sábado, 22 de agosto de 2020

Livro Todos os Poemas da página 429 até página 557

RELIGIOSA
O cego e o mudo
(Antologia Ebenezer – Leandro de Assis)

Eu sei que Jesus é Santo
E por ser Santo Ele cura e salva
Eu quero ser salvo por Jesus
Aquele que por mim morreu na cruz.

Jesus cura e salva
Cura e salva a quem nele crer
Ele faz o mudo falar
E o cego ele faz voltar a ver.

E quando o mudo consegue falar
A primeira coisa que ele diz
É Jesus eu gosto muito de ti
E agora estou muito feliz.

Agora eu canto e louvo a Jesus
É o que antes eu não fazia
Sentia vontade de louvar e cantar
Mas sem a fala eu não poderia.

Oh Jesus te agradeço
Pela fala e pela visão
Agora convido a vir morar
Dentro do meu coração.

Ajude-me meu Deus
Ajude-me meu Deus querido
Ajude-me meu Deus de amor
Ajude-me meu Jesus Cristo
Ajude-me meu Salvador.

Nesta hora te suplico
Ó Senhor, Senhor, Senhor
Ajude-me Jesus querido
Ajude-me ó Criador.

Ó Pai Santo, meu Jesus
Ajude-me ó Criador
Nesta hora que suplico
Ó Senhor, Senhor, Senhor.

Nesta hora ó Jesus
Em que tanto Te preciso
Ajude-me, por favor,
Faz de mim alguém de juízo.

Ressuscite-me da maldade
Pra viver no Teu amor
Lança um raio de bondade
Sobre mim Pai Criador.

HOMENAGEM
Primeiro de Maio    
(01 de maio de 1983).

Dia primeiro de maio
Dia do Trabalhador
Dia daquele que trabalha
Com muito afinco e amor.

Quem trabalha neste mundo
E trabalha com altivez
Merece dedicação
E saudação neste mês.

O trabalho é abençoado
Até Jesus trabalhou
E também o nosso Pai
Quando o mundo criou.

Com trabalho se constrói
A grandeza da nação
A grandeza do universo
Para alegria do coração.

Vamos todos trabalhar
Com vontade e muito amor
O trabalho é o melhor remédio
Para espantar o rancor.

HOMENAGEM
Páscoa   
(01 de maio de 1983).

                        (Antologia Ebenezer – Leandro de Assis)

Depois de ser perseguido
Por escribas e fariseus
Morre aos trinta e três anos
O grande Filho de Deus.

Ao terceiro dia sobe
Mas foi preparar lugar
Para na Sua segunda vinda
Levar a nós todos pra lá.

Ele ressuscitou aos mortos
E foi viver lá no céu
Com o nosso Criador
Nosso Deus, Emanuel.

A Páscoa é uma vida nova
É nascer como Jesus
É nascer como aquele
Que por nós morreu na cruz.

Meu Jesus morreu por mim
Morreu pelos meus pecados
Mas ao vencer a morte
Eu fui de todo perdoado.


Juntado ao “Poemas de Valdeck” e enviado para a Fundação Cultural do Estado da Bahia, para concurso de poesias

PROJETO 30 ANOS DE POESIA
AMOR
Meu primeiro amor

Meu primeiro amor na vida
Não esqueci nem vou esquecer
Nem hoje nem amanhã
Nem mesmo quando eu morrer
E se eu nascer de novo
Vou me lembrar de você.

Foi a seis anos passados
Foi nesta mesma cidade
Que eu amei você, meu bem
Seis anos de muita saudade
Quando eu tinha apenas
Doze anos de idade.

Já se passaram seis anos
Depois que eu te amei
Te abracei muitas vezes
Muitas vezes te beijei
Eu me esqueço de tudo
Mas de ti não esquecerei.

O teu nome é Jackeline
E tu moras em Jequié
Eu te amei e ainda te amo
Minha primeira mulher
Sou capaz de te querer
Mesmo se tu não me quiser.

Eu morava numa fazenda
Chamada de "Turmalina"
Vim embora para Jequié
Conheci uma menina
Que amei e ainda amo
Este é o amor de minha sina.

Eu estudava então
A 5ª série em Jequié
No Estadual IERP
De 78 até
O ano 79
Quando perdi minha mulher.

Eu quase não fazia nada
Só pensando em namorar
A menina que eu vi
De longe me observar
A menina que amei
Amo e ainda vou amar.

Namorei ela durante um ano
Um ano que passou num segundo
Porque pra quem ama o tempo
É tão curto neste mundo
Que parece até que não existe
Neste belo e velho mundo.

Eu não podia ficar longe dela
Nem mesmo um mísero segundo
Que parecia que durava um  século
Neste céu, universo, mundo
Mas para vê-la eu fazia tudo
Que fosse possível ou impossível neste mundo!
(01 de abril de 1984).


SOCIAL - CORDEL
Essa vida

Todo dia, meu amigo
Sobe tudo sem parar
Se continuar assim,
Como nós vamos aguentar?

Sobe óleo, sobe carne,
Sobe o arroz e o feijão
Como é que viveremos
Nesta vida de inflação?

Hoje se compra a carne
Amanha não compra não
Será que os preços só sabem
Subir como um avião?

E se fossem só os preços
Ainda se poderia viver
Mas com esta seca terrível
Acho que vamos morrer.

O cigarro eu não me importo
Que suba e suba sem parar
Porque não fumo e também
Não mando você fumar.

Se plana, não nasce nada
Pra colher, não tem feijão.
E com essa seca terrível
A chuva não vem mais não.

O mundo desesperado
E o Brasil a piorar
Acho que o país morreu
Só falta é enterrar.

Uns ganham muito dinheiro
E outros não ganham não
Uns ganham pouco, outros nada
Que injustiça, meu irmão.

Os que ganham, compram muita
Ou pouca alimentação
E aqueles que nada ganham
Como é que viverão?

Não se pode hoje em dia
Ter alegria meu irmão
Como é que sorriremos
Nesta vida de inflação?

Só quem vive alegre é aquele
Que deu Deus no coração
Que mesmo no sofrimento
Tem alegria de montão.

Não podemos ter dinheiro
Felicidade ou pirão
Hoje se morre de fome
Nem pode comprar o caixão.

Hoje em dia nós não temos
Dinheiro nem para ladrão
Que vem para roubar, não acha
E nos mata sem compaixão.

Se ao menos ele nos desse
Depois da morte, o caixão
Desejaríamos ser assaltados
Pra ganhar nosso "roupão".

