Antologia
Todos os Poemas
Valdeck
Almeida de Jesus
Parte
15
Versões
atualizadas e outras nem tanto
MINICONTO
Todos da turma oferecem torta no dia do
aniversário. Pedro, mão de vaca, dá bolo.
10.02.2012
MINICONTO
Meu sonho é te possuir por trás... Te como com os
olhos. No auge do prazer te observo com os olhos "a ré galados".
MINICONTO
Uma cena de amor entre dois homens de mesmo nome
pode ser definida em três palavras: "Tom sobre Tom".
“Oriente-se, não se ocidente...”
“O casamento moderno é como text-drive de carro
novo. A pessoa escolhe o parceiro, sai para um hotel ou motel e depois devolve
o homem para a loja. É o chamado pênis-drive.”
Também sou de lá, Silvio Mendes... e mesmo que não
fosse, me tornaria... sou do cansanção, da urtiga, do mandacaru, da língua de
vaca, do mastruz, sou de lá... da malva, do canjuão, da quixaba e do
graveteiro, sou de lá... da poeira, do peixe no rio, da feira livre e do pirão
de água fria... café preto com farinha e da jabá assada... sou do sertão, da
catinga, do mato, da roça, do coração do Brasil!
Salvador, 11 de fevereiro de 2012
Aborto espontâneo
(Antologia Angola – Emanuel Dundão)
Fiquei grávido em você
Me acostumei e vivi
Fui alimentado, nutrido
Engordei e cresci.
Senti o amor perto
E fui muito amado
Senti conforto e paz
Estando ao teu lado.
Mas com tua rejeição
O meu corpo se formou
Exceto meu coração.
Isso me fez tanto mal
Que morri antes do tempo
No teu útero artificial.
Salvador, 22 de fevereiro de 2012
A fábrica de nuvens
(Antologia Angola – Emanuel Dundão)
Achei que fosse uma fábrica
Jogando nuvens no céu
Enchendo a terra de paz
Espalhando nuvens ao léu.
Saindo de Santo Amaro
Vi uma grande fumaça
Saindo da chaminé
Sufocando a quem passa.
Enchendo o dia de noite
Chicoteando o céu azul
Com um gigantesco açoite.
Era só um grande véu
De fuligem de uma fábrica
Uma fábrica de papel.
Salvador, 22 de fevereiro de 2012
É, poeta, às vezes a única coisa que fica de um
grande amor ou de um amor não realizado é a lembrança... Esta, ninguém tira da
gente...
Rapaz, minha inspiração é esse amigo do coração!
Ontem até inventei um verbo, para falar de quem vive a literatura e divulga a
mesma com amor: vadeckear! Falei para os amigos aqui: Estou Valdeckeando!!!
Jacqueline Aisenman
valdeckear = sair pelo mundo afora, participando
das feiras e encontros literários e culturais
O que você tem a dizer sobre a Páscoa? Diga aqui
para nós: varaldobrasil@gmail.com (Os primeiros 30 pensamentos, crônicas,
poemas, contos, haicais, trovas e etc...) serão publicados numa surpresa do
Varal do Brasil!
Páscoa é tempo de passagem
Esta é a tradução da Páscoa. Marca a transformação,
renascimento, evolução. Inicialmente, significa a morte e ressurreição de
Jesus. Por extensão, aplico em minha vida pessoal a páscoa como um momento de
reflexão, depuramento, desprendimento de tudo o que tenha me causado
constrangimento, negatividade, travamento.
Durante a Páscoa eu refaço meus planos para o ano,
redimensiono, remanejo, retifico. A partir da "passagem", eu viajo,
literalmente, em uma autorreflexão, buscando rememorar o que fiz para rever e
avaliar. É nesta hora que o meu dia a dia toma corpo, eu entro na batalha da
vida. Passar é uma ação do tempo, inevitável. E como não se pode parar o tempo,
o melhor a fazer é obedecer a natureza, seguir os passos biológico.
E assim, passo a passo, vou caminhando, passando,
tentando, sempre, construir minha passagem de forma responsável, levando em
conta, ainda, aqueles que me cercam. Afinal, não estou sozinho nesta passagem e
nem evoluo sozinho neste mundo. Vou impregnando e sendo impregnado por sonhos,
impressões e ações de todos. O cuidado é necessário para não dar um passo em
falso ou induzir alguém a tropeçar no caminho. Dito isso, vou prosseguir meu
caminhar. A vida pede passagem!
Valdeck Almeida de Jesus
Jornalista, Escritor e Poeta
03 de março de 2012
Publicado no Varal do Brasil Especial nº 14B
Mulher,
(Antologia Angola-Salvador)
Que dizer de ti
Se tudo que há
Pra te definir
É pouco demais?
