turvas
A morte te contempla
Na mão de teu médico
A te partir ao meio
Com o bisturi elétrico.
(30 de agosto de 1989).
SOCIAL
Horizonte brasileiro
(corrigida – concurso)
(Galinha Pulando)
Olho
o mundo ao meu redor
Vejo
muita hipocrisia
Muitos
se dizem honestos
Até
assinam manifesto
Participam
de protestos
Pra
ganhar do povo simples
A
confiança e a fé...
Fico
triste e me apavoro
Revolto-me
e me devoro
Isolo-me
e então choro
De
tristeza e comoção
De
ver minha terra querida
Se
transformar em ferida
Pelas
unhas desses corvos
Que
enganam o incauto povo
A
cada nova eleição.
Aproveitam-se
desta gente
Deste
povo humilde e pobre
Que
não tem no bolso um cobre
Pra
garantir o seu pão...
Tentam
comprar com cimento
Adobinho
e Cesta Básica
A
consciência do homem
Que
bem sabe o que é a fome
No
seu labutar diário
Com
seu mísero salário...
Imploro
ao povo sofrido
Que
não se deixe enganar
Pois
o futuro depende
De
como se vai votar
E
também depende muito
De
como se comportar
Exija
cada promessa
Se
o candidato ganhar...
(12
de maio de 1989).
AMOR
Você (GALINHA PULANDO)
(corrigido – concurso)
O acaso pôs você
No meio do meu caminho
Unindo nossos destinos
Trazendo-lhe ao meu ninho.
É a pessoa que jamais
Imaginei existir
De tão boa e especial
Não parece ser daqui.
Carinhosa e compreensiva
Educada e liberal
É um ser tão diferente
Adorável e genial.
Criativa e confiável
A você me entrego inteiro
Desnudo e sem interesse
Teu preço não compra o dinheiro.
Por vezes custo a entender
Que neste mundo existe
Alguém assim como você
De fazer ninguém ser triste.
Merece o paraíso
Merece carinho e amor
Muita felicidade
E nenhum sinal de dor.
Apesar da tenra idade
Parece ser tão adulta
Muito boa e educada
Pessoa bastante culta.
Desejo-lhe mil sucessos
Muita paz em sua vida
Distância de sofrimento
E sorte na sua lida.
Agradeço-lhe o carinho
E a atenção que me deu
Desejo-lhe felicidades
E que o mundo seja seu.
Perdoe-me por algum dano
Que por acaso causei
Se errei foi sem querer
Foi coisa que não pensei.
Espero poder contar
Com você a todo instante
Pra me dar amor e paz
Ainda que esteja distante.
Jamais hei de lhe esquecer
Nem após a eternidade
Foi você que me fez ver
Essa tal felicidade.
(23 de maio de 1989).
AMOR
Desculpe-me (GALINHA PULANDO)
(corrigido – concurso)
(Concurso FLIPOÇOS)
O sabor da vida
Em você provei
Recebendo tudo
Que sempre sonhei.
Pele, pêlos, púbis
Calor e muito mais
Você me concedeu
E conheci a paz.
E seu corpo inteiro
Sedento possuí
Naquele momento.
Se feliz não lhe fiz
Eu muito lamento,
O prazer derradeiro.
(07 de junho de 1989).
AMOR
Acaso (GALINHA PULANDO)
(corrigido – concurso)
Na lista telefônica
Encontrei você
Foi mais que um acaso
Difícil de crer.
Nosso encontro falhou
E outro acaso mais lindo
Me fez lhe encontrar
Nas mãos do Destino.
Então lhe toquei
E muito tentei
Fazer-lhe feliz.
Desculpe-me se
Tudo o que fiz
Não foi o que quis.
(07 de junho de 1989).
AMOR
Sentimento
(corrigido – concurso)
Com
carinho e emoção
Fiz
amor com você
Fomos
felizes um momento
Partilhamos
um sentimento
Muito
lindo de se ver.
Antônimo
de sedução
Sinônimo
de afeição
Poemas
vivenciamos
Em
muitos secretos cantos
Vibramos
com a emoção
Da
nossa bela união.
Foi
um alívio ao espírito
Sentir
aquele carinho
De
me transportar as céus
Girassol,
leite e mel
A
enfeitar meu caminho
Rumo
ao progresso divino.
(23
de maio de 1989).
AMOR
Muito obrigado
(corrigido – concurso)
Muito
obrigado por tudo
Pelo
que tu me destes
Após
com muito carinho
Tirares
todas as vestes.
Senti-te
complemente
Dentro
do meu coração
Dando-me
força pra viver
Muito
carinho e tesão.
Não
consigo compreender
Porque
tanta confiança
Sem
muito me conhecer.
Entreguei-me
completamente
E
entrei na tua dança
Entreguei-te
o corpo e a mente.
(23
de maio de 1989).
AMOR
PROJETO
30 ANOS DE POESIA
Raridade
(GALINHA PULANDO)
Esqueci que o mundo é mundo
Esqueci o que é razão
Só lembrei que era hora
De viver toda a emoção.
Entreguei-te todo o meu corpo
Pra tua satisfação
E assim me senti o homem
Mais feliz desta nação.