Nem morrer hoje se pode
Por causa da carestia
Com que dinheiro faz o óbito
E o funeral, hein minha filha?

Não se acha o que fazer
Emprego não há mais não
Nem trabalho hoje se encontra
Nem a troco de pirão.

Se se procura no jardim
Dos novos desempregados
Uma vaga para sentar
Não tem, tá tudo ocupado.

Muita gente que não aguenta
Viver sem não trabalhar
Apela para a "autoridade"
Para um emprego encontrar.

Então, já sem esperanças
Para sustentar a família
Sem emprego e sem comida
Apela para a covardia.

Passa então a ser ladrão
Assaltante, assassino
Para sustentar a família
A mulher e dez meninos.

Quando a "cana" lhe encana
Ele vai viver então
Junto a gente perigosa
Que não tem recuperação.

Quando sai da cela um dia
Sai pior que quando entrou
Pois o que aprendeu lá dentro
Nem o diabo escutou.

A família ainda existe
Que por sorte ou por azar
Tá pior que antigamente
E tudo a pior ficar.

Quando chega em casa um cia
Logo ouve o que sabia
"Já morreram cinco filhos
de fome, a moléstia do dia".

Fica com raiva de tudo
Da sociedade, então
E com essa raiva toda
Mata gente de montão.

Quem não segue este caminho
E fica a mendigar
Morre em muito pouco tempo
Não há como escapar.

Só os ricos é que não morrem
E é difícil de morrerem
Mas uma coisa é certa
Irão sempre enriquecerem.

E o pobre que não tem vez
Vai pra rico trabalhar
Se matar a vida inteira
Para pouco ou nada ganhar.

Ninguém aguenta esta vida
Esta vida sem piedade
Que faz o pobre sofrer
E morrer antes da idade.

Mas um dia eu sei teremos
Felicidade e alegria
Teremos tudo nas mãos
E nunca mais carestia.

Neste dia eu quero ver
Pobre de alegria saltar
Rico, triste, se morder
E querer só se matar.

Então seremos muitos
Os pobres que vão enriquecer
Para dar esmolas aos poucos ricos
Que hoje nos faz sofrer.

Daremos tudo nas mãos
Dos ricos que hoje são
Tristeza para nós, os pobres
Sem nada, nem proteção.

E os ricos serão pobres
Quando os pobres enriquecerem
E não os deixaremos subirem
Para não nos fazer sofrer.
(01 de abril de 1984).


 SOCIAL - CORDEL
Jequié

Meus amigos e leitores
Do folheto circular
Observe a história
Que aqui passo a contar.

É a história da cidade
Chamada de Jequié
Quem está aqui quer ir embora
E quem vai, voltar não quer.

Êta cidade ruim
Pior que essa não vi
Me arrependo de um dia
Ter nascido logo aqui.

Esgotos pra todo lado
Mas quebrados, seu doutor
Ninguém aqui tem cuidado
Nem para encanar o cocô.

Uns prefeitos que a governam
Só querem dinheiro ganhar
Mas as obras necessárias
Eles não querem realizar.

Água encanada nós temos
Mas nos tanques não cai não
Nós pagamos e não recebemos
Água para a alimentação.

Ruas estão sem calçamento
Buracos pra todo lugar
Vagabundos e malandros
Pelas mesmas a andar.

Cachorro mordendo gente
E carros a atropelar
Muita gente passando fome
E sem ter onde morar.

Os pedestres já não podem
Mais andar pelas calçadas
Pois nas mesmas tem é muita
Mobilete estacionada.

As motos já ocuparam
Nossas calçadas também
Quando não é estacionada
É correndo a oitenta ou cem.

Os donos de automóveis
Que não têm onde os guardar
Utilizam-se das calçadas
Para seus carros estacionar.

Nós agora não podemos
Pelas calçadas andar
Andamos é pela pista
Para o carro atropelar.

Lixo temos pelas ruas
E até nas avenidas
Que deviam ser limpinhas
E não sujas, mal varridas.

O lixo é muito aqui
É muita a sujeira no chão
Que se cair um elefante
Perde-se dentro do montão.

A praça da feira tem lixo
Que é a pior sujeira
Dá nojo até de comprar
Alguma coisa na feira.

Muriçocas em Jequié
Já é rotina se ver
Que até nos acostumamos
As picadas receber.

Os jardins estão descuidados
Nem grama querem plantar
Mas sem água, meus amigos
Pra que plantar sem regar?

Muitos jardins destruídos
E quebrados pelo povo
Não se pode construí-los
Nem pra velho nem pra novo.

As ex fontes luminosas
Hoje estão na escuridão
Não têm água nem têm luz
Só têm esculhambação.

Ruas mal iluminadas
Não sei para quem apelar
Se a gente quiser um dia
Estas ruas iluminar.

Briga para todos os lados
Gente a morrer e a matar
Suicídio acontecendo
Nesta cidade sem iguá.

Muitas mortes aconteceram
Nesta cidade que é
A cidade mais quebrada
Chamada de Jequié.

Muitos presos já fugiram
Muitos ladrões a roubar
Gente que não tem mais nada
Para ladrão carregar.

O rio de Contas é lazer
É lugar de se afogar
Onde não tem salva vidas
Para a nós segurar.

Precisando de reforma
O Mercado Municipal
Será que deixarão para acervo
Do Museu Regional?

Escolas caindo aos pedaços
Cadeira não tem para sentar
E quando tem e se senta
É sentando e ela quebrar.

Exemplo do que falei
É o Ginásio Municipal
Dr. Celli de Freitas
Que está pra lá de mal.

O auditório deste dito
Só falta se desmanchar
O resto que ainda sobra
Tá perto de desabar.

Mictório e sanitário
Está todo esculhambado
Destruído e sem conserto
Está todo esbagaçado.

Viaduto Daniel Andrade
Tá a pior escuridão
Que só serve hoje em dia
Para acoito de ladrão.

Quando se passa por lá
E se não tiver cuidado
Morre atolado nas bostas
Ou então morre assaltado.

O mau-cheiro é tão intenso
Que nos deixa sufocado
E se ficarmos ali
Morreremos abafados.

Agora não conto tudo
Para a caneta não secar
Porque tem muita coisa ainda
Que depois vou te contar.

Esta é a grande verdade
Que acabo de te contar
Sobre uma cidade pobre
Que breve se acabará.

Agora meus conterrâneos
Eu começo a terminar
Porque se eu fosse escrever
Tudo que errado aqui há
Cem mil folhas não daria
Nem para principiar
Contar as coisas erradas
Que tem aqui e acolá.
(19 de dezembro de 1982).