Gênese e fim
Meio e metade
Tu és não e sim
És tudo pra mim...
Dia Nacional
É insuficiente
Para quem cria
Do mundo as gentes...
Homenagem à mulher
Salvador, 03.03.2012
Salvador, 06 de março de 2012
Aniversário em 2012
Queridos amigos e amigas. Minha felicidade é
tamanha ao completar 45 anos de idade e ser lembrado por pessoas queridas de
todos os cantos do universo. Eu cliquei em "curtir" de todos - ou
quase - os comentários e desejos de feliz aniversário... Agradeço a cada um,
individualmente, e, também, àqueles que não puderam, não tiveram tempo, não
tiveram acesso, não se lembraram... Obrigado, de coração. Valdeck Almeida
de Jesus
Do pó à pedra...
(Antologia Angola – Emanuel Dundão)
Nessa nuvem loira
Que me entorpece
Meu corpo reclama
Minh’alma padece.
Cheiro e fumo,
Desapareço, sumo,
Sem fome, sem fé,
Sem rota e sem rumo.
Estou só e sozinho,
No pó, no limbo,
Sem dó nem carinho.
Sem dó nem piedade,
É pó, é pedra,
É o fim do caminho...
(Valdeck Almeida de Jesus)
21 de março de 2012
Sebo Praia dos Livros
E eu ainda não bebi...
A manga verde
Me dava amigos
A pipoca, também.
O artista precisa,
Precisa ser visto,
Amado, odiado...
Gótico, Emo, Trans,
Tudo é arte,
É vida que pulsa,
É não-mesmice...
É Exu abrindo
Abrindo caminhos
Pra todos e todas...
No Caruru ou na Igreja,
Não importa onde
Nem quando seja,
Exu precisa passar,
Abram Alas!
Belém, 24 de março de 2012
Três dias após o aniversário-ressurreição de
João Vanderlei de Moraes Filho
Em nome do Avô, do Pai e do Neto...
Delasnieve Daspet
Poesia em forma de gente
Gente em forma de poesia
Circulando o mundo todo
Espalhando alegria.
Cultura ambulante
Com arte comprometida
Esta é nossa Delasnieve
Abraçada com a vida.
Falar de Delasnieve
É falar em sentimento
Direitos Humanos e paz.
Seu nome corre o mundo
E todo o universo
Seja em prosa, seja em verso.
Salvador, 10 de abril de 2012
Caminhos Abertos
(Antologia Angola – Emanuel Dundão)
(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)
Esquinas e cantos;
Praças e avenidas.
Ruas, rodovias, becos:
Ali estão os Santos.
Vielas e caminhos;
Vias e encruzilhadas;
Alamedas, escadarias:
Você nunca está sozinho...
Basta saber e acreditar.
Força do bem está aí:
Chame e Ele te ouvirá.
Os Caminhos estão Abertos.
Proteção a toda prova:
Exu estará por perto!
Santo Amaro-BA, 05 de abril de 2012
Agô, meu Pai
Peço licença pra te falar
Te falar e te pedir
Que afaste de meus caminhos
Quem deseja me explorar
Ou agredir...
"Num cemitério onde há poucas vagas para
enterro o povo se mata para conseguir uma cova"
Filme “The big year”
Competição para fotografar o maior número de
pássaros diferentes possível. Enquanto lutam para quebrar o recorde os três
concorrentes deixam de viver o que realmente importa e sacrificam as relações
pessoais.
Metáfora com a vida de um escritor. O livro deve
ser o motivo para encontros e reencontros, como da Rue de Berne, em Genebra, o
Centro Espírita no bairro Páquis, os momentos com a família Aisenman, reatar ou
começar laços afetivos, seja com a família biológica ou com anjos do bem que a
gente encontra nas esquinas...
Salvador, 04 de maio de 2012
As verdades não são verdades e as mentiras não são
mentiras. Tudo se equivale.
Genève, 25 de abril de 2012
Sonho
(Antologia Angola – Emanuel Dundão)
Quem me dera
Teus olhos me vissem,
Coração disparasse
E você lutasse por mim.
Meu ego inflaria e
Não mais
Buscaria por quem me amasse...
Lisboa, 21 de abril de 2912
Slice Coffe
Portas
(Antologia Angola – Emanuel Dundão)
(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)
Portais mágicos
Se abrem e se fecham
Pessoas partem, ficam
E deixam
Saudades!
Algo se vai consigo
Comigo
Amizade, algo mais
Quem sabe?
Me respondam
Portais!
