sábado, 22 de agosto de 2020

Livro Todos os Poemas da página 2226 até página 2317

Antologia Todos os Poemas

Valdeck Almeida de Jesus

Parte 15

 

Versões atualizadas e outras nem tanto


 

MINICONTO

Todos da turma oferecem torta no dia do aniversário. Pedro, mão de vaca, dá bolo.

10.02.2012

 

 

MINICONTO

Meu sonho é te possuir por trás... Te como com os olhos. No auge do prazer te observo com os olhos "a ré galados".

 

MINICONTO

Uma cena de amor entre dois homens de mesmo nome pode ser definida em três palavras: "Tom sobre Tom".

 

“Oriente-se, não se ocidente...”

 

“O casamento moderno é como text-drive de carro novo. A pessoa escolhe o parceiro, sai para um hotel ou motel e depois devolve o homem para a loja. É o chamado pênis-drive.”

 

Também sou de lá, Silvio Mendes... e mesmo que não fosse, me tornaria... sou do cansanção, da urtiga, do mandacaru, da língua de vaca, do mastruz, sou de lá... da malva, do canjuão, da quixaba e do graveteiro, sou de lá... da poeira, do peixe no rio, da feira livre e do pirão de água fria... café preto com farinha e da jabá assada... sou do sertão, da catinga, do mato, da roça, do coração do Brasil!

Salvador, 11 de fevereiro de 2012


 

Aborto espontâneo

(Antologia Angola – Emanuel Dundão)

 

Fiquei grávido em você

Me acostumei e vivi

Fui alimentado, nutrido

Engordei e cresci.

 

Senti o amor perto

E fui muito amado

Senti conforto e paz

Estando ao teu lado.

 

Mas com tua rejeição

O meu corpo se formou

Exceto meu coração.

 

Isso me fez tanto mal

Que morri antes do tempo

No teu útero artificial.

 

Salvador, 22 de fevereiro de 2012

 


 

A fábrica de nuvens

(Antologia Angola – Emanuel Dundão)

 

Achei que fosse uma fábrica

Jogando nuvens no céu

Enchendo a terra de paz

Espalhando nuvens ao léu.

 

Saindo de Santo Amaro

Vi uma grande fumaça

Saindo da chaminé

Sufocando a quem passa.

 

Enchendo o dia de noite

Chicoteando o céu azul

Com um gigantesco açoite.

 

Era só um grande véu

De fuligem de uma fábrica

Uma fábrica de papel.

 

Salvador, 22 de fevereiro de 2012

 


 

É, poeta, às vezes a única coisa que fica de um grande amor ou de um amor não realizado é a lembrança... Esta, ninguém tira da gente...

 

Rapaz, minha inspiração é esse amigo do coração! Ontem até inventei um verbo, para falar de quem vive a literatura e divulga a mesma com amor: vadeckear! Falei para os amigos aqui: Estou Valdeckeando!!!

 

Jacqueline Aisenman

 

valdeckear = sair pelo mundo afora, participando das feiras e encontros literários e culturais

O que você tem a dizer sobre a Páscoa? Diga aqui para nós: varaldobrasil@gmail.com (Os primeiros 30 pensamentos, crônicas, poemas, contos, haicais, trovas e etc...) serão publicados numa surpresa do Varal do Brasil!

 

 


 

Páscoa é tempo de passagem

 

Esta é a tradução da Páscoa. Marca a transformação, renascimento, evolução. Inicialmente, significa a morte e ressurreição de Jesus. Por extensão, aplico em minha vida pessoal a páscoa como um momento de reflexão, depuramento, desprendimento de tudo o que tenha me causado constrangimento, negatividade, travamento.

 

Durante a Páscoa eu refaço meus planos para o ano, redimensiono, remanejo, retifico. A partir da "passagem", eu viajo, literalmente, em uma autorreflexão, buscando rememorar o que fiz para rever e avaliar. É nesta hora que o meu dia a dia toma corpo, eu entro na batalha da vida. Passar é uma ação do tempo, inevitável. E como não se pode parar o tempo, o melhor a fazer é obedecer a natureza, seguir os passos biológico.

 

E assim, passo a passo, vou caminhando, passando, tentando, sempre, construir minha passagem de forma responsável, levando em conta, ainda, aqueles que me cercam. Afinal, não estou sozinho nesta passagem e nem evoluo sozinho neste mundo. Vou impregnando e sendo impregnado por sonhos, impressões e ações de todos. O cuidado é necessário para não dar um passo em falso ou induzir alguém a tropeçar no caminho. Dito isso, vou prosseguir meu caminhar. A vida pede passagem!