POLÍTICO - CORDEL

Elogio Caipira a Caribé

Foi Cariba quem ganhou
Prefeitura em Jequié
Vá em frente seu Landulfo
Construa o que convier.

Falaram-me deste homem
Que tudo sabe e já viu
Foi eleito há pouco tempo
Melhor prefeito do Brasil.

Falaram-me deste homem
Que todo mundo admira
O nome dele é Cariba
Que o eleitor sempre mira.

Homem bravo e mui valente
Que sabe bem governar
Tem a simpatia do povo
Porque sabe nos tratar.

Muito querido do povo
Ele sempre vai ganhar
Em qualquer colocação
Que ele se candidatar.

Caribé hoje te digo
A ponte que construiu
Veio a chuva e balançou
Abalou, quebrou e caiu.

Mas tu mandaste consertar
A ponte velha quebrada
Que agora já tá nova
Todinha recuperada.

Espero que tua chegada
Jequié se melhorar
Porque cidade doente
Não se pode consertar.

Jequié tá melhorando
Tá querendo levantar
Depois que o médico chegou
Cariba vai consertar.

Seu Landulfo Caribé
Uma coisa vou pedir
Reconstrua nosso mercado
Que tá perto de cair.

Reconstrua ou derrube
Para outro construir
Porque fazer outro é mais fácil
Que o antigo reconstruir.

Os buracos destas ruas
Espero mande tampar
Pois a cidade parece
Peneira de peneirar.

Os buracos são tão grandes
Que não dá mais pra tampar
Se juntar cada um deles
Dá para o mundo enterrar.

Quando carro velho trafega
Pelas ruas esburacadas
Cai peça por todo lado
E os carros ficam na estrada.

Os carros trepidam mais
Que motor de caminhão
Quando passam pelas ruas
Cheias de buracos no chão.

Se compara as ruas daqui
Com camisa de croché
Tem mais buraco que tudo
Assim não dá, seu Caribé.

Esgotos estão quebrados
Mande logo consertar
Pois ninguém aguenta mais
Esse fedor de gambá.

Tem um esgoto gigante
Rio Jequiezinho chamado
Que hoje já não é rio
É um esgoto encanado.

Esgoto que sai da feira
É tão grande o seu fedor
Começa no Mangue do Costa
Pra feder igual a cocô.

Mande guarda para as ruas
Para a tudo vigiar
Porque ladrão e vagabundo
Tem mais que areia no mar.

As praças estão destruídas
Mande logo consertar
As calçadas que estão quebradas
Mande logo reformar.

Viaduto abandonado
Mande logo iluminar
Pois com aquela escuridão
Ele vai se acabar.

Gostaria que as ruas
Voltasse a ser iluminadas
Pois do jeito que se encontram
Não servem pra caminhada.

Nossas fontes luminosas
No centro desta cidade
Estão pior que um esgoto
Esta é a grande verdade.

Esgoto que sai da feira
Mande alguém canalizar
Porque ninguém aguenta mais
Esse fedor de matar.

Gostaria que os taxis
Fossem padronizados
Todos pintados de uma cor
E fossem estilizados.

Caribé você já tem
Jequié pra governar
Mas vem ligeiro meu caro
Antes dela evaporar.

Mande abrir ralos nas ruas
Para a chuva escoar
Pois qualquer chuvinha aqui
Todos ficam a nadar.

Gere emprego para esta gente
Que não tem o que fazer
Para o número de malandros
Aqui parar de crescer.

Caribé, meu objetivo
Era te elogiar
Mas eu fiz muitos pedidos
Para você nos ajudar.

Caribé, aqui termino
Pois eu não quero ficar
Só trazendo os problemas
Para você solucionar.

Espero que em tua jornada
Sendo prefeito de Jequié
Tenha aqui muito sucesso
Que é assim que o povo quer.

Leve Jequié para cima
Faça a cidade crescer
Com uma política bem feita
Jequié vai aparecer.

Faça a cidade ser a primeira
Na Bahia e no Brasil
Mas somente em boas coisas
Mais de cem, mais de cem mil.
(22 de dezembro de 1982).


POLÍTICO - CORDEL

Elogio a Caribé

A este homem tão querido
Para este homem de fé
Aqui vai o meu abraço
E o do povo de Jequié.

Este homem, meus amigos
Todos já sabem quem é
E você não descobriu?
É o Landulfo Caribé.

Deste homem todos gostam
Menos uma minoria
Que não gosta nem da terra
Da nossa querida Bahia.

Este homem é um político
Mas um político de fé
E por isto se elegeu
Tantas vezes em Jequié.

Ele é amigo dos pobres
Só quer o bem da Nação
E tudo o que ele faz
Só faz de bom coração.

Nestas últimas eleições
Ele se candidatou
Pra prefeito em Jequié
E a prefeitura ganhou.

Mesmo sendo situação
Ninguém deixou de votar
Neste grande e bom político
Que sabe bem governar.

Aqui vai mais elogio
Para o prefeito que é
Muito honesto e muito amigo
Senhor Landulfo Caribé.

Muito mais que elogio
Merece um grande prefeito
Que é perfeito em tudo
E em tudo ele dá jeito.

Não tem mais ponte quebrada
Nem precisando conserto
Recuperou até a velha ponte
Ponte do "passa com jeito".

Na Rafael Xavier
Na Avenida João Goulart
Parou o trânsito uns tempos
Para a ponte consertar.

O corrimão de uma que fica
Na avenida Franz Gedeon
Mandou tirar e jogar fora
E trocar por outro bom.

A ponte com o seu nome
Numa principal avenida
Foi refeita e reformada
Ou mesmo reconstruída.

Jardins são reconstruídos
E outros são reformados
Como o da Moreira Sobrinho
Que há muito estava acabado.

Praças são inauguradas
Como a Vianna Neto e outras
Perto do aeroporto
E muitas e muitas outras.

Praça da Igreja Matriz
Agora dá gosto de olhar
Não é como antigamente
Dá até pra passear.

Muita coisa melhorou
E muita vai melhorando
E ele ainda para os débitos
Que outros vão lhe deixando.

Atenção querido ouvinte
Vamos logo elogiar
Preste atenção no que digo
Não deixe nada escapar.

Elogio a um prefeito
De uma cidade do interior
Do interior da Bahia
Que governa com amor.

É um prefeito bacana
Melhor que ele não há
Temos sorte que ele homem
Tenha vindo para cá.

É um prefeito honesto
E que sabe governar
Estamos de parabéns
E vamos participar.