Guiné – Portugal – Brasil
Andy, origem inglesa
Em silêncio,
Que mais?
Se abrem, se fecham
Consentido ou não
Amor e paz, minha busca
Desistir de ser feliz,
Jamais!
Brasil-África, mais que laços. Aeroporto de Lisboa,
21 de abril de 2012
Para Andy, um desconhecido que se sentou ao meu
lado
Lisboa, meu amor
(Antologia Angola-Salvador)
(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)
Que tens tu em mim
Por que preciso vir para sentir?
Não é mais perto Brasil-Angola?
Não é mais fácil ir a Cabo Verde,
Guiné e Moçambique?
Por que, Lisboa,
Tu ficas no meio,
Meio poste, meio grade?
Meu sangue precisa correr
Meu espírito precisa viver
Minha África, no coração
Precisa viver...
Me leva, Lisboa...
Lisboa, 21 de abril de 2012
Encontros
(Antologia Angola-Salvador)
(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)
Buscas infinitas...
Paz e carinho
Amor, abrigo,
Estar contigo...
Que importam as guerras
Conquistas, alegrias,
Se a volta pra casa
É só nostalgia...
Terra, Ar, Água, Fogo,
Tudo precisa fazer sentido
E o significado se completa
Somente se estou contigo.
De África ao Brasil
De África ao mundo
Perderam-se laços, abraços
Mas a raiz persiste
Eu acho que o amor existe!
Lisboa, 21 de abril de 2012
Caminhos
(Antologia Angola-Salvador)
Que língua,
Que arte
Que força
Que parte
Meu coração
Precisa de Marte
A MAR TE.
Lisboa, 21 de abril de 2012
Voando pelos aeroportos do mundo
(Antologia Angola-Salvador)
Não importa quão longe você vá. Onde quer que
resolva parar e viver, as necessidades básicas precisam ser satisfeitas.
No aeroporto de Lisboa, ou em qualquer outro, além
de comer, descansar, usar sanitários ou internet para se comunicar, algo mais
se impõe: o encontro.
Seja um caixa pra trocar dinheiro, uma tomada para
recarregar a bateria do celular, ou um canto para sentar e observar ao redor.
Outro encontro, este mais valioso e insubstituível é o olhar avistar e
reconhecer alguém que estamos esperando.
O café “Slice of Variety”, em frente à saída de
desembarque de passageiros, proporciona a quem ali se alimenta por necessidade
física ou para ocupar um lugar privilegiado, ampla visão de quem chega de
vários lugares do mundo.
Os olhos percorrem curiosos, vigilantes e ansiosos,
cada movimento de pessoas, em busca de reconhecer o ente querido ou
simplesmente o cliente, o patrão, quem chega. Não importa se negros, mestiços,
asiáticos, sul-americanos ou noruegueses. O ponto é de encontro, de
identificação, de conexão.
Apesar de aeroporto ser um lugar de dispersão, de
partida, é, também, lugar de chegada e de passagem, lugar de ninguém,
território neutro, lugar nenhum, só se concretiza no encontro, na conexão entre
seres afins e que se situam, no momento do encontro, em um mundo possível e
concreto!
Lisboa, 21 de abril de 2012
Samba
para Suíço ouvir
(Antologia Angola-Salvador)
(Antologia Mariana Brasil)
Por: Valdeck Almeida de Jesus
Faz tempo que não me sinto
Assim tão brasileiro e tão bem
Quanto me sinto no Vera Cruz
Tomando cerveja tailandesa
Ouvindo seresta, ao vivo
Lembrando de emoções e amores
Que não tive e não terei
Se amei ou se traí
Se curti ou se fiquei
A verdade é que eu
Nunca mais me encontrei
Somente aqui em Genebra
Que de ti eu me lembrei
Brasil...
Bar Vera Cruz, Genebra, 27 de abril de 2012
Amigas que conheci em Genebra:
Nilda – Índia, guerreira, sábia, guru e pajé
Nelma – sensível, franca, aberta, confiante,
solidária, amiga, irmã, parceira, mãe, acolhedora, guerreira, batalhadora
Ignez Agra – forte, frágil, sensível, dura, sábia,
mãezona, coração, caridosa, acolhedora
Josane – carente, forte, sábia, amiga, franca,
inteligente, desconfiada, coração
Lúcia – alegre, perspicaz, rápida, energética,
confiante, sensível, justa, desprendida, ágil
Laudecy – carinhosa, mãe, menina frágil, mulher
dona de si, atenciosa
Sabrina, Lázaro, Paulo – discretos, sensíveis,
coração, alma, família, cuidadosos, atenciosos, vigilantes, amigos
Jacqueline – mãe, acolhedora, sensível, carinhosa,
afetuosa, preocupada, solidária, criativa, batalhadora, coração
Ana – discreta, sensível, fina, forte, acolhedora,
observadora, confidente
Mariana – mãe, amiga, carinhosa, sensível,
detalhista, tranquila, cuidadosa, desprendida, confidente
Sandra – Madona
Beth – religiosa
Marcelo – atencioso, profissional, desprendido,
incentivador, amigo, compartilhador, parceiro
Cheguei em Genebra
(Antologia Angola-Salvador)
Cheio, repleto
Me esvaziei.