 

Valdeck Almeida de Jesus

Jornalista, Escritor e Poeta

03 de março de 2012

 

Publicado no Varal do Brasil Especial nº 14B


 

Mulher,

(Antologia Angola-Salvador)

 

Que dizer de ti

Se tudo que há

Pra te definir

É pouco demais?

Gênese e fim

Meio e metade

Tu és não e sim

És tudo pra mim...

Dia Nacional

É insuficiente

Para quem cria

Do mundo as gentes...

 

Homenagem à mulher

Salvador, 03.03.2012


 

Salvador, 06 de março de 2012

Aniversário em 2012

 

Queridos amigos e amigas. Minha felicidade é tamanha ao completar 45 anos de idade e ser lembrado por pessoas queridas de todos os cantos do universo. Eu cliquei em "curtir" de todos - ou quase - os comentários e desejos de feliz aniversário... Agradeço a cada um, individualmente, e, também, àqueles que não puderam, não tiveram tempo, não tiveram acesso,  não se lembraram... Obrigado, de coração. Valdeck Almeida de Jesus


 

Do pó à pedra...

(Antologia Angola – Emanuel Dundão)

 

Nessa nuvem loira

Que me entorpece

Meu corpo reclama

Minh’alma padece.

 

Cheiro e fumo,

Desapareço, sumo,

Sem fome, sem fé,

Sem rota e sem rumo.

 

Estou só e sozinho,

No pó, no limbo,

Sem dó nem carinho.

 

Sem dó nem piedade,

É pó, é pedra,

É o fim do caminho...

 

(Valdeck Almeida de Jesus)

21 de março de 2012

Sebo Praia dos Livros


 

E eu ainda não bebi...

 

A manga verde

Me dava amigos

A pipoca, também.

O artista precisa,

Precisa ser visto,

Amado, odiado...

Gótico, Emo, Trans,

Tudo é arte,

É vida que pulsa,

É não-mesmice...

É Exu abrindo

Abrindo caminhos

Pra todos e todas...

No Caruru ou na Igreja,

Não importa onde

Nem quando seja,

Exu precisa passar,

Abram Alas!

 

Belém, 24 de março de 2012

Três dias após o aniversário-ressurreição de

João Vanderlei de Moraes Filho

Em nome do Avô, do Pai e do Neto...

 


 

Delasnieve Daspet

 

Poesia em forma de gente

Gente em forma de poesia

Circulando o mundo todo

Espalhando alegria.

 

Cultura ambulante

Com arte comprometida

Esta é nossa Delasnieve

Abraçada com a vida.

 

Falar de Delasnieve

É falar em sentimento

Direitos Humanos e paz.

 

Seu nome corre o mundo

E todo o universo

Seja em prosa, seja em verso.

 

Salvador, 10 de abril de 2012


 

Caminhos Abertos

(Antologia Angola – Emanuel Dundão)

(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)

 

Esquinas e cantos;

Praças e avenidas.

Ruas, rodovias, becos:

Ali estão os Santos.

 

Vielas e caminhos;

Vias e encruzilhadas;

Alamedas, escadarias:

Você nunca está sozinho...

 

Basta saber e acreditar.

Força do bem está aí:

Chame e Ele te ouvirá.

 

Os Caminhos estão Abertos.

Proteção a toda prova:

Exu estará por perto!

 

Santo Amaro-BA, 05 de abril de 2012

 


 

Agô, meu Pai

Peço licença pra te falar

Te falar e te pedir

Que afaste de meus caminhos

Quem deseja me explorar

Ou agredir...

"Num cemitério onde há poucas vagas para enterro o povo se mata para conseguir uma cova"


 

Filme “The big year”

 

Competição para fotografar o maior número de pássaros diferentes possível. Enquanto lutam para quebrar o recorde os três concorrentes deixam de viver o que realmente importa e sacrificam as relações pessoais.

 

Metáfora com a vida de um escritor. O livro deve ser o motivo para encontros e reencontros, como da Rue de Berne, em Genebra, o Centro Espírita no bairro Páquis, os momentos com a família Aisenman, reatar ou começar laços afetivos, seja com a família biológica ou com anjos do bem que a gente encontra nas esquinas...

 

Salvador, 04 de maio de 2012

As verdades não são verdades e as mentiras não são mentiras. Tudo se equivale.


 

Genève, 25 de abril de 2012

 

 

Sonho

(Antologia Angola – Emanuel Dundão)

 

Quem me dera

Teus olhos me vissem,

Coração disparasse

E você lutasse por mim.

Meu ego inflaria e

Não mais

Buscaria por quem me amasse...

 

Lisboa, 21 de abril de 2912

Slice Coffe

 


 

Portas

(Antologia Angola – Emanuel Dundão)

(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)

 

Portais mágicos

Se abrem e se fecham

Pessoas partem, ficam

E deixam

Saudades!

 

Algo se vai consigo

Comigo

Amizade, algo mais

Quem sabe?

