sábado, 22 de agosto de 2020

Livro Todos os Poemas da página 325 até página 429

AMOR
PROJETO 30 ANOS DE POESIA
O nascimento do amor      (ano de 1982).
(Publicada no livro “Antologia literária: O Amor na Literatura”)
O amor quando nasce no peito da gente
É igual a uma rosa desabrochando
Em meio a um jardim florido
Florido e muito colorido.

É tão lindo sentir o amor
É tão lindo mesmo sem o ver
Ele não se mostra para a gente
Mas quando ele chega, quem é que não sente?

Quando se descobre o amor
Temos mais alegria de viver
Se quisermos alguma morrer
Tentaremos esta idéia esquecer.

Se ainda não descobristes o amor
Não sabes o que é felicidade
Ele é a melhor coisa do mundo
Uma coisa que vem lá do fundo.

Quando o amor aparecer para você
Tome cuidado, meu amigo e irmão
Porque queremos até morrer
Quando perdemos o dono do nosso coração.


HOMENAGEM
Aos professores

Aos meus professores, dedico esta canção
Aceitem por favor, saiu do meu coração.

A estes que engrandecem, a nossa Nação
O 15 de outubro, em comemoração.

Todos precisam, de um professor
Desde o mendigo, até o doutor.

Esta classe unida, que muito nos ajuda
Merece também, a dele, a minha e a tua ajuda.

A todos os professores, de mudo e do Brasil
Desejo muita saúde e felicidades mil.

Que nunca me falte, um professor
Porque quem leciona, tem muito valor.

Os nossos professores, são nossos pés e nossas mãos
São melhores que muitos pais, amigos e até irmãos.

Quem não gosta de professor, não tem amor à vida
Porque é esta criatura, que nos prepara para a lida.
(30 de abril de 1983).

HOMENAGEM
Minha Bahia

(Concurso Oca das Letras)
Tu és linda ó Bahia
No Brasil não há igual
Nem no norte nem no sul
Só tu no litoral.

Nem no Brasil nem no mundo
Melhor que tu não há
Por ti sinto um amor profundo
Que nunca irá acabar.

Ó Bahia, Ó Bahia
Bahia do meu coração
Eu nasci neste solo
E cada um aqui nascer
É teu filho e meu irmão.

Por isso ó Bahia
Se eu morrer fora daqui
Quero que me tragam
Para pertinho de ti.
(ano de 1982).


HOMENAGEM
Bahia       
(30 de abril de 1983).

A Bahia é um Estado
Pedacinho do Brasil
Gosto muito desta terra
Do céu da cor de anil.

Amo muito este terreno
Parte de um grande país
Foi aqui que eu nasci
Aqui tenho minha raiz.

Falar bem da minha terra
É o meu objetivo
Engrandecerei-te Bahia
Enquanto eu estiver vivo.

Lutarei por ti Bahia
Direta ou indiretamente
Defenderei-te sempre
Só assim ficarei contente.

Incentivo aos conterrâneos
A te amar muito mais
Que morram por ti Bahia
Que te amem muito mais.

HOMENAGEM
Jequié
(Concurso Oca das Letras)

Jequié minha cidade
Cidade onde eu nasci
Jequié minha cidade
Cidade onde eu cresci.

Cidade não muito grande
No interior da Bahia
Cidade de grandes encantos
Cheia de amor, paz e harmonia.

Jequié cidade linda
A mais linda do Brasil
Quem fala mal da cidade
É porque nunca a viu.

Jequié "Cidade Sol"
Mais quente talvez não há
Por ti sinto um amor tão quente
Acho que vai me queimar.

Jequié minha cidade
Pedacinho da Bahia
Quando eu morrer para cá eu venho
Completar minha alegria.

Jequié minha cidade
Cidade onde cresci
Após morrer será escrito
Que foi aqui que vivi.
(20 de dezembro de 1982).


HOMENAGEM
Brasil
(Concurso Oca das Letras)

A vinte e dois de abril
De mil e quinhentos o ano
O Brasil foi descoberto
Esta terra que tanto amo.

Foi Pedro Álvares Cabral
Português quem descobriu
A Ilha de Vera Cruz
Que depois se chamou Brasil.

A primeira parte avistada
Foi o nosso Monte Pascoal
Pela esquadra portuguesa
De Pedro Álvares Cabral.

Meu Brasil tu és mui grande
Mas cabe no meu coração
Quando eu morrer, por favor,
Quero ficar neste chão.
(01 de maio de 1983).