Fiquei puro, desnudo.
Volto ao Brasil
Pleno, prenhe,
Grávido, completo,
Equilibrado
Genebra, Lisboa, 29 de abril de 2012
Voando by TAP
Genebra
O melhor dos meus dois mundos:
Brasileiro – caloroso, espontâneo, afetuoso,
solidário, carinhoso, amigo, festivo, sorridente;
Europeu – sisudo, reto, calado, comedido, seguro,
confiante, funcional, sério, cortês, correto.
Seis meses Brasil
Seis meses Suíça
Lisboa, 29 de abril de 2012
Felicidade: No receipt
“Quando o desejo vem
É teu nome que eu chamo”
Respect the frontier
Cross the limits
Stay still…
Genebra, 28 de abril de 2012
Bar Vera Cruz
Flor, Vera Cruz
Simbolismo,
Masculino – Feminino
What’ts the matter?
O mágico está
No que se pensa
Sobre o ato.
Genebra, 29 de abril de 2012
Frio, o que é frio...
Pergunta ou afirmação, não vem ao caso. Esse frio
que doía de saudade agora me pede pra ficar.
Sonho, materialização, sonho materializado ou
desejo aos orixás, aqui parece que é meu lugar.
Genebra, 23 de abril de 2012
O Alfa e o Ômega
(Galinha Pulando)
(Antologia Miriam)
(Antologia Ponto & Vírgula)
No começo tudo era grátis. Cada um podia andar por onde
quisesse; recolher uma fruta; beber água da fonte; dormir numa toca ou sobre
uma árvore; amar quem lhe despertasse o desejo.
Ninguém acumulava mantimentos ou coisas, não tinha
pressa nem pensava em aposentadoria.
Depois do pecado original, o capital, cada um se
importava consigo, pagava pedágio, pela água e comida, armazenava mais coisas
do que consumia, conheceu o estresse, a falta de tempo e a solidão.
Então, vieram o caos social, a fome, desemprego,
pobreza, classes sociais, herança, processos judiciais, casamento por interesse
econômico, abandono dos idosos, aborto, latrocínio e Deus.
Genebra, 29 de abril de 2012.
Brasil e Suíça – não dá pra comparar
Pegar ônibus ou trem. Você mesmo compra a passagem
e entre no veículo. Não há cobrador. Se aparecer o fiscal você apresenta o
ticket e pronto. Caso você não tenha o bilhete, paga uma multa equivalente a um
mês de uso.
O sistema funciona à base da confiança.
É outra mentalidade, outra atitude. Ninguém fala
alto, ninguém incomoda ninguém.
If I have a chance, if it were posible to choose
before coming alive, of course I would ask for had born in a place like that.
Of course!
As it is just an imposible dream, I need to learn
how to deal with two opposite worlds: my desire and my pocket.
Unfortunately!
Genebra, 26 de abril de 2012
Chang Beer – Bar Vera Cruz
(Antologia Angola-Salvador)
(Antologia Mariana Brasil)
Comida Thai
Meninas-Homens, “che cosa fare”
Tua língua, tua língua, tua língua
Compreensivelmente babilônica
Sem palavras.
Aqui nasceu uma Rosa, Rubra, Pálida...
Rosa Vermelha, Vermelha, Amarela...
Amarela é a cor asiática, mas
O sangue é rubro, plaquetado, Vermelho.
Fernandas, Marinas, Maridas
Manas, de Sangue
Amas, de Leite.
Simbióticas
Separadas, apenas, pela sua ótica!
Genebra, 23 de abril de 2012
Amores
Amores possíveis.
(Antologia Angola-Salvador)
Estes são estéreis, porque não dão frio na barriga,
não podem ser vividos às escondidas e são previsíveis.
Amores ideais são eternos e nunca sucumbem à rotina
que a tudo corrói.
Amores possíveis nascem para preencher espaços
definidos, enquanto amores ideais transbordam e transcendem.