Me respondam

Portais!

 

Guiné – Portugal – Brasil

Andy, origem inglesa

Em silêncio,

Que mais?

 

Se abrem, se fecham

Consentido ou não

Amor e paz, minha busca

Desistir de ser feliz,

Jamais!

 

Brasil-África, mais que laços. Aeroporto de Lisboa, 21 de abril de 2012

Para Andy, um desconhecido que se sentou ao meu lado


 

Lisboa, meu amor

(Antologia Angola-Salvador)

(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)

 

Que tens tu em mim

Por que preciso vir para sentir?

Não é mais perto Brasil-Angola?

Não é mais fácil ir a Cabo Verde,

Guiné e Moçambique?

Por que, Lisboa,

Tu ficas no meio,

Meio poste, meio grade?

Meu sangue precisa correr

Meu espírito precisa viver

Minha África, no coração

Precisa viver...

Me leva, Lisboa...

 

Lisboa, 21 de abril de 2012


 

Encontros

(Antologia Angola-Salvador)

(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)

 

Buscas infinitas...

Paz e carinho

Amor, abrigo,

Estar contigo...

 

Que importam as guerras

Conquistas, alegrias,

Se a volta pra casa

É só nostalgia...

 

Terra, Ar, Água, Fogo,

Tudo precisa fazer sentido

E o significado se completa

Somente se estou contigo.

 

De África ao Brasil

De África ao mundo

Perderam-se laços, abraços

Mas a raiz persiste

Eu acho que o amor existe!

 

 

Lisboa, 21 de abril de 2012


 

Caminhos

(Antologia Angola-Salvador)

 

Que língua,

Que arte

Que força

Que parte

Meu coração

Precisa de Marte

A MAR TE.

 

Lisboa, 21 de abril de 2012


 

Voando pelos aeroportos do mundo

(Antologia Angola-Salvador)

 

Não importa quão longe você vá. Onde quer que resolva parar e viver, as necessidades básicas precisam ser satisfeitas.

No aeroporto de Lisboa, ou em qualquer outro, além de comer, descansar, usar sanitários ou internet para se comunicar, algo mais se impõe: o encontro.

Seja um caixa pra trocar dinheiro, uma tomada para recarregar a bateria do celular, ou um canto para sentar e observar ao redor. Outro encontro, este mais valioso e insubstituível é o olhar avistar e reconhecer alguém que estamos esperando.

O café “Slice of Variety”, em frente à saída de desembarque de passageiros, proporciona a quem ali se alimenta por necessidade física ou para ocupar um lugar privilegiado, ampla visão de quem chega de vários lugares do mundo.

Os olhos percorrem curiosos, vigilantes e ansiosos, cada movimento de pessoas, em busca de reconhecer o ente querido ou simplesmente o cliente, o patrão, quem chega. Não importa se negros, mestiços, asiáticos, sul-americanos ou noruegueses. O ponto é de encontro, de identificação, de conexão.

Apesar de aeroporto ser um lugar de dispersão, de partida, é, também, lugar de chegada e de passagem, lugar de ninguém, território neutro, lugar nenhum, só se concretiza no encontro, na conexão entre seres afins e que se situam, no momento do encontro, em um mundo possível e concreto!

 

Lisboa, 21 de abril de 2012


 

Samba para Suíço ouvir

(Antologia Angola-Salvador)

(Antologia Mariana Brasil)

 

Por: Valdeck Almeida de Jesus

 

 

Faz tempo que não me sinto

Assim tão brasileiro e tão bem

Quanto me sinto no Vera Cruz

Tomando cerveja tailandesa

Ouvindo seresta, ao vivo

Lembrando de emoções e amores

Que não tive e não terei

Se amei ou se traí

Se curti ou se fiquei

A verdade é que eu

Nunca mais me encontrei

Somente aqui em Genebra

Que de ti eu me lembrei

Brasil...

 

Bar Vera Cruz, Genebra, 27 de abril de 2012


 

Amigas que conheci em Genebra:

 

Nilda – Índia, guerreira, sábia, guru e pajé

 

Nelma – sensível, franca, aberta, confiante, solidária, amiga, irmã, parceira, mãe, acolhedora, guerreira, batalhadora

 

Ignez Agra – forte, frágil, sensível, dura, sábia, mãezona, coração, caridosa, acolhedora

 

Josane – carente, forte, sábia, amiga, franca, inteligente, desconfiada, coração

 

Lúcia – alegre, perspicaz, rápida, energética, confiante, sensível, justa, desprendida, ágil

 

Laudecy – carinhosa, mãe, menina frágil, mulher dona de si, atenciosa

 

Sabrina, Lázaro, Paulo – discretos, sensíveis, coração, alma, família, cuidadosos, atenciosos, vigilantes, amigos

 

Jacqueline – mãe, acolhedora, sensível, carinhosa, afetuosa, preocupada, solidária, criativa, batalhadora, coração

 

Ana – discreta, sensível, fina, forte, acolhedora, observadora, confidente

 

Mariana – mãe, amiga, carinhosa, sensível, detalhista, tranquila, cuidadosa, desprendida, confidente

 

Sandra – Madona

 

Beth – religiosa

 

Marcelo – atencioso, profissional, desprendido, incentivador, amigo, compartilhador, parceiro


 

Cheguei em Genebra

(Antologia Angola-Salvador)

 

Cheio, repleto

Me esvaziei.