Guardarei-te eternamente
Como se guarda uma flor
No fundo da minha mente.
Para ser chamada gente
Cada pessoa deste mundo
Tem que ter tua semente.
(23 de maio de 1989).
MULHERES
PROJETO 30 ANOS DE POESIA
Maria (Galinha Pulando)
Amo a você como amo a mim.
Desejo-lhe demais
Eu lhe vi hoje e me emocionei
Pensei que não existisse
Uma chama tão forte a queimar.
Percebi que jamais viverei
Sem ter pelo menos a lembrança
A lembrança de que fui sua vida
E de que você continua a ser a minha vida.
(01 de julho de 1987).
AMOR
Fuga
(Galinha Pulando)
(corrigido
– concurso)
Sou forte, capaz, sou gente
Vivo tranquilo e em paz
O que me inquieta somente
É a luz do teu olhar de cais.
Do teu olhar a me perturbar
A devassar todo o meu ser
Não quererei me livrar
Mesmo que chegue a doer.
Se fujo desse olhar que arde
Volto a correr atrás de ti
É esta humana necessidade
De fazer o coração bramir.
Se fujo desse olhar que suga
Volto a correr atrás de ti
Na direção oposta à fuga
Dos olhos de imã que vi.
(29 de setembro de 1987).
SOCIAL
Lixo
(Galinha Pulando)
(corrigido
– concurso)
(Livro cinco
línguas)
Vi um monte de lixo
Num canto, abandonado
Por causa do tamanho
Fiquei extasiado.
Pensei com meus botões
Só por estar usado
Tudo vai ao lixo
Tudo desperdiçado.
Lixo que foi dinheiro
Lixo que foi suor
Lixo que é dinheiro.
Lixo que já foi sangue
Então desperdiçado
Como água em mangue.
(25 de junho de 1987).
IRÔNICA
QI
- Quociente de Inteligência (Galinha Pulando)
(corrigido
– concurso)
Para viver neste mundo
É ter preciso ter QI
Pois tudo depende dele
Para cada coisa um QI.
Pra mandar, temos que usá-lo
Pra correr e pra comer
Pra falar e pra calar
Temos sempre que usá-lo
Tudo gira em torno dele
Do dormir ao trabalhar
Tudo gira em torno dele.
O QI é Quem Indica
A palavra do doutor
A dizer quem vai ou fica.
(25 de junho de 1987).
HOMENAGEM
Jequié
(Galinha Pulando)
(corrigido
– concurso)
Jamais sairei daqui
Jamais te abandonarei
Em teu chão ganhei vida
E é aqui que viverei.
E mesmo que saia
Só sairei fisicamente
Pois aqui sempre estarei
Mesmo que espiritualmente.
Para ti eu voltarei
Sempre que precisar
E me acolherás, eu sei.
Sei que sempre estarás
À espera do filho ingrato
Que jurou não te deixar.
(17 de agosto de 1987).
HOMO
Camaleão
(Galinha Pulando)
(corrigido
– concurso)
A beleza me atrai bastante
Mas não posso admirá-la
Sou privado do prazer
De sinceramente amá-la.
Não escolho este ou aquele
Simplesmente por escolher
Escolho o que for belo
Que dá ao olhar prazer.
Infelizmente não tenho
Liberdade para expressar
A beleza deste mundo.
A protestar aqui venho
Contra o modo de enxergar
Contra o preconceito imundo!
(12 de maio de 1989).
IRÔNICA
Masmorra
Divina (Galinha Pulando)
(corrigido
– concurso)
(Livro cinco
línguas)
Glória a Deus nas alturas
E dinheiro nas cinturas
Um “viva!” ao rico safado
E ao pobre honesto: descarado!
Busquemos a paz na Terra
Enquanto o Diabo berra
Terá Deus deixado a nós
Só fome, suor e guerra?
Entre as flores, a miséria
A fome, a morte e o pavor
E também muita desgraça
Bastante peste e terror.
No sofrimento sorrimos
Pois não podemos fugir
E no inferno cairemos
Para nunca mais subir.
Foi tudo o que encontrei
Neste mundo desalmado
Um castigo miserável
Para um povo desarmado.
(06 de agosto de 1989).
IRÔNICA
Destino
implacável (Galinha Pulando)
(corrigido
– concurso)
Como a vida eterna
Não passa de um segundo
Em breve sairemos
Deste inferno/mundo.
Então teremos paz
Ao menos nesta hora
Depois retornaremos
A uma nova história.
Mais um retorno ao nada
Mais uma chance dada
Pra se sofrer mais um pouco
Neste insano mundo-cão
Que apesar de mau e louco
Fortalece o coração.
(06 de agosto de 1989).
AMOR
Hibernação
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
As pedras cresciam velozes
Nasciam, viviam, morriam
Enquanto você, congelada,
Não via o quanto era amada.
As nuvens passavam ligeiras
Alheias ao prazer e à dor
E na Terra você hibernava
Fingindo não ver meu amor.
Morri tentando viver
Amei-lhe e nunca me amou.
Não consegui fazer
Com que pudesse acordar
Do sono pesado, terrível
Que lhe tornou insensível.
(18 de junho de 1989).
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