15 de maio de 2012, 20:54hs
Casa de Silver
As bibas quadrigêmeas - Duty Free (wherever)
Menin@s lindas, pele clara, nariz empinado, cabelos
lisos. Alimentadas a leite de caixinha, comida enlatada, ar condicionado.
Quando crianças, fraldas descartáveis, como a vida e as relações.
Amigos? Só da mesma turma, clientes do mesmo Banco.
Fazer o quê?
Bem, todas bem criadas, estudadas e formadas nas
melhores escolas. Bilíngues, no mínimo. Mc Donald, Americanas, Shopping
Center... É a vida... Nem todo mundo é perfeito!
Passaporte para o mundo: Duty Free. Ali são vistas
e desejadas. Todas iguais, nos gestos, gostos, sonhos e fantasias. Inocentes ou
Babadeiras, o caminho está pavimentado.
- Débito no cartão em dollar, senhor?
- Sim, obrigado.
Pelas poucas palavras não gostou do cardápio, da
estampa. Finge que não v~e. Trato fino, cortês, porém distante e frio.
Profissional.
Quem sabe o próximo cliente não cheire a Dolce
Gabana, Calvin Klein? Quem sabe?
20 de abril de 2012, entre Brasil e Genebra
A mente humana
A mente humana mente,
humanamente mente,
uhhh mana, mente, humana,
Uma ana mente, a mente
A mentir humanamente,
A mente, a mente, a mentir
Humanamente, mente, humana a mentir, humanamente...
Sobrevivência
A necessidade da vida vai além da responsabilidade
com trabalho, obrigação, estudo, luta, sono, educação...
Para ser honesto, acredito que nem os compromissos,
nem os investimentos ou os atrasos me causam tanta loucura do que a falta de
solidariedade e o pouco sentimento das pessoas.
Talvez por isso a arte, dança, livros, literatura,
teatro e amor sejam esquecidos como forma de lazer para pais e filhos.
A mobilização e coragem para lutar, com paciência,
contra tudo isso podem nos deixar cansados e com sono, mas não devemos
abandonar esse compromisso e obrigação. Precisamos lutar com honestidade, sob
pena de ficar lembrando, com nostalgia, do tempo perdido sem amar.
Exercício poético, sob a regência de Renata Rimet,
durante o VI Caldeirão Cultural
Centro Cultural Plataforma, 09 de junho de 2012
Poema a Gonçalves Dias
(Antologia Mil Poemas a Gonçalves
Dias)
(Antologia UBE-SP)
(Galinha Pulando)
(Um poema em cada árvore)
A terra onde havia palmeiras
Hoje tem devastação;
Onde cantava o sabiá
Reina solta a erosão.
Que diria o poeta
Se vivesse para ver
Toda a sua poesia
Neste solo esmaecer.
Com certeza ia chorar
Pela triste imensidão
Pela seca e o deserto
Desencantado por certo
E com dor no coração
Pediria pra não voltar...
Salvador, 08 de junho de 2012
Brasília é uma Festa
Do Planalto Central
A cidade comanda a nação
Com Deputados e Senadores
Escolhidos em eleição.
Planejada com carinho
Por um grande arquiteto
Oscar Niemeyer
Que a fez com muito afeto.
Foi um sonho de Juscelino
Que plantou um coração
Bem no meio do Brasil
Dali a nata política
Comanda nossa nação
Comanda nosso Brasil.
Autor: Valdeck Almeida de Jeuss
Salvador, 04 de julho de 2012
Meu dia foi rosa
(Galinha Pulando)
(Antologia Miriam)
Evolusapiem...
Quando acordei e pensei que este poderia ser o
último dia de minha vida, pensei que já tinha tudo e que nada poderia me tirar
a felicidade de viver...
Mesmo que hoje não terminasse ou que hoje se
acabasse e não mais houvesse o nascer de um outro amanhã...
Porque hoje me lembrei
de um sentimento sublime que nos nos move, nos dá
motivos para acordar e sorrir, e viver, e sonhar...
Lembrei que meu amor não tinha data de validade nem
expirava na próxima esquina...
Lembrei que tua presença me dá equilíbrio,
respiração, pele... sentidos, olfato... toque, percepção... olhares,
sentimentos...
E que com você eu vejo o mundo em cores, com
transparência. Pensar em ti me faz planar, voar, sentir o vento, sopro de vida,
mesmo sem sair do lugar...
Lembrei que você me dá motivação para dormir,
sonhar, acordar e sorrir do nada, da lembrança, do cheiro sentido na memória...
Lembrar de ti me faz ficar com cara de bobo, com um
sorriso de canto de boca, escondido, lembrando de nada...