Fiquei puro, desnudo.

Volto ao Brasil

Pleno, prenhe,

Grávido, completo,

Equilibrado

 

Genebra, Lisboa, 29 de abril de 2012

Voando by TAP


 

Genebra

 

O melhor dos meus dois mundos:

 

Brasileiro – caloroso, espontâneo, afetuoso, solidário, carinhoso, amigo, festivo, sorridente;

 

Europeu – sisudo, reto, calado, comedido, seguro, confiante, funcional, sério, cortês, correto.

 

Seis meses Brasil

Seis meses Suíça

 

Lisboa, 29 de abril de 2012


 

Felicidade: No receipt

 

“Quando o desejo vem

É teu nome que eu chamo”

Respect the frontier

Cross the limits

Stay still…

 

Genebra, 28 de abril de 2012

Bar Vera Cruz

Flor, Vera Cruz

 

Simbolismo,

Masculino – Feminino

What’ts the matter?

O mágico está

No que se pensa

Sobre o ato.

 

Genebra, 29 de abril de 2012


 

Frio, o que é frio...

 

Pergunta ou afirmação, não vem ao caso. Esse frio que doía de saudade agora me pede pra ficar.

Sonho, materialização, sonho materializado ou desejo aos orixás, aqui parece que é meu lugar.

 

Genebra, 23 de abril de 2012


 

O Alfa e o Ômega

(Galinha Pulando)

(Antologia Miriam)

(Antologia Ponto & Vírgula)

 

No começo tudo era grátis. Cada um podia andar por onde quisesse; recolher uma fruta; beber água da fonte; dormir numa toca ou sobre uma árvore; amar quem lhe despertasse o desejo.

Ninguém acumulava mantimentos ou coisas, não tinha pressa nem pensava em aposentadoria.

Depois do pecado original, o capital, cada um se importava consigo, pagava pedágio, pela água e comida, armazenava mais coisas do que consumia, conheceu o estresse, a falta de tempo e a solidão.

Então, vieram o caos social, a fome, desemprego, pobreza, classes sociais, herança, processos judiciais, casamento por interesse econômico, abandono dos idosos, aborto, latrocínio e Deus.

 

Genebra, 29 de abril de 2012.


 

Brasil e Suíça – não dá pra comparar

 

Pegar ônibus ou trem. Você mesmo compra a passagem e entre no veículo. Não há cobrador. Se aparecer o fiscal você apresenta o ticket e pronto. Caso você não tenha o bilhete, paga uma multa equivalente a um mês de uso.

O sistema funciona à base da confiança.

É outra mentalidade, outra atitude. Ninguém fala alto, ninguém incomoda ninguém.

 

If I have a chance, if it were posible to choose before coming alive, of course I would ask for had born in a place like that. Of course!

As it is just an imposible dream, I need to learn how to deal with two opposite worlds: my desire and my pocket.

Unfortunately!

 

Genebra, 26 de abril de 2012


 

Chang Beer – Bar Vera Cruz

(Antologia Angola-Salvador)

(Antologia Mariana Brasil)

 

Comida Thai

Meninas-Homens, “che cosa fare”

Tua língua, tua língua, tua língua

Compreensivelmente babilônica

Sem palavras.

Aqui nasceu uma Rosa, Rubra, Pálida...

Rosa Vermelha, Vermelha, Amarela...

Amarela é a cor asiática, mas

O sangue é rubro, plaquetado, Vermelho.

Fernandas, Marinas, Maridas

Manas, de Sangue

Amas, de Leite.

Simbióticas

Separadas, apenas, pela sua ótica!

 

Genebra, 23 de abril de 2012

 

 


 

Amores

 

Amores possíveis.

(Antologia Angola-Salvador)

 

Estes são estéreis, porque não dão frio na barriga, não podem ser vividos às escondidas e são previsíveis.

Amores ideais são eternos e nunca sucumbem à rotina que a tudo corrói.

Amores possíveis nascem para preencher espaços definidos, enquanto amores ideais transbordam e transcendem.