Esgotos tá consertando
E botando onde não há
É isto aí, seu prefeito
Vamos botar pra quebrar.

Outros que aqui vieram
Não se elegeram de novo
Somente o Caribé
Que tem amor pelo povo.

Ruas já estão calçadas
Buracos manda tampar
Passando tratores nas ruas
Que ainda estão sem calçar.

O lixo que estava demais
Agora está acabando
Todo dia os garis
Estão as ruas limpando.

Os jardins estão limpinhos
E estão recuperados
Construídos e bonitos
E não mais são maltratados.

Escolas está consertando
Outras vai recuperar
Agora sim em Jequié
O ensino vai melhorar.

Foi Cariba que ganhou
A eleição em Jequié
Vai em frente seu Landulfo
Construa o que convier.

Todos conhecem este homem
Homem bom e trabalhador
Que trabalha na política
Com muita garra e amor.

Caribé te agradecemos
Pela ponte que construiu
Que a chuva derrubou
Mas que você reconstruiu.

Meu grande prefeito Cariba
Prefeito de Jequié
Receba abraço e elogio
Do conterrâneo que é:

Valdeck Almeida de Jesus
Um admirador teu
Que vibrou de alegria
Quando você se elegeu.
(27 de outubro de 1983).

REFLEXÃO
Relógio

Há um relógio que não tem
Tic-tac nem ponteiro
No silêncio ele trabalha
Mas ele exige dinheiro
Pra comprar sua bateria
Que é feita no estrangeiro.

Ele fica a piscar
Sempre e sempre sem parar
Só enquanto a pilha é forte
Ele fica a marcar
Horas, minutos, segundos
E datas, até se esgotar.

Ele pisca, pisca, pisca
E continua piscando
Conta até cinquenta e nove
Para depois aumentar
Um minuto ou uma hora
Pra não ficar sem marcar.
(01 de abril de 1984).

 HOMENAGEM - ENGRAÇADA
Primeiro de abril

Dia primeiro de abril
É dia de se brincar
Com colegas e amigos
Parentes que se encontrar.

Chamamos alguém e dizemos
Olhe que algo caiu
E quando a pessoa olhar
Dizemos "primeiro de abril".

Nunca mais eu ouvi isto
Brincadeira de criança
Há muito tempo não ouço
Mas ficou na minha lembrança.

Ainda pequeno eu ouvia
Agora  não ouço mais
Acho que saiu de moda
E se foi não volta mais.

É raro se ouvir alguém
Brincando ainda assim
E a cada ano que passa
A piada chega ao fim.

Nem os velhos mais se lembram
De brincarem como antes
No dia primeiro de abril
Brincadeira hilariante.

Acho isto uma crueldade
Abandoná-la assim
Que brincadeira tão boa
Que encantou muito a mim.

Todos temos que começar
Brincando de novo gente
Caiu primeiro de abril
Igualzinho antigamente.

Ninguém pode abandoná-la
Deixá-la tão esquecida
Afinal quando crianças
Ela foi parte da vida.
(01 de abril de 1984).

HOMENAGEM
Arco-íris
Ao arco-íris tão lindo
Aqui vai esta canção
Também vai o meu abraço
E o meu aperto de mão.

Tem sete cores bonitas
Que nos traz muita alegria
Tão firmes as belas cores
Que também traz simpatia.

Tem vermelho e tem laranja
Amarelo, verde e azul
E tem o anil e o violeta
Pra colorir de norte a sul.

Foi Isaac Newton inglês
O físico que decompôs
A luz num prisma de vidro
E depois a recompôs.

Recompôs a luz com um disco
"Disco de Newton" chamado
com as cores do arco-íris
no dito disco pintado.

Quanto mais girou o disco
Mais tudo se misturou
Vermelho com outras cores
E logo o branco chegou.

Se enxergamos o mundo a cores
Graças damos a Jesus
Que criou com perfeição
Uma coisa chamada luz.

Ao se decompor a luz
Sete cores aparecem
Mas na recomposição
As mesmas desaparecem.

Aqui fica o meu abraço
E o meu aperto de mão
Dos leitores me despeço
Até outra ocasião.
(03 de abril de 1984).

HOMENAGEM
Ao estudante

Se você é um estudante
Ouça o que eu vou dizer
Mas ouça com atenção
Para nunca se esquecer.

Não fique triste se ainda
Não tirou dez numa prova
Porque nota não é tudo
Para uma pessoa nova.

Não adianta uma nota
Muito boa pra você
Se você não aprendeu
O que tinha que aprender.

Faça tudo que puder
Para nunca se esquecer
De que tem que organizar
Tudo o que quiser fazer.

Se esforce em tudo mesmo
Para não acontecer
Que você faça uma coisa
Difícil de se entender.

Faça tudo bem legível
Para na hora de ler
Não ter que decifrar tudo
Para só depois dizer.

Não bagunce na sua classe
Mantenha a ordem por lá
Faça tudo que puder
Para a ninguém perturbar.

Mantenha limpos os livros
E bem feitos os deveres
Não cuide da vida alheia
Cuide de teus afazeres.

Vá vem fardado e limpinho
Mas vá para estudar
Não brinque fora de hora
Só quando a hora chegar.

Tenha sempre conservado
Tudo que a matéria exigir
Régua, compasso etc
Não deixe nada cair.

Não rabisque o caderno
Deixe-o bem organizado
Porque agindo assim
Serás sempre elogiado.

Não jogue papel no chão
Não grite dentro da sala
Não rabisque as paredes
Cuide bem da tua sala.

Nunca quebre uma carteira
Nem faça perturbação
Porque senão meu amigo
Vai ganhar uma expulsão.

Não deixe para depois
Teu dever de cada dia
Traga sempre adiantado
Teu dever, com valentia.

Não chegue depois da hora
Nem saia antes do fim
Para não receber falta
E ser um aluno ruim.

Preste atenção às aulas
Para a tudo aprender
Para na hora da prova
Dificuldades não ter.

Não pegue no teu caderno
Somente dentro da sala
Pegue também nas horas de folga
Não o deixe dentro da mala.

Faça sempre e com cuidado
O que tua pro solicitar
Não deixe para a última hora
Para em nada falhar.

E não te esqueças também
Não aprenda a decorar
O melhor é compreender
O que se vai estudar.
(03 de abril de 1984).

RELIGIOSA
Para o céu eu quero ir
(Antologia Leandro de Assis)

Jesus nós te amamos
Nós te glorificamos
E nós fazemos isto
É porque nós te amamos.