AMOR
Amor
(Publicada no livro “Antologia literária: O Amor na Literatura”)

Quando olho o céu e vejo as estrelas
Dá-me vontade de um dia voar
Pegar uma delas e por no teu peito
Para com ela teu coração se abrasar.

Teu amor nasceria então
Com o calor da estrela a queimar
E eu correria e em teus braços
Iria ligeiro me aconchegar.

Mas como isto não posso fazer
Não posso te obrigar a me amar
Curto calado a minha paixão
Esperando o amor eu teu peito chegar.

Penso às vezes que és insensível
Que nunca teve nem nunca terás
Um sentimento tão bom e gostoso
Que é o sentimento que serve pra amar.
(12 de maio de 1983).



AMOR
Amor à primeira vista

Conheci-te no ginásio e logo gostei
Quando te vi, logo te amei.

Não me aproximei, com medo de ser recusado.
Mas agora vou pertinho, sei que também sou amado.

Neste mundo maldito, coisa boa não há.
Só há uma menina, que amo e irei amar.

Jesônia meu amor, vem logo aqui.
Não fuja de mim, eu quero somente a ti.

Meu amor e meu bem, razão de viver.
Não morra e me deixe, amar-te até morrer.
(27 de março de 1983).







AMOR

Poesia para Maria Helena (15 de fevereiro de 1983).

Maria Helena é tão linda, parece um jasmim.
Espero algum dia, dizer ao padre: sim!

Os olhos são lindos, encantou a mim.
Quero enxergá-los, até o meu fim.

Os lábios rosados me cativam sim.
Quero beijá-los, num beijo sem fim.

As mãos delicadas são bem feitinhas.
Quero apertá-las, junto às minhas.

Seus pezinhos lindos são tão delicados.
São lindos e belos, com ou sem calçados.

Seu rosto moreno, eu quero beijar.
Seu corpo suado quero afagar.

Maria Helena quero te namorar.
Quero te noivar, depois me casar.

Viver não aguento, nem mais um segundo.
Quero ir embora, deste feio mundo.

Amo uma menina, que é Maria Helena.
Vou embora e vou deixá-la, oh, que pena.

Quando penso nela, meu peito vai doer.
Não quero ir embora, não quero morrer.





HOMENAGEM - MÃE
PROJETO 30 ANOS DE POESIA
Minha Mãe

Minha mãe criatura divina
Corpo de mulher, coração de menina
Mulher que ama, brinca e ensina
Menina que ri, chora e ilumina.

Ilumina o filho amado
Não o deixa sofrer
Tem sempre cuidado
Não o deixa morrer.

Sofre muito, se tortura
Para ao filho proteger
Se tem doença, ela cura
Se não tem, não deixa ter.

Dá a vida pelos filhos
Entrega-se para morrer
Se souber que este gesto
Fará o filho viver.
(fevereiro de 1983).


HOMENAGEM
Papai

Papai hoje é teu dia
Em meu coração se irradia
Muito amor e alegria.

A ti ó meu papai
Dôo o meu coração
Tu mereces muito mais
Muito mais que esta canção.

Tu mereces muito amor
Um amor maior que o mundo
Tu vais morar e meu peito
No coração, bem no fundo.

Papai, tu és a razão do meu viver
Sou teu filho querido
Tu és meu amigo predileto
Quero viver a ti unido.
(30 de abril de 1983).




HOMENAGEM
Papai (02 de maio de 1983).

Papaizinho, meu queridinho
Meu amor, meu coração
Hoje é teu dia papai
E festejo com muita emoção.

Eu não tenho você aqui
Para neste dia te abraçar
Porque você está no céu
E não pode vir mais pra cá.

No dia oito de agosto
Eu não posso ter você aqui
Bem juntinho ao meu peito
E eu abraçado a ti.

Como eu, que não tem pai
Tem milhares de crianças
Que no dia do papai
Só tem um na sua lembrança.

Meu querido, meu papai
Meu amor do coração
Mesmo sem ter você aqui
Te amo, meu grande amigão.


Minha vida

Minha vida é tão feia, tão triste e ruim
Eu não aguento mais viver assim
Quero morrer, a morte foge de mim
Clamo por ela, nunca chega o meu fim.

Já tentei me matar, mas não morri
Bebi veneno, e não sucumbi
Quando estou doente, dou graças a Deus
Para sair deste mundo, que não é meu.