 

15 de maio de 2012, 20:54hs

Casa de Silver


 

As bibas quadrigêmeas - Duty Free (wherever)

 

Menin@s lindas, pele clara, nariz empinado, cabelos lisos. Alimentadas a leite de caixinha, comida enlatada, ar condicionado. Quando crianças, fraldas descartáveis, como a vida e as relações.

Amigos? Só da mesma turma, clientes do mesmo Banco. Fazer o quê?

Bem, todas bem criadas, estudadas e formadas nas melhores escolas. Bilíngues, no mínimo. Mc Donald, Americanas, Shopping Center... É a vida... Nem todo mundo é perfeito!

Passaporte para o mundo: Duty Free. Ali são vistas e desejadas. Todas iguais, nos gestos, gostos, sonhos e fantasias. Inocentes ou Babadeiras, o caminho está pavimentado.

- Débito no cartão em dollar, senhor?

- Sim, obrigado.

Pelas poucas palavras não gostou do cardápio, da estampa. Finge que não v~e. Trato fino, cortês, porém distante e frio. Profissional.

Quem sabe o próximo cliente não cheire a Dolce Gabana, Calvin Klein? Quem sabe?

 

20 de abril de 2012, entre Brasil e Genebra


 

A mente humana

 

A mente humana mente,

humanamente mente,

uhhh mana, mente, humana,

Uma ana mente, a mente

A mentir humanamente,

A mente, a mente, a mentir

Humanamente, mente, humana a mentir, humanamente...


 

Sobrevivência

 

A necessidade da vida vai além da responsabilidade com trabalho, obrigação, estudo, luta, sono, educação...

Para ser honesto, acredito que nem os compromissos, nem os investimentos ou os atrasos me causam tanta loucura do que a falta de solidariedade e o pouco sentimento das pessoas.

Talvez por isso a arte, dança, livros, literatura, teatro e amor sejam esquecidos como forma de lazer para pais e filhos.

A mobilização e coragem para lutar, com paciência, contra tudo isso podem nos deixar cansados e com sono, mas não devemos abandonar esse compromisso e obrigação. Precisamos lutar com honestidade, sob pena de ficar lembrando, com nostalgia, do tempo perdido sem amar.

 

Exercício poético, sob a regência de Renata Rimet, durante o VI Caldeirão Cultural

Centro Cultural Plataforma, 09 de junho de 2012


 

Poema a Gonçalves Dias

(Antologia Mil Poemas a Gonçalves Dias)

(Antologia UBE-SP)

(Galinha Pulando)

(Um poema em cada árvore)

 

A terra onde havia palmeiras

Hoje tem devastação;

Onde cantava o sabiá

Reina solta a erosão.

 

Que diria o poeta

Se vivesse para ver

Toda a sua poesia

Neste solo esmaecer.

 

Com certeza ia chorar

Pela triste imensidão

Pela seca e o deserto

 

Desencantado por certo

E com dor no coração

Pediria pra não voltar...

 

Salvador, 08 de junho de 2012


 

Brasília é uma Festa

 

Do Planalto Central

A cidade comanda a nação

Com Deputados e Senadores

Escolhidos em eleição.

 

Planejada com carinho

Por um grande arquiteto

Oscar Niemeyer

Que a fez com muito afeto.

 

Foi um sonho de Juscelino

Que plantou um coração

Bem no meio do Brasil

 

Dali a nata política

Comanda nossa nação

Comanda nosso Brasil.

 

 

Autor: Valdeck Almeida de Jeuss

Salvador, 04 de julho de 2012


 

Meu dia foi rosa

(Galinha Pulando)

(Antologia Miriam)

 

Evolusapiem...

 

Quando acordei e pensei que este poderia ser o último dia de minha vida, pensei que já tinha tudo e que nada poderia me tirar a felicidade de viver...

 

Mesmo que hoje não terminasse ou que hoje se acabasse e não mais houvesse o nascer de um outro amanhã...

 

Porque hoje me lembrei

de um sentimento sublime que nos nos move, nos dá motivos para acordar e sorrir, e viver, e sonhar...

 

Lembrei que meu amor não tinha data de validade nem expirava na próxima esquina...

 

Lembrei que tua presença me dá equilíbrio, respiração, pele... sentidos, olfato... toque, percepção... olhares, sentimentos...

 

E que com você eu vejo o mundo em cores, com transparência. Pensar em ti me faz planar, voar, sentir o vento, sopro de vida, mesmo sem sair do lugar...

 

Lembrei que você me dá motivação para dormir, sonhar, acordar e sorrir do nada, da lembrança, do cheiro sentido na memória...

 

Lembrar de ti me faz ficar com cara de bobo, com um sorriso de canto de boca, escondido, lembrando de nada...