Para o céu eu quero ir
Com Jesus para o céu                REFRÃO
Para o céu eu quero ir

Jesus é meu Senhor
Senhor e Salvador
Nós queremos de Ti
É perdão ao pecador.

E quando Tu chegares
Contigo quero voltar
E lá no céu contigo
Sempre quero morar.
(ano de 1982).

RELIGIOSA
Com Jesus no céu
(Antologia Leandro de Assis)

O meu coração
A Jesus eu vou entregar
Para ele me salvar
E quando eu morrer
No céu com Ele eu morar.

Quando Jesus vier
Com ele eu vou voltar                           REFRÃO
E lá no céu com Ele
Eu vou sempre morar.

Uma vez lá em cima
Para sempre eu vou orar
Por todos que aqui estão
E que irão pra lá
Viver com meu Jesus.

Viver no céu com Deus
Queremos todos nós
Morar pra sempre lá
Viver junto a Vós
E junto de Jesus.
(ano de 1982).


RELIGIOSA
Venha Jesus
(Antologia Leandro de Assis)

Eu estava na maior aflição
Chamei por meu Jesus
Ele veio aliviar meu coração
Obrigado Deus de luz.

Oh! meu Jesus!
Agora preciso de Ti
Venha logo me ajudar
Estou te esperando aqui.

Santo Jesus Cristo
Que És o Senhor do mundo
Venha para meu coração
Venha e fique lá no fundo.

Oh! Meu Senhor Jesus
Eu estou na escuridão
Venha e me dê a luz
Venha e me dê a mão.
(ano de 1982).

RELIGIOSA
Ouve-me Senhor
(Antologia Leandro de Assis)

Ouve Senhor o meu clamor
Escuta e atende minha oração
Livra-me do laço do inimigo
E dê mais fé ao meu coração.

Desde os fins da terra clamo por Ti
Pois está abatido o meu coração
A iniquidade sei que cometi
Mas nunca esqueci a minha oração.

Eu confio em Ti Senhor
Meu refúgio contra o inimigo
Mas se Te aborreço oh! Senhor
Lança sobre mim o Teu castigo.

Dai-me muita força oh! Senhor
Para que eu resista às tentações
Para que o inimigo não me pegue
E não atrapalhe minhas boas ações.
(ano de 1982).

RELIGIOSA
Viver com Jesus
(Antologia Leandro de Assis)

Oh meu Senhor
Filho do meu Deus
Venha logo ao mundo
Salvar os filhos Teus.

Nós somos crentes
Crentes no Senhor
Cremos que ele salva
Quem crer no Deus de amor.

O Senhor tem muito poder
De salvar quem n'Ele crer
E levar todos ao céu
Para com Ele viver.

Viver eternamente
Viver com meu Jesus
Nós cremos que foi Ele
Quem por nós morreu na cruz.
(ano de 1982).


RELIGIOSA
Louvores a Jesus
(Antologia Leandro de Assis)

Eu Te louvarei Senhor
De todo o meu coração
Porque sem Ti Jesus
Eu fico sem ação.

Louvai ao Senhor
Oh! Minha alma                       REFRÃO
Louvai ao Senhor

Louvarei ao meu Senhor
Durante minha vida
Louvarei ao Senhor
Até o fim de minha lida.

Louvarei ao Senhor
De todo o meu coração
Porque com meu Jesus
Eu tenho liberdade e ação.
(ano de 1982).


RELIGIOSA
Somos crentes
(Antologia Leandro de Assis)

Somos crentes, somos crentes, somos crentes
Somos crentes no Senhor
Somos crentes, somos crentes, somos crentes
Somos crentes no Salvador
Somos crentes, somos crentes, somos crentes
Somos crentes no Criador
Somos crentes, somos crentes, somos crentes
Somos crentes no Deus de amor.
(04 de abril de 1984).

 CORDEL
Bicho

Foi o Barão de Drummond
Quem no Brasil instalou
O primeiro Jardim Zoológico
Na Guanabara que mudou
Para ser Rio de Janeiro
Quando de nome trocou.

Em mil oitocentos e oitenta e oito
O jardim foi instalado
Quando o Brasil ainda era
Um império governado
Por um grande imperador
De Portugal enviado.

Foi lá em Santa Isabel
Em propriedade do Barão
Instalado o tal jardim
O único até então
Existente no país
Naquela ocasião.

Durante o primeiro ano
Subvenções recebia
Da família imperial
Para manter tudo em dia
E para alimentar os animais
Que no jardim residiam.

Com o dinheiro recebido
Comprava mais animais
Alimentava a todos
Com farturas sem iguais
Para que o povo admirasse
Os bichos belos demais.

Depois que veio a República
Dinheiro não recebeu
Para manter o jardim
Teve que tirar do seu
Mas por muito pouco tempo
Quando algo aconteceu.

Começou cobrar ingressos
Dos visitantes então
Que lhe pagavam mil réis
Pra ver bichos de montão
E concorrer pelos bichos
Do número do seu cartão.

De cada pessoa que iria
O seu jardim visitar
Ele cobrava mil réis
Para as despesas pagar
Comprar comida para os bichos
Para cada um engordar.

Em cada ingresso vendido
Um número ele marcava
Correspondente a um bicho
Que no jardim se encontrava
E que lá no fim da tarde
Barão Drummond sorteava.

Aquele que possuísse
O numeral sorteado
Logo com vinte mil réis
Era então contemplado
Pago com o mesmo dinheiro
Do dito ingresso cobrado.

Com a morte do Barão
Depois que tinha passado
Nove anos que o mesmo
O jardim tinha instalado
O jardim foi se extinguindo
Até ficar arrasado.

Mas o jogo então ficou
Naquele Estado instalado
Sendo parte do folclore
Daquele bonito Estado
E então frutificou
E tem se frutificado.

Até hoje ainda existe
O jogo antes citado
Que sempre foi e está sendo
E ainda será jogado
Mesmo que seja ou não
Para sempre liberado.
(04 de abril de 1984).

ENGRAÇADA
Poesia sem pé nem cabeça - IV

Bate ninho
Em meu filhinho
Bebe o vinho.

Vai pra lá
Não vem pra cá
Para meu lugar.

Vem agora
Nesta hora
Sem demora.

Pega a mama
Não reclama
Desta fama.

Chega tudo
No meu ludo
Desse surdo.

Come a rama
Desta cama
Nesta lama.

Faz o nada
Que me agrada
Da quebrada.

Pega a lacha
Da bolacha
Com borracha.

Vai não vem
Como quem
Quer também.