Tenho medo é da dor, que sei, sentirei
Na hora da morte, mas cantarei
No quero saber, o que vou sentir
Na hora da morte, eu vou é sorrir.

Não quero viver, viver eu não quero
Quero ir morar, em um cemitério
Debaixo da terra, eu quero ficar
Sete palmos em cima, para me sufocar.
(15 de fevereiro de 1983).


HOMENAGEM
CEMS     (30 de abril de 1983).

O objetivo do colégio
É o estudo levar
A todos que com amor
Ali quiser estudar

O diretor deste centro
Quer a todo estudante falar
"estude meu caro jovem
você só tem a ganhar".

A nossa coordenadora
Quer muito nos incentivar
Para que não percamos a vontade
De muito e muito estudar.

Se tu queres estudar
Para na vida vencer
Venha ao colégio meu amigo
E estude para valer.

Se tu queres ir ao colégio
A não ser para estudar
Desista antes que chegue
Porque lá não pode entrar.
Árvore

À árvore que um dia foi semente
E hoje me serve de leito, dedico este poema.

Árvore, oh grande árvore
Que tua sombra nos dá
Não quero que te derrubem
Só quero te ajudar.

Um dia era uma semente
Em árvore se transformou
Cresceu e se encheu de galhos
E mais sementes gerou.

Você deu frutos e deu flores
Deu sombra a muitos amores
Em tuas folhas se viu cores
Muito verde, lindas cores.

Você que dá oxigênio
Para todos respirar
Dá também tua madeira
E fruta para alimentar.


Sofre muito e é cortada
Para em cama se transformar
Para agasalhar o homem
Que só quer te torturar.
(30 de abril de 1983).




HOMENAGEM
São João

Oh quão alegre que fico
Quando chega o São João
Festa de milho e canjica
E também do bom quentão.

Muitas fogueiras nas ruas
E também muito balão
E o grito da moçada
"Viva, viva São João".

Tem quadrilha e tem festança
Milho verde e licor
Tem muita dança na rua
E também tem muito amor.

Tem pamonha, tira-gosto
Bomba e muito foguetão
E todo mundo gritando
"Viva, viva São João".

Tem forró, tem milho verde
Brincadeira, animação
Oh quão alegre que fico
Quando chega o São João.

Quando acaba fico triste
Ai que dor no coração
Tenho que esperar um ano
Pra ver de novo o São João.
(02 de maio de 1983).







HOMENAGEM
Índio Brasileiro      
(30 de abril de 1983).

Ao nosso índio querido
Vamos homenagear
Dezenove de abril
Sem dia vamos festejar.

Primitivo dono da terra
Dono deste grande país
Mas que agora não tem nada
Este grande infeliz.

Seus costumes nós herdamos
Sua cultura também
O Brasil é só do índio
Do índio e de mais ninguém.

Devemos muito ao índio
Este pobre injustiçado
Que só em dezenove de abril
Este coitado é lembrado.

Devemos agradecê-lo
Por não lutar contra nós
Pois o Brasil lhe foi tomado
E não lhe deram nem uma noz.

HOMENAGEM
Ao Negro     
(02 de maio de 1983).

Ao nosso irmão africano
Que já foi escravizado um dia
Até que ganhou por si
sua própria alforria
Aqui vai esta canção
Completar sua alegria.




HOMENAGEM
Soldado    
(02 de maio de 1983).

Demos viva a este homem
A este grande defensor
Que luta pela sua pátria
Com muita garra e amor.

Demos viva a este homem
Que luta pela nação
Que dá a vida à sorte
Pra defender seu irmão.

Este homem é o soldado
Que nasceu para lutar
Pra defender sua pátria
E em muitas guerras lutar.

O objetivo deste homem
É defender seu país
É lutar pela ordem e paz
De um imenso país.

Por isso viva o soldado
O tenente o general...
Que nos defendem na guerra
E que nos livram do mal.

HOMENAGEM
Santos Dummont   
(02 de maio de 1983).

Depois de várias experiências
O "Pai da Aviação"
Conseguiu com um aeroplano
Elevar-se do chão.

Brasileiro nascido em Minas
Sempre sonhou em voar
Como os pássaros que no céu
Ele via a planar.

Com balões aerostáticos
Muito mais leves que o ar
Conseguiu muitas ascensões
Mas não parou de sonhar.

Foi no seu "14 BIS"
Que sessenta metros voou
Para glória do Brasil
Este êxito ele alcançou.