 

Pensar em ti me faz suspirar fundo e me dá alegria saber que vou te encontrar num outro amanhã, para ouvir qualquer bobagem da tua boca, dar um tapinha na bunda... ou te agarrar de surpresa e dar um abraço...

 

Salvador, 09 de julho de 2012


 

Os Mares, porque sonhar é preciso

(Galinha Pulando)

(Antologia Miriam)

 

Quero sentir

A rigidez da tua insensibilidade

Quando não sentir

Minha vontade de te amar;

 

Penetrar na tua opacidade

E quebrar o gelo

Desta parte intransponível

Entre mim e ti.

 

Apenas dois pares de pernas

Nos separam do abraço,

Do abraço que sonho em te dar.

 

Que fazer pra chegar aí,

Que fazer pra trazer-te aqui?

Vou sonhar, vou dormir...

 

Poesia Incógnita Declarada - Solar Boa Vista, Brotas, Salvador-BA

17 de julho de 2012

 


 

Filosofia da Bosta ou Dez Crenças

 

Deus é uma invenção,

Não sou filho de ninguém,

Não sou irmão de nenhum filho da puta,

Nem estou ligado nem desligado de nada.

 

O que me move é a fome.

Preciso comer, beber, cagar;

Sou um animal como todos os outros.

 

Inventamos Deus e a salvação

Para justificar a falta de comida.

No fundo a vida é uma merda:

Comer, dormir, cagar, trabalhar,

Cumprir horário, ir ao mercado,

Recitar poesias, aparecer no jornal.

E a bosta continua...

 

Salvador, 21 de julho de 2012


 

O verbo era um espermatozóide

A procura de ação

E o verbo se fez carne.

Eu não me encaixo em nada na vida. Acho tudo tão idiota, corriqueiro e banal... os poetas tentam fingir que a poesia fez a diferença... não acho que faça...

 

Salvador, 21 de julho de 2012


 

Acordei leve

(Galinha Pulando)

(Um poema em cada árvore)

(Antologia Ponto & Vírgula)

 

Por longos seis anos estive enclausurado,
Não por medo, vergonha, opção;
Fiquei escondido de mim, de ti.
Busquei resposta para esta desilusão.

Hoje, porém, veio a resposta:
Este peso que carreguei, por obrigação
Era nada mais que um engano
Castigo aplicado pelo coração.

A ti, dediquei meus doces anos,
Investi carinho, verdade, emoção...
Em troca: desilusão.

Páginas em branco, choro e pranto,
Nada tocou teu duro coração
E plantou em mim esse desencanto.

Dedicação ao meu livro que morreu ontem.

Salvador, 01 de agosto de 2012


 

Par de olhos procura

 

Outro par de olhos

Que seja expressivo,

Castanho, esverdeado,

Azul ou acinzentado.

 

Que mostre emoção,

Seja carinho e afeto,

Companheirismo,

Amizade ou repreensão.

 

Par de olhos procura

Olhos que chorem,

E saibam sorrir

 

Mas que não demorem

E tragam a luz;

Luz pra minha cura...

 

Salvador, 01 de agosto de 2012


 

Meu demônio

(Antologia Ponto & Vírgula)

(Antologia Cappaz 2012)

 

Não era negro ou loiro,

Alto, esbelto, inteligente;

Fugia aos padrões estabelecidos,

Não tinha cara de gente.

 

Sorria, mentia, abraçava,

Me fazia feliz e me machucava;

Me fazia sentir saudade

E dizia que me amava.

 

Meu demônio era santo,

Mas só fazia maldade

Me deixando sempre em pranto.

 

Meu demônio era eu

Perdido nessa cidade

Camuflado em meu manto.

 

Congresso da ABEH, Ufba, 02 de agosto de 2012

 


 

Natureza

(Um poema em cada árvore)

 

Tua presença me alivia,

Me dá vida, me alimenta;

Tua companhia me dá força,

Me alumia, me sustenta.

 

Tua presença me dá gana,

Tua presença me dá energia,

Tua companhia me motiva,

Impulsiona-me, me dá guia.

 

Força vital, axé, sustento:

Não evoluo sem tua mão,

Não me aguento...

 

Tua companhia é unguento,

Sossego, paz, proteção,

Tempo, vida, força, sentimento.

 

Salvador, 28 de agosto de 2012

Café & Cognac Bar – Rio Vermelho

 


 

Viver é seguir

 

Caminhar, esta é a direção. Com pedras ou com pedregulhos, o caminhar é inevitável. Cair, tropeçar, machucar-se, pisar em ovos, seguir...

Nada impede a caminhada, mesmo aquela interna, para as entranhas do eu.

Os resultados, se houverem, serão expostos, doa a quem doer...

 

31 de agosto de 2012

 


 

Carma, Destino ou Poema mofado?

(Antologia Cappaz 2012)

 

Já dizia Nelson Rodrigues que é necessário trair para não mofar.