Sem cabeça
Nesta terça
Me floresça.
(09 de abril de 1984).


ENGRAÇADA
Poesia sem pé nem cabeça - V

Em montanhas
Que reganhas?
Tuas manhas?

Não acredito!
E o dito?
Não há dito?

E não ligo
Para o trigo?
Meu umbigo?

Que tu fazes?
Não refazes?
São capazes?

Tu demoras?
E as horas
Não há horas?

Não me digas!
Que fadigas?
Das barrigas?

Eu não vejo
Nem revejo
Realejo?
(09 de abril de 1984).

HOMENAGEM
A Torre Eiffel

A famosa Torre Eiffel
Na cidade de Paris
É tão alta e é tão linda
Age como um chamariz
Que atrai tantos turistas.

Esta torre mui famosa
Fique sabendo que é
Glória da arquitetura
Francesa como ela é
Tão formosa e tão bonita
Visite-a quando puder.

"Eiffel" veio do engenheiro
que a torre construiu
trezentos metros de altura
alta assim nunca se viu
Ah! Torre Eiffel se tu fosses
Feita aqui no meu Brasil!

Com altura colossal
A torre foi construída
Inteiramente de ferro
A mesma foi construída
Nove mil quilos de peso
A torre lá foi erguida.

Em Paris é um dos pontos
Ponto dos mais visitados
Por turistas que viajam
De seus longínquos estados
Para subir na bela torre
Que a muitos tem encantado.

Foi há quase um século atrás
(noventa e cinco anos contados)
Mil oitocentos e oitenta e Novembro
Tantos anos têm passado
Mas a torre está ainda firme
Plantada no seu Estado.

Na torre muito famosa
Três plataformas estão
Acessíveis ao grande público
Que vai com muita emoção
Passear em elevadores
Que conduzem com proteção.

Alexander Gustave Eiffel
Foi o engenheiro construtor
Desta linda e grande torre
Torre linda como uma flor
Tal alta e tão imponente
Ah! Torre de muito esplendor.

Nove mil quilos ela pesa
É uma torre bem pesada
E quem foi que conseguiu
Levantar esta tão pesada
E colocar no lugar
Esta torre tão pesada?

Não foi com facilidade
Que a torre foi montada
Cada parte que a compõe
Foi pra cima carregada
E colocada no lugar correto
Até que ficou montada.

Atualmente ela serve
Devido a sua grande altura
Para um observatório
Meteorológico na altura
E também posto de rádio
E televisão na altura.

Foi para uma exposição
Que a torre foi construída
Toda em colunas de ferro
Em três andares dividida
Esta torre tão bonita
Torre de ferro erguida.

Esta torre é para mim
Um dos meus objetivos
Quero um dia visitá-la
Mesmo se eu não estiver vivo
Subir nela até o topo
É o meu objetivo.
(10 de abril de 1984).

HOMENAGEM
A chuva

Como a comida que nos alimenta
Assim é a chuva para a terra
Vivifica o solo seco e tórrido
Faz ele fértil e produtivo nesta terra.

Como a vitamina que nos sustenta
Assim é a chuva para o chão
Molha-o, umedece-o, doa-lhe vida
Torna o improdutivo em nosso pão.

Chuva, boa chuva fresca e boa
Alegra a todos que te esperam com aflição
Quando o sol esquenta-nos um pouco mais
E que tu chegas trazendo amor ao coração.

Tu és viva e eu vivo aqui contigo
Sem ti não sei o que seria deste mundo
Não lavaríamos nem beberíamos nunca mais
E a sujeira transformaria o limpo em imundo.

Mas temos tu porque o Pai nos deu a nós
Agradecemos ao nosso grande Criador
Nos deu a chuva com bondade e alegria
Nos deu de tudo e também nos deu amor.

Por mais que falo não consigo expressar
Tudo de bom que a chuva vem nos dar
Nos dá comida e também nos dá bebida
Nos dá amor e quer sempre nos amar.

O Deus bondoso que nos dá sempre a boa chuva
Por isto disse e volto a dizer
Agradeçamos ao nosso Criador
E sempre iremos sempre e sempre agradecer.

Por esta chuva que nos molha e nos dá vida
Por esta água que da chuva nós bebemos
Por tudo e tudo que nos destes neste mundo
Profundamente com amor agradecemos.

Ó chuva boa que me molha quando vens
Que me alegra e má força e amor
Te quero muito aqui comigo o ano todo
Você pra mim é tudo, tudo, é uma flor.
(16 de maio de 1984).

HOMENAGEM
Mãe

Mãe querida meu amor
Não posso te ajudar
Quero muito te dar tudo
Nada tenho pra ofertar.

Meu amor da minha vida
Não sei como te agradecer
Pela vida que me destes
Pelo amor e pelo sofrer.

Tu sofrestes muito por mim
Nove meses a penar
Carregando-me no ventre
Sem poder nem trabalhar.

Levavas-me onde ias
Em todo canto me levou
Me levastes junto contigo
Nunca, nunca me deixou.

Quando eu quis vir ao mundo
Quando Deus me ordenou
Tu sofrestes mui lentamente
Esperando o teu amor.

Logo após eu ter nascido
Da dor você se esqueceu
Só lembrou que eu cheguei
Teu amor que Deus te deu.

Muitos anos se passando
E eu sempre a crescer
O teu amor também com o tempo
Foi crescendo com você.

Teu amor cresceu, cresceu
Cresceu mais do que você
Nunca, nunca eu poderei
Te pagar, meu bem-querer.

Mesmo assim não fico triste
Pois assim eu viverei
Alegre por ter você
Me amando eu te terei.

Te amo como a ninguém
E como ninguém eu te amo
Mas não posse te pagar
Nem que te ame dez mil anos.

Teu amor é mui grandioso
Maior que tudo neste mundo
É tão grande, e como cabe
Em teu peito, lá no fundo?

Tendo um amor tão imenso
Nunca posso te pagar
Por me trazeres ao mundo
E por sempre me amar.

Nem que eu faça dez mil rimas
Nunca vou poder contar
O tamanho do teu amor
Pois palavras irão faltar.

Por isso mamãe querida
Te fiz esta poesia
Para dizer um pouco mais
Do teu amor mamãe mia.
(14 de maio de 1984).