De desgosto ele morreu
Ao ver sua grande invenção
Sendo usada em guerra
Pra fazer destruição.

HOMENAGEM
Tiradentes   
(02 de maio de 1983).

Foi em 1746
Na Fazenda do Pombal
Que nasceu Joaquim José
Nosso mártir sem igual.

Lutou pela independência
Este grande mineiro
Lutou sem cobrar de ninguém
Um centavo em dinheiro.

Na bandeira inconfidente
Triângulo vermelho sobre fundo branco
"Libertas Quae Sera Tamem"
(Liberdade ainda que tardia)
foi como uma profecia
30 anos logo após
a morte de nosso herói
Nos separamos da monarquia.

Em 1792 ele morreu
Oh nosso herói Tiradentes
Mas continuas no coração
Deste povo, desta gente.


HOMENAGEM
Jequié (Acaipirada)

Eu moro em Jequié
A cidade da quentura
Nunca vi eu outro canto
Este calor de fervura
Só aqui em Jequié
Acha-se calor de fartura.

O sol aqui é tão quente
Que dá até empolação
Só mora nesta cidade
Quem tem um bom coração
Prefere morrer queimado
Que separar-se do torrão.

A quentura na cidade
Sempre foi exagerada
Quando chega a 30 graus
Alegra-se a rapaziada
Pra se queimar pelas praias
Dessa cidade assolada.

Trinta graus se acham bom
Tá normal e tem frescura
Ventos sopram pelas ruas
Amaina mais a quentura
Que dá até para cozinhar
No asfalto a verdura.

Com essa falta de chuva
Não sei se vamos aguentar
Esse sol que não tem pena
Da nossa pela queimar
Esse sol que assa tudo
Como nós vamos aguentar?

Se ao menos tivesse água
Mesmo morna meu irmão
Nós ainda aguentávamos
Mesmo contra o coração
Esse sol que quer queimar
Essa gente sem proteção.

Só Deus para proteger
Todo mundo do calor
Só mesmo o nosso Pai
Com o Seu divino amor
Pode acalmar esse sol
Esse sol de muito ardor.

Se não tivermos fé em Deus
Se não fizermos oração
Para que Deus nos proteja
Com Sua poderosa mão
Vamos é morrer queimados
E não teremos salvação.

Vamos todos pedir a Deus
Para que o calor diminua
Para que chova mais um pouco
Nesta ou na outra lua
Senão estamos perdidos
Estamos no meio da rua.

Vamos rogar ao Senhor
Agora mesmo irmão
Logo, logo cai a chuva
Depois da seca no sertão
E as novas plantações
Com água e adubação
Quando se plantar, darão.
(24 de fevereiro de 1984).


 ERÓTICO
Mulher
(Publicada no livro “Antologia literária: O Amor na Literatura”)

Quando você anda e mexe com as nádegas
Meu coração começa a bater
Algo em mim cresce e levanta
É o meu coração que quer aparecer.

Teu corpo bem feito visto por mim
Faz-me saltitar e até enlouquecer
Eu fico atrapalhado e também
Não sei, não sei, não sei o que fazer.

As tuas curvas que são mui suaves
Enchem meus olhos, eu as quero ver
Até tuas curvas oh! Linda mulher
Fez meu coração disparar e crescer.

Não sei o que faço e o que faria
Se neste mundo mulher acabasse
Acho que morto eu já estaria
Antes que o fim deste mundo chegasse.
(12 de maio de 1983).



REFLEXÃO
Ontem, Hoje, Amanhã

“Ontem” foi o dia que passou, que já foi “amanhã” e também já foi “hoje”.
“Hoje” já foi “amanhã” e, “amanha”, será “ontem”.
“Ontem” foi “hoje”, ontem. E “amanha” será anteontem.
“Hoje” foi “amanhã” ontem e será “ontem”, amanhã.
“Amanhã” é “amanhã”, hoje. E será “ontem”, depois de amanhã.
(ano de 1984).



REFLEXÃO
Jardim dos “Descasados”

Casei-me aos vinte anos
Com a mulher que sempre amei
Esperava ficar uns dez anos
Mas no quinto me separei

Fui passear com uma amiga
No jardim dos namorados
E não namorei ninguém
E fiquei foi descasado.

Ela pediu o desquite
Mas eu não queria dar
Ela foi lá à justiça
Para o doutor nos separar.