Eu, em minha pequenez de conhecimento e experiências, pela minha falta de contatos ou contatos em excesso com variedades, concordo e discordo.

Não há caminho, não há destino, não há cabana. O que há é o inconformismo, aflição eterna. A alma humana ansia por não-rotina; por outro lado, nossa consciência nos refrea, nos condena.

Quebrar as regras, mudar os planos, matar os sonhos ou refazê-los, remendá-los, seguir sem rumo. São apenas algumas das milhares de alternativas. Mas cada uma tem uma escolha e uma renúncia implícita...

 

 

30 de agosto de 2012

 

 

 

 


 

Pontes Poéticas

(Prêmio Damário Dacruz)

(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)

 

Entre o mar e o continente

Sentimentos, aflições,

Saudades, lembranças,

Boas e más recordações...

 

Entre Salvador e Cachoeira

Caminhos, trilhas, sensações,

Rimas, trovas, versos, poeira

Levantada nos corações...

 

Da capital da alegria

Para a capital da independência

(Agora, ambas em agonia)

 

Viajava o poeta Damário

Em sua santa penitência

De espalhar seu poemário...


 

Poeta não morre

(Prêmio Damário Dacruz)

 

Se houve risco de vida

Se houve risco de morte

A arte foi revivida

Pois o poeta tem sorte.

 

Com o apoio da sociedade

A arte e a literatura

Da terra da independência

São agenda da cultura.

 

Prêmio Damário Dacruz

Incentiva a poesia

Traz à Terra a sua luz.

 

Inspira cada escritor

A escrever com alegria

Pra Damário, um louvor.


 

Pouso da palavra

(Prêmio Damário Dacruz)

 

Ali, onde o silêncio impera

No meio da imensidão

Nasce a rima, soa o bang

Da palavra na escuridão...

 

Onde palavras repousam

E explodem em emoção

Ficam vivas e remoçam

Nascendo do coração...

 

Lugar de idas e vindas

Encontros e dispersão

Onde a vida não se finda

 

Enquanto pulsa a lembrança

Da vibração de sua voz

Do poeta homem-criança...


 

Bom dia, amigos e amigas do Facebook. Hoje é meu dia de pagar mais uma pena, que cumpro há mais de 25 anos: bater batente das 7 às 14hs... Faltam apenas 15 anos para a aposentadoria. Se eu chegar lá, troncho e caquético, é claro!

 

 

Poesia da vida rotineira

Acordar cedo, tomr café, descer o elevador, atravessar a porra da rua que ninguem para para o pedestre (nem eu, quando estou dirigindo).. subir a ladeira da porra, entrar no caralho do trabalho, todo cimentado feito uma mumia, BOM DIA FILHO DA PUTA... entrar, pegar outro elevador, bom dia desgraças, sentar, ligar o computador... e a rotina da porra, que nao para mais... kkkkkkk

E porque não mudo isso? Quem vai me susterntar, pagar minha gasolina, meus remédios de pressão, meus comprimidos de tarja preta?

 

Vou parar de postar besteiras no Facebook hoje e vou procurar alguém pra me usar...

 

Tentei fazer da minha vida um poema... faltou rima, faltou verso, faltou tudo. Pra onde regresso?

 

Meu coração quer começar a bater... Tenho medo, pois não consigo fazê-lo parar facilmente... Bate, bate, me machuca que eu gosto!!!


 

Afro (in)Dependente

(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)

 

Tenho dois pés na senzala:

Meu pai nasceu em Santo Antônio de Jesus;

Minha mãe, em Amargosa.

Amarga vida, vivi,

Superei, não tive cotas nem reparação.

Antes de despertar a consciência

e de camuflar minha miséria

Com palavras politicamente corretas

Sobrevivi, fui humilhado, fui favelado,

Sofri calado.

 

Agora faço parte da moda,

Estou contente com os restos,

Cargos de enfeite,

Submissão;

Agora, com gestos comedidos,

Falares enfeitados,

Migalhas da bandeja,

Estou domesticado.

Não sou mais espontâneo,

Não sou mais inspirado.

Só como no potinho, estou pasteurizado.

E minha afro dependência, agora,

Está longe, no passado.

Perdi a voz, estou calado,

Agora eu sou COMUNIDADE

Não sou mais negro,

Agora, sou AFRO DESCENDENTE,

A diferença? Me acostumei

De ser chamado diferente,

Mas minha vida, como sempre,

É sofrimento, é apartheid,

Preciso despertar, gritar,

Pra não ser mais humilhado,

Pra não ficar ACOSTUMADO

Preciso despertar, preciso acordar.

Minha afro DEPENDÊNCIA

Grita em mim, sou diferente,

No falar, no andar, no vestir,

Preciso me assumir.