Pensar em ti me faz suspirar fundo e me dá alegria
saber que vou te encontrar num outro amanhã, para ouvir qualquer bobagem da tua
boca, dar um tapinha na bunda... ou te agarrar de surpresa e dar um abraço...
Salvador, 09 de julho de 2012
Os Mares, porque sonhar é preciso
(Galinha Pulando)
(Antologia Miriam)
Quero sentir
A rigidez da tua insensibilidade
Quando não sentir
Minha vontade de te amar;
Penetrar na tua opacidade
E quebrar o gelo
Desta parte intransponível
Entre mim e ti.
Apenas dois pares de pernas
Nos separam do abraço,
Do abraço que sonho em te dar.
Que fazer pra chegar aí,
Que fazer pra trazer-te aqui?
Vou sonhar, vou dormir...
Poesia Incógnita Declarada - Solar Boa Vista,
Brotas, Salvador-BA
17 de julho de 2012
Filosofia da Bosta ou Dez Crenças
Deus é uma invenção,
Não sou filho de ninguém,
Não sou irmão de nenhum filho da puta,
Nem estou ligado nem desligado de nada.
O que me move é a fome.
Preciso comer, beber, cagar;
Sou um animal como todos os outros.
Inventamos Deus e a salvação
Para justificar a falta de comida.
No fundo a vida é uma merda:
Comer, dormir, cagar, trabalhar,
Cumprir horário, ir ao mercado,
Recitar poesias, aparecer no jornal.
E a bosta continua...
Salvador, 21 de julho de 2012
O verbo era um espermatozóide
A procura de ação
E o verbo se fez carne.
Eu não me encaixo em nada na vida. Acho tudo tão
idiota, corriqueiro e banal... os poetas tentam fingir que a poesia fez a
diferença... não acho que faça...
Salvador, 21 de julho de 2012
Acordei leve
(Galinha Pulando)
(Um poema em cada
árvore)
(Antologia Ponto &
Vírgula)
Por longos seis anos
estive enclausurado,
Não por medo, vergonha, opção;
Fiquei escondido de mim, de ti.
Busquei resposta para esta desilusão.
Hoje, porém, veio a resposta:
Este peso que carreguei, por obrigação
Era nada mais que um engano
Castigo aplicado pelo coração.
A ti, dediquei meus doces anos,
Investi carinho, verdade, emoção...
Em troca: desilusão.
Páginas em branco, choro e pranto,
Nada tocou teu duro coração
E plantou em mim esse desencanto.
Dedicação ao meu livro que morreu ontem.
Salvador, 01 de agosto de 2012
Par de olhos procura
Outro par de olhos
Que seja expressivo,
Castanho, esverdeado,
Azul ou acinzentado.
Que mostre emoção,
Seja carinho e afeto,
Companheirismo,
Amizade ou repreensão.
Par de olhos procura
Olhos que chorem,
E saibam sorrir
Mas que não demorem
E tragam a luz;
Luz pra minha cura...
Salvador, 01 de agosto de 2012
Meu demônio
(Antologia Ponto & Vírgula)
(Antologia Cappaz 2012)
Não era negro ou loiro,
Alto, esbelto, inteligente;
Fugia aos padrões estabelecidos,
Não tinha cara de gente.
Sorria, mentia, abraçava,
Me fazia feliz e me machucava;
Me fazia sentir saudade
E dizia que me amava.
Meu demônio era santo,
Mas só fazia maldade
Me deixando sempre em pranto.
Meu demônio era eu
Perdido nessa cidade
Camuflado em meu manto.
Congresso da ABEH, Ufba, 02 de agosto de 2012
Natureza
(Um poema em cada árvore)
Tua presença me alivia,
Me dá vida, me alimenta;
Tua companhia me dá força,
Me alumia, me sustenta.
Tua presença me dá gana,
Tua presença me dá energia,
Tua companhia me motiva,
Impulsiona-me, me dá guia.
Força vital, axé, sustento:
Não evoluo sem tua mão,
Não me aguento...
Tua companhia é unguento,
Sossego, paz, proteção,
Tempo, vida, força, sentimento.
Salvador, 28 de agosto de 2012
Café & Cognac Bar – Rio Vermelho
Viver é seguir
Caminhar, esta é a direção. Com pedras ou com
pedregulhos, o caminhar é inevitável. Cair, tropeçar, machucar-se, pisar em
ovos, seguir...
Nada impede a caminhada, mesmo aquela interna, para
as entranhas do eu.
Os resultados, se houverem, serão expostos, doa a
quem doer...
31 de agosto de 2012
Carma, Destino ou Poema mofado?
(Antologia Cappaz 2012)
Já dizia Nelson Rodrigues que é necessário trair
para não mofar.