REFLEXÃO
Futuro

Às vezes eu paro e fico a pensar. Será que o mundo será sempre o mesmo? Será que daqui a 10, 20, 100 anos tudo estará exatamente igual a hoje ou ontem? Ou será tudo tão diferente que nós, simples terráqueos, até mesmo nós, estaremos mudados, desfigurados, com cara de macaco? Será que, realmente, estamos caminhando para o futuro? Ou será que estamos nos destruindo e queremos voltar a sermos macacos novamente?
Não sei. Espero uma resposta. E esta resposta eu vejo todos os dias. Estamos indo para o futuro que nos prepara uma armadilha, a nossa própria perdição.
(02 de maio de 1984).


HOMENAGEM
Mamãe

Palavra doce. Como é bom pronunciá-la...
Quando pronuncio esta palavra, vem-me à mente lembranças de minha infância, de quando eu era guardado e protegido por minha mãe...
Quando caio em mim, descubro que ainda não cresci, que ainda sou pequeno e careço (muito) da proteção de minha mãe.
(05 de maio de 1984).


HOMENAGEM
Mãe

Hoje é cinco de maio de 1984.
Faltam poucos dias para ser comemorado o dia das Mães, como fazemos todos os anos.
Será que eu verei este tão lindo dia? Será que verei minha mãe em todos os Dias das Mães e em todos os anos de minha vida?
Ou será que partirei e deixarei a minha mãe aqui, sozinha, sem eu para lhe beijar a face e dizer "te amo"... será?
Mas, de que adianta o futuro sem o presente? O importante é que eu viva este dia (das Mães), como todo amor e carinho que eu possua. E o viva com minha mãe.
(05 de maio de 1984).


HOMENAGEM
Minha mãe

À minha querida mãe, que me trouxe ao mundo; à minha mãe que me deu o saber; à minha mãe que sempre esteve presente; à minha mãe que nunca se esqueceu de deixar o meu almoço quando eu chegava atrasado; à minha mãe que sempre me amou sem me cobrar nada em troca; à Rainha do meu lar; à fada; à médica, psicóloga, professora, conselheira, chefe do lar; àquela mulher que, por mais que elogiássemos, não seria suficiente... àquela que tem um amor imensurável, dedico estas pequenas quadrinhas, para tentar expressar um pouco do grande amor que sinto por ela.



Mamãe, nestas simples quadrinhas
Espero poder expressar
O amor que sinto por ti
O amor que tenho pra te dar.

Este amor é tão pequenino
Diante do que você me dá
Torna-se até insignificante
Fico acanhado ao te ofertar.

Teu amor é maior que você
Só você mesma para aguentar
Ele é grande, imenso, pesado
Só você mesma para o carregar.

Mamãe, eu não posso nunca
Dizer quão grande é o teu amor
Mesmo que escreve para sempre
Não poderia medir o teu amor.
(12 de maio de 1984).

ENGRAÇADA - CORDEL
O angu angusado

Eu vou te contar o caso
Lá do norte e lá do sul
Da panela que veio cheia
Topetada de angu
Matou quase todo mundo
Que comeu daquele angu.

Somente eu quem ficou vivo
Pra contar esta história
Somente porque não comi
É que vi outra aurora
Eu e mais alguns manos
Que estávamos de fora.

Agora vou te contar
O que tinha na panela
Coisa de louco amigo
Nunca, nunca coma dela
Porque quanto tu comeres
Vai ter logo uma sentinela.

Na panela tinha tudo
Naquele angu angusado
Cada coisa que eu vi
Que até estou assustado
Nunca vi em outro canto
Um angu tão embolado.

Tinha porco e tinha porca
Jacaré e urubu
Tinha tomate e ovo frito
Cascavel e urutu
Essas coisas todas estavam
Naquele infernal angu.

Tinha repolho, arroz, feijão
Bolo, gude e vatapá
Tinha até pulga e barata
Jegue, anta e carcará
Naquela mistura louca
Que estava de matar.

Tinha prego e aracuã
Patativa e juriti
Tinha bode e tinha cabra
Bichos que eu nunca vi
Tinha até um dinossauro
Dos tempos que não vivi.

Tinha elefante e pano velho
Roupa suja pra chuchu
Tinha até aquele papel
Que se limpa a região sul
Tinha pedra e tinha caco
Tudo dentro do angu.

Tinha poste, pasta, peste
Engraxate, pão e cana
Tinha até casca de fruta
Uma dúzia de banana
Uma jaca e um caju
Tinha até o guno e a gana.

Tinha mico e tinha mica
Neste muito louco angu
Tinha gente lá do norte
Do nordeste e do sul
Do Brasil e do universo
Tudo dentro do angu.

Tinha milho e tinha trigo
Vatapá e caruru
Tinha Cosme e Caminhão
Saltando naquele angu
Tinha samba e tinha cama
Tinha lápis e sururu.

Tinha tudo que se pensa
Mas coisa boa meu irmão
Naquele angu não se achava
Só se achava limão
Só se achava amargura
Naquele angu emboladão.

Todo mundo que comeu
Foi logo se enterrar
Foi para o pronto-socorro
Querendo se internar
Mas logo, logo acharam a morte
Que a sorte mandou matar.

Logo, logo eu vi aqui
Muita gente piorar
Dar custipio de pinote
Serequequê dos de lá
Até cair morto sem vida
Ou morrer como os de cá.

Foi a comida da mulher
Feminino de Domingo
Que matou toda essa gente
Gente que já jogou no bingo
Mas que agora tá mora
Pois morreu neste domingo.
(22 de abril de 1984).



IRÔNICA
Poesia do Amor  (Publicada no livro “Sangue, Suor e Lágrimas” e em “Palavras que falam”)
(Projeto Madio Editora)

Que tipo de câncer vai me comer?
Como vou apodrecer, ainda vivo?
Minha morte será trágica ou será cômica?
Ou não terei direito à morte?
Como vou delirar ou sorrir, com a ferida me engolindo?
Quando terei o prazer de ser esganado pela vida e pela morte?
Breve terei o êxtase da paralisia físico-corporal, preso a uma cadeira de rodas...
Amém pra esse Deus que perverte e é pervertido, que nos prova que não somos nada!
Bah! Vida podre!

Jequié, 03 de julho de 1992, Jequié, meu quarto


IRÔNICA

Armada  (Publicada no livro “Transcendental”, no livro “Sangue, Suor e Lágrimas” e em “Palavras que falam”)
(Projeto Madio Editora)

Tua face enrugada e áspera,
Com pés de galinha e marcas de espinhas
Me deixa alegre e com a alma iluminada
Quando a acaricio e não sinto nada.

Teu corpo bem feito e cheio de mangas
Tua barriga enxuta e tuas ideias tortas
Me enche de paz e de prazer
Quando me afasto de você, sua coisa morta

Este teu olhar estranho e indiferente
Me fascina e me enlouquece de prazer
O momento em que sinto maior felicidade
É aquele em que estou longe de você.