Foi por causa de um passeio
Com uma amiga no jardim
Que agora estou desquitado
E num soluço sem fim.
(ano de 1982).



REFLEXÃO
Morada perto de um rio

Eu morava perto de um rio
Numa pequena casa
De palha e de pau-a-pique
Que pertencia ao meu tio.
Um dia choveu forte
E o rio começou a jogar
Água dentro de casa
E eu comecei a gritar.
Gritei por socorro
Mas de nada valeu
Porque ninguém me ouvia
Só quem ouvia era eu.
Logo chegou o meu tio
Com a roupa toda molhada
Roupa ou pedaços
Porque estava rasgada.
Entramos na casa
Para pegar a bagana
E saímos sem rumo
E nunca mais voltamos
Para aquela cabana.
(ano de 1982).

IRÔNICA
Amor de louco

Numa linda manhã de sol
Quando a lua despontava seus raios
Sobre a terra abrasada e triste
Eu cheguei para você e disse: te amo!

Mas não obtive resposta de tua boca
Tua boca que tem sabor de... mel.
Que adoça, me roça, me coça e que
Amarga em meu peito igual fel.

Espero muito que tua boca diga
Pelo menos uma sílaba só
Por favor, de mim tenha dó
E diz que me ama, meu amor.

Amar é tão fácil e feliz
E quem ama uma loucura e que
É louco pela louca do amor
Que nos faz enlouquecer e esquecer.

Pra amar a loucura e doidice
Só teremos que ser loucos também
Pois os loucos se amam à louca
Mas não amam nem querem ninguém.

Se você está lendo este amor
E ainda não desistiu
Ou é louco varrido ou então
Está louco pelo amor que não viu.

A loucura atinge a mim
A você e a ele também
Se não fosse assim eu diria
Quero amar o amor de meu bem.

Pra ser louco só basta uma coisa
É amar a quem não nos quer
Ou querer a quem não nos ama
É não crer no amor, não ter fé.
(12 de março de 1984).



IRÔNICA
O Pingueiro

O homem que bebe muito
Não tem vergonha na cara
Ou é doido ou sem moral
Quando bebe e nunca pára.

Chega ao bar e pede "uma"
Bebe sem fazer careta
Não tem grana para pagar
E apanha na cara igual besta.

Chega à venda, "enche a cara"
Fica bêbado até cair
Gasta o dinheiro que tem
Fica duro até falir.

Enche a cara de cachaça
Fica fraco e cai no chão
Não levanta nunca mais
A não ser para o caixão.

O homem que se embriaga
Duas coisas podem ser
Não tem vergonha na cara
Ou está querendo morrer.

Na vida de uma pessoa
Duas desgraças podem existir
Não ter dinheiro no bolso
Ou beber até cair.

Quando começa a inchar
Já está perto de morrer
E para a cova do defunto
Já está perto de descer.

A cachaça leva gente
Ao cemitério irmão meu
Cuidado, não se exceda.
Pois quem assim fez, morreu.

Não beba nunca a cachaça
Porque ela não presta não
Só quem bebe é vagabundo
Sem-vergonha ou ladrão.
(29 de dezembro de 1983).


AMOR
Minha flor

Minha amiga e colega
Irmã, mãe e amor
Você é mais linda que uma rosa
Mais linda que a mais linda flor.

Só em olhar para você
Sinto um grande calor
Invadindo o meu corpo
Acho que é o amor.

Penso em você noites e dias
Eu jamais te esquecerei
Acho até minha querida
Que será a única que amei.

Amei e ainda amo
Minha querida, meu amor
Quero você e desejo muito
Ter você, pra sempre, minha flor.
(16 de janeiro de 1984).


HOMENAGEM
Minha escolha 
(06 de dezembro de 1983)

Antes muita indecisão
Acerca do meu futuro
Passava por minha cabeça
No claro ou no escuro.

Eu dizia serei médico
Já escolhi minha profissão
Mas logo depois meu amigo
Dominava-me a indecisão.

Ficava indeciso em tudo
Mas tinha preocupação
Sempre, sempre em escolher
Uma boa profissão.

Eu queria ser advogado
Para as causas defender
Mas ficava indeciso
E não mais queria ser.

Muitas vezes eu pensei
Sobre uma profissão
Mas na hora da escolha
Me assaltava a indecisão.

Mas agora eu já escolhi
Minha futura profissão
Jornalista ou escritor
Acabou-se a indecisão.

Só agora descobri
Que gosto muito de ler
Fazer poesia e declamar
E também de escrever.

Gosto muito de estudar
Lidar com livros e jornais
Quero sempre estar com eles
E quero sempre ler mais.

Eu gosto de criticar
Dar opiniões em jornais
Pois as críticas construtivas
Elevam-nos muito mais.

Aqui findo esta poesia
Disse o que queria dizer
Agradeço a atenção
Muito obrigado por ler.

HOMENAGEM
O pai

O pai é a figura forte e marcante da família. É ele quem defende, alimenta, ama, ajuda, ampara, protege e segura a família que constituiu. É ele que quando chega cansado do trabalho, exausto, deprimido, acabado, preocupado, ainda tem ânimo e amor para dedicar e carinho para dar à família que o aguarda ansiosa. É ele quem faz falta quando se ausenta do seio familiar, por motivo de trabalho ou outro motivo qualquer. É ele o chefe, o guia, o cabeça, o maior, o Rei da família. Por isto, aqui escrevo umas pequenas estrofes em homenagem a este Herói do Lar.

HOMENAGEM
Pai
Somente você que chamo quando estou na angústia
Por favor, me ajude. Preciso de você.
Pai, fique ao meu lado, venha
Eu te amo, ame a mim também.

Eu sei que você já não tem pai
Eu sei que teu pai há muito viajou
Eu sei que você sofre por isto
Ma sei também que você é alegre
Sim, alegre por ter um filho para dedicar
Para dedicar a você o amor
Que talvez você não tenha recebido
Do teu próprio pai.
Sei também que você louva a Deus por ser
Amado por um filho
Pois você sabe o que é amor,
Pois você também ama.
(30 de abril de 1983).



DIA A DIA
Meu emprego como balconista

Dia dezenove de dezembro
Eu comecei a trabalhar
Em um barzinho de esquina
Para o dinheiro ganhar.

Eu estava sem emprego
Mas consegui me empregar
Eu vendia confecções
Mas deixei isto pra lá.

Ganho seis mil por semana
E vinte e quatro por mês
E com quarenta e quatro dias
Eu já terei trinta e seis.

Eu trabalho de balconista
No acima citado bar
Despacho um, despacho outro
Não sai ninguém sem comprar.

Lavo copo e prato sujo
Varro a sujeira do chão
Fervo leite, coo café
Passo manteiga no pão.

Sirvo pinga, cafezinho
Tira-gosto e requeijão
Bolo, bala e ovo cozido
Arroz a quilo e feijão.

Vendo sandália, ovo, açúcar
Queijo, água sanitária, sabão
Cachaça em litro ou garrafa
Cinto, esponja e garrafão.

Pilha, veneno, óleo de soja,
Cominho, corante e sal
Leite em pó, comprimidos
Vela de cera e nescau.

Vendo caneta, linha, lâmpada,
Jurubeba e sonrisal,
Anador, bolacha, pão,
Maisena, chupeta, melhoral.

Não vou mais falar o que vendo
Porque senão meu irmão
Eu vou escrever demais
E vou cansar minha mão.

Agora vou te falar
A raiva que eu passo aqui
Quando chega vagabundos
E não mais querem sair.

Pede "uma" e pede "outra"
Enchem a cara até cair
Abusa e enche o saco
Antes mesmo de sair.

Quando pagam, ainda aguento
Mas quando não, meu irmão
Dá vontade de bater neles
E jogá-los pelo chão.

Quando bebem e logo saem
Posso até agradecer
Mas quando ficham enchendo
Dá vontade de morrer.

Fiado, não vendo nunca
Só com ordem do patrão
Que por sinal, meu amigo
É meu legítimo irmão.
(30 de dezembro de 1983).

DIA A DIA
Meus colegas

Meus colegas deste ano
Não estão com nada não
Fazem bagunça e barulho
Que louca chateação
Que abuso e que zoada
Que classe sem educação.

Quando começa uma aula
Eles querem conversar
Deixam tudo que é caso
Para na sala contar
Pra deixar a professora
Sem jeito de ensinar.

Não estudam e fazem bagunça
Mesmo assim querem passar
Só pensam em ganhar pontos
E também em bagunçar
Mas quando é hora da prova
Pescam até se cansar.

Alguns ainda estudam
Mas gostam de bagunçar
E quando começa a aula
Querem mesmo é conversar
Não querem nada com aula
Não querem mesmo estudar.

Alguns que