Eu, em minha pequenez de conhecimento e
experiências, pela minha falta de contatos ou contatos em excesso com
variedades, concordo e discordo.
Não há caminho, não há destino, não há cabana. O
que há é o inconformismo, aflição eterna. A alma humana ansia por não-rotina;
por outro lado, nossa consciência nos refrea, nos condena.
Quebrar as regras, mudar os planos, matar os sonhos
ou refazê-los, remendá-los, seguir sem rumo. São apenas algumas das milhares de
alternativas. Mas cada uma tem uma escolha e uma renúncia implícita...
30 de agosto de 2012
Pontes Poéticas
(Prêmio Damário Dacruz)
(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)
Entre o mar e o continente
Sentimentos, aflições,
Saudades, lembranças,
Boas e más recordações...
Entre Salvador e Cachoeira
Caminhos, trilhas, sensações,
Rimas, trovas, versos, poeira
Levantada nos corações...
Da capital da alegria
Para a capital da independência
(Agora, ambas em agonia)
Viajava o poeta Damário
Em sua santa penitência
De espalhar seu poemário...
Poeta não morre
(Prêmio Damário Dacruz)
Se houve risco de vida
Se houve risco de morte
A arte foi revivida
Pois o poeta tem sorte.
Com o apoio da sociedade
A arte e a literatura
Da terra da independência
São agenda da cultura.
Prêmio Damário Dacruz
Incentiva a poesia
Traz à Terra a sua luz.
Inspira cada escritor
A escrever com alegria
Pra Damário, um louvor.
Pouso da palavra
(Prêmio Damário Dacruz)
Ali, onde o silêncio impera
No meio da imensidão
Nasce a rima, soa o bang
Da palavra na escuridão...
Onde palavras repousam
E explodem em emoção
Ficam vivas e remoçam
Nascendo do coração...
Lugar de idas e vindas
Encontros e dispersão
Onde a vida não se finda
Enquanto pulsa a lembrança
Da vibração de sua voz
Do poeta homem-criança...
Bom dia, amigos e amigas do Facebook. Hoje é meu
dia de pagar mais uma pena, que cumpro há mais de 25 anos: bater batente das 7
às 14hs... Faltam apenas 15 anos para a aposentadoria. Se eu chegar lá, troncho
e caquético, é claro!
Poesia da vida rotineira
Acordar cedo, tomr café, descer o elevador,
atravessar a porra da rua que ninguem para para o pedestre (nem eu, quando
estou dirigindo).. subir a ladeira da porra, entrar no caralho do trabalho,
todo cimentado feito uma mumia, BOM DIA FILHO DA PUTA... entrar, pegar outro
elevador, bom dia desgraças, sentar, ligar o computador... e a rotina da porra,
que nao para mais... kkkkkkk
E porque não mudo isso? Quem vai me susterntar,
pagar minha gasolina, meus remédios de pressão, meus comprimidos de tarja
preta?
Vou parar de postar besteiras no Facebook hoje e
vou procurar alguém pra me usar...
Tentei fazer da minha vida um poema... faltou rima,
faltou verso, faltou tudo. Pra onde regresso?
Meu coração quer começar a bater... Tenho medo,
pois não consigo fazê-lo parar facilmente... Bate, bate, me machuca que eu
gosto!!!
Afro (in)Dependente
(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)
Tenho dois pés na senzala:
Meu pai nasceu em Santo Antônio de Jesus;
Minha mãe, em Amargosa.
Amarga vida, vivi,
Superei, não tive cotas nem reparação.
Antes de despertar a consciência
e de camuflar minha miséria
Com palavras politicamente corretas
Sobrevivi, fui humilhado, fui favelado,
Sofri calado.
Agora faço parte da moda,
Estou contente com os restos,
Cargos de enfeite,
Submissão;
Agora, com gestos comedidos,
Falares enfeitados,
Migalhas da bandeja,
Estou domesticado.
Não sou mais espontâneo,
Não sou mais inspirado.
Só como no potinho, estou pasteurizado.
E minha afro dependência, agora,
Está longe, no passado.
Perdi a voz, estou calado,
Agora eu sou COMUNIDADE
Não sou mais negro,
Agora, sou AFRO DESCENDENTE,
A diferença? Me acostumei
De ser chamado diferente,
Mas minha vida, como sempre,
É sofrimento, é apartheid,
Preciso despertar, gritar,
Pra não ser mais humilhado,
Pra não ficar ACOSTUMADO
Preciso despertar, preciso acordar.
Minha afro DEPENDÊNCIA
Grita em mim, sou diferente,
No falar, no andar, no vestir,
Preciso me assumir.