Que bueno verte otra vez, oirte personalmente y sentirte cerca. Te quiero.

23 de setembro de 2012

 


 

Quero ver e sentir

O amor em rijo

Grosseiro, torto, profundo

Não quero sentir o amor suave,

Plano, sublime, que respira em paz;

Quero aquele amor profano, endiabrado,

Encapetado, amor de mais..

O amor que tira o fôlego, que sufoca;

Aquele que me chora e me devora,

No fogo do amor.

 

Prosa & Poesia, 25 de setembro de 2012


 

Anjo sem asas

(Galinha Pulando)

 

Alimentei um sonho por quatro anos. Um passarinho ficou preso numa gaiola de ouro, onde tinha de tudo. Comida, luz, água, cuidados. Ensinei o lindo pássaro a trinar, cantar em melodias que ele não conhecia.

 

Eu dormia e acordava vendo-o crescer, no sonho, se emplumar, sofrer a amargura de estar sem liberdade. Meu coração, a dez mil quilômetros, sentia a falta, a fala, as peninhas tomando corpo sem mim.

 

A longa espera, do outro lado do oceano, enchia meus olhos de água salgada, que escorria peito abaixo. Aqui, eu cuidava do sonho, alimentava a esperança e dormia noites e dias pensando no reencontro, quando eu pudesse abrir a portinhola e soltar o bichinho.

 

O tão esperado dia chegou e eu senti medo, ansiedade, entorpecimento. Não queria soltar o passarinho, não queria vê-lo voar. Meu sonho voaria junto, pousaria num alto e inalcançável galho, onde eu jamais poderia subir. E o sonho se fez carne, nua e crua. Sem rodeios, sem floreios, numa picada certeira em minha frágil prisão. Agora, não sei se choro ou se sorrio. Perdi um amor, mas ganhei uma amizade...

 

Salvador, 26 de setembro de 2012


 

Esperança

(Galinha Pulando)

 

No fundo da minha alma uma pequena chama bruxuleante ainda teima e resiste ao tempo, que a tudo enferruja, devasta, apaga. A luzinha, com fôlego alimentado pelo sonho e pela imaginação, balouça frágil, mas assim mesmo se mantém pulsante. Enquanto houver elementos mnemônicos que reacendam resquícios de um passado cada vez mais diluído e fugidio, ela estará firme, altiva, guerreira, queimando o pouco que resta do oxigênio.

 

Mais dia menos dia a flecha certeira de um cupido desorientado pode se resvalar na direção da flama, deixá-la mais delicada e apressar o fim de seu opaco brilho. O resplandecer da luz já pode ser confundido com o piscar de uma estrela distante mil anos, de um corpo celeste que já não mais existe faz tempo. Mas, com ou sem energia; com ou sem motivos, o corpo luzidio brilhará, até que se apague a última gota de esperança.

 

Salvador, 27 de setembro de 2012


 

Espírito da vida

Caminho de luz

Que queres tu de mim,

Reverência, respeito,

Sujeição, amor, adoração?

Dá-me a paz dos humanos,

A mansidão dos oceanos

E tira de mim a alma, o sopro de vida

E o CORAÇÃO.

Leva-me tudo, mas deixa-me

Livre da solidão.

Ou faças o que achares melhor.

 

Castelo Branco, 27 de setembro de 2012

 

 


 

Que é a vida

Sem o sopro

O ânimo

O susto

O sossego

O grito

A dor

O lamento

O horror e o fim?

 

27 de setembro de 2012 – Gêmeos Santos

 


 

Saudade

Que a dor

Lancinante

No peito

(o infarto)

Me ceife

A vontade

De ficar

Se tu deixares

De me querer

Mesmo que seja

Do jeito que me queres

Heineken

Red LAbel

Vinho

Praia Sebo dos Livros

E tu fotografas

Imagens na minha retina,

Sem que eu me aposse

Do que desejo e sonho.

 

27 de setembro de 2012

 


 

Minha sensualidade

Esbarra no muro

Da tua cegueira cega;

Meu murro, no muro,

Reduz-se à dor

Do soco no peito

Do teu não!

 

Praia Sebo dos Livros, 27 de setembro de 2012

 


 

Sempre

Vai ser sempre

Enquanto eu

Não lembrar

De esquecer

O que senti.

 

Praia Sebo dos Livros, 27 de setembro de 2012

 

 


 

O resto

São páginas em branco

À espera do que viveremos.

Se não vivermos mais,

As rasgarei e as sepultarei

No meu peito.

 

Praia Sebo dos Livros, 27 de setembro de 2012

 

 

Foram quatro anos de exílio.

Não quero e nem vou deixá-lo partir outra vez.

 

Edf. Crescenciano dos Santos, 29 de setembro de 2012

 

 

 

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