Tua presença só me chateia e me aborrece
Pois você só destila perversidade
Se quer me ver feliz e em paz comigo
Sai de perto de mim, monstruosidade.

Salvador, 03 de maio de 1995.


IRÔNICA

Desespero(Publicada no livro “Sangue, Suor e Lágrimas”)

Beijando ferida podre
Comendo banana crua
Imagino tua alma
Toda suja e toda nua.

Trepando numa figueira
Lascando o meu pulmão
Viro morto, morto-vivo
Remoendo meu irmão.

Cuspindo na tua boca
Bebendo todo o pus
Busco vida e acho morte
Busco treva e acho luz.

Manifesto minha ira
Através da poesia
Busco ódio e encontro amor
Acho raiva e poesia.

Parindo podres palavras
Vomitando fezes porcas
Fico todo nauseado
E sujo como uma porca.

Comendo fezes humanas
Bebendo urina e vinho
Morro, louco de vergonha
De vergonha de morrer.

Matome com uma faca
E como café com pão
Depois vivo e renasço
Das cinzas de um vulcão.

Pego a vida e jogo fora
E me finjo de Jesus
Bebendo suco de frutas
Temperado com meu pus.

Chamo Deus de descarado
E Maria de prostituta
Todos grandes vagabundos
Que vivem sempre em luta.

Jogo-me duma ponte alta
Despedaço-me no chão
Morro virgem com cabaço
Porque não comi o Cão.

10 de maio de 1990, às 23:23 horas




IRÔNICA

Nossa vida cotidiana
Na labuta horripilante
De cada ser na labuta
Muitas dores são vividas
Destruindo nossas vidas
Nos preparando pra  luta
Luta muito desigual
Do homem com seu sistema
Comendo fezes humanas
Escorregando em bananas
Votando em porcos safados
Escolhendo delegados
Que delegam para si
Que escorregam em carne boa
Que não dormem em garoa
Mas que pisam nesse povo
Alienado e descarado
Mal informado e sem comida
Para si ou pra seu filho
Esse homem inexistente
Ou oculto no sub mundo
Da pobreza e da tristeza
Esse homem que usa ônibus
Esse homem que vai à feira
Esse homem analfabeto
Desnutrido e sem afeto
Marginal levado a isto
Pelo homem do poder
Que lhe pisa e lhe obriga
A sofrer pelo social
E lhe obriga a viver mal
A comer somente restos
Destas sobras exportadas
Que não servem para nada
A não ser criar doenças
Que lhe mata sem piedade
Levando-lhe ao inferno
Sem ao menos um caderno
Pra seu nome assinar
E aprender a escrever.

Jequié, 26 de fevereiro de 1990




IRÔNICA

Adoro-te (Publicada no livro “Sangue, Suor e Lágrimas”)
(Projeto Madio Editora)

Adoro ver teus olhos esbugalhados
Teu rosto deformado pelos cravos e espinhas
Teu nariz sujo e melecado
Que enfeia ainda mais o teu rosto esquisito.

Adoro tuas pernas disformes
Tuas coxas marcadas por cicatrizes
Teus braços mal pintados
E tuas unhas não cortadas.

Gosto muito do teu cabelo nas ventas
De teus pés sempre sujos e descalços
De tua pele áspera e sebosa
Quando me toca e me faz arrepiar de nojo.

Não posso mais viver longe de você
Sem sentir o cheiro ruim do teu cocô
Sem estar contigo me enchendo o saco
Pulando alto, com esta perna de galinha enlouquecida.

Salvador, 03 de maio de 1995






REFLEXÃO
12 de janeiro de 1990

Fui parar no HRPV - Hospital Regional Prado Valadares com dores abdominais terríveis. Fui medicado com uma injeção endovenosa de Baralgin. Recomendações médicas para exames detalhados e possível cirurgia. Fiz automedicação com Baralgin gotas, Dipirona e Tetrex 500 mg. Paliativo.  21.01.1990: Fiz automedicação com Baralgin gotas e Tetrex 500 mg (quatro cápsulas). 23.01.1990: Exame clínico com Dra. Miriam. Quase desmaiei na fila (calafrios, tonturas, vômitos, suor frio, mesmos sintomas anteriores). Pelos sintomas, possivelmente seria Schystosoma mansoni. Requisição de Hemograma e Parasitológico de fezes. 02.02.1990: Consulta clínica Dr. Paulo Sobreira. Diagnóstico: Tumoração endurecida na fossa ilíaca lado direito, junto à bacia. Cirurgia urgente. Em 05.07.1990 submetime a uma cirurgia de apendicite.






CRISTÃ
Auxílio do Céu (Galinha Pulando)

Espero do meu Senhor
Um auxílio especial
Para que eu fique calmo
Sabendo deste meu mal.

É uma doença perigosa
Que tem prazo para matar
Se eu não me submeter
O mais rápido a uma cirurgia.

Tenho que ir para São Paulo
Pra cuidar de minha saúde
Se eu quiser viver um pouco
E ter chance de melhora.

Terei que deixar o trabalho
Arduamente conquistado
Mas pra cuidar de minha saúde
O impossível tem que ser feito.

Desejo do meu Deus uma força
Pra que eu suporte esta mudança
Voltar de homem já feito
Pra viver como criança.

Não poder mais trabalhar
Enquanto durar o repouso
Pois é muito perigoso
Um operado trabalhar.

Será um fim em minha vida
Pior que o problema sexual
Pois é uma coisa orgânica
E que não tem cura por abstinência.

Jequié, 02 de fevereiro de 1990, 17:49 hs





REFLEXÃO
Poesia da Tristeza (Galinha Pulando)

Hoje recebi uma notícia
Que me deixou muito triste
Pois mexeu com minha saúde
E me deixou muito triste:

O Doutor Paulo Sobreira
Examinou-me e disse
Que eu preciso me operar
Se da vida eu gostar
E se quiser viver um pouco mais.

Revelou meu problema
Sem medo da reação
Falou que tenho um tumor
Que me levará ao caixão.

Tenho que deixar emprego
E qualquer preocupação
Viajar para uma Capital
E tratar da operação.

Deu-me no máximo um mês
Se eu quiser ter esperanças
Pois é um tumor no intestino
Ou no grosso ou no fino.

Eu fiquei desesperado
Por causa desta notícia
Mas Deus me ajudará
Que me recuperarei.

Jequié, 02 de fevereiro de 1990, às 17:43 horas




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