Que bueno verte otra vez, oirte personalmente y
sentirte cerca. Te quiero.
23 de setembro de 2012
Quero ver e sentir
O amor em rijo
Grosseiro, torto, profundo
Não quero sentir o amor suave,
Plano, sublime, que respira em paz;
Quero aquele amor profano, endiabrado,
Encapetado, amor de mais..
O amor que tira o fôlego, que sufoca;
Aquele que me chora e me devora,
No fogo do amor.
Prosa & Poesia, 25 de setembro de 2012
Anjo sem asas
(Galinha Pulando)
Alimentei um sonho por quatro anos. Um passarinho
ficou preso numa gaiola de ouro, onde tinha de tudo. Comida, luz, água,
cuidados. Ensinei o lindo pássaro a trinar, cantar em melodias que ele não
conhecia.
Eu dormia e acordava vendo-o crescer, no sonho, se
emplumar, sofrer a amargura de estar sem liberdade. Meu coração, a dez mil
quilômetros, sentia a falta, a fala, as peninhas tomando corpo sem mim.
A longa espera, do outro lado do oceano, enchia
meus olhos de água salgada, que escorria peito abaixo. Aqui, eu cuidava do
sonho, alimentava a esperança e dormia noites e dias pensando no reencontro,
quando eu pudesse abrir a portinhola e soltar o bichinho.
O tão esperado dia chegou e eu senti medo,
ansiedade, entorpecimento. Não queria soltar o passarinho, não queria vê-lo
voar. Meu sonho voaria junto, pousaria num alto e inalcançável galho, onde eu
jamais poderia subir. E o sonho se fez carne, nua e crua. Sem rodeios, sem
floreios, numa picada certeira em minha frágil prisão. Agora, não sei se choro
ou se sorrio. Perdi um amor, mas ganhei uma amizade...
Salvador, 26 de setembro de 2012
Esperança
(Galinha Pulando)
No fundo da minha alma uma pequena chama
bruxuleante ainda teima e resiste ao tempo, que a tudo enferruja, devasta,
apaga. A luzinha, com fôlego alimentado pelo sonho e pela imaginação, balouça
frágil, mas assim mesmo se mantém pulsante. Enquanto houver elementos
mnemônicos que reacendam resquícios de um passado cada vez mais diluído e
fugidio, ela estará firme, altiva, guerreira, queimando o pouco que resta do
oxigênio.
Mais dia menos dia a flecha certeira de um cupido
desorientado pode se resvalar na direção da flama, deixá-la mais delicada e
apressar o fim de seu opaco brilho. O resplandecer da luz já pode ser
confundido com o piscar de uma estrela distante mil anos, de um corpo celeste
que já não mais existe faz tempo. Mas, com ou sem energia; com ou sem motivos,
o corpo luzidio brilhará, até que se apague a última gota de esperança.
Salvador, 27 de setembro de 2012
Espírito da vida
Caminho de luz
Que queres tu de mim,
Reverência, respeito,
Sujeição, amor, adoração?
Dá-me a paz dos humanos,
A mansidão dos oceanos
E tira de mim a alma, o sopro de vida
E o CORAÇÃO.
Leva-me tudo, mas deixa-me
Livre da solidão.
Ou faças o que achares melhor.
Castelo Branco, 27 de setembro de 2012
Que é a vida
Sem o sopro
O ânimo
O susto
O sossego
O grito
A dor
O lamento
O horror e o fim?
27 de setembro de 2012 – Gêmeos Santos
Saudade
Que a dor
Lancinante
No peito
(o infarto)
Me ceife
A vontade
De ficar
Se tu deixares
De me querer
Mesmo que seja
Do jeito que me queres
Heineken
Red LAbel
Vinho
Praia Sebo dos Livros
E tu fotografas
Imagens na minha retina,
Sem que eu me aposse
Do que desejo e sonho.
27 de setembro de 2012
Minha sensualidade
Esbarra no muro
Da tua cegueira cega;
Meu murro, no muro,
Reduz-se à dor
Do soco no peito
Do teu não!
Praia Sebo dos Livros, 27 de setembro de 2012
Sempre
Vai ser sempre
Enquanto eu
Não lembrar
De esquecer
O que senti.
Praia Sebo dos Livros, 27 de setembro de 2012
O resto
São páginas em branco
À espera do que viveremos.
Se não vivermos mais,
As rasgarei e as sepultarei
No meu peito.
Praia Sebo dos Livros, 27 de setembro de 2012
Foram quatro anos de exílio.
Não quero e nem vou deixá-lo partir outra vez.
Edf. Crescenciano dos Santos, 29 de setembro de
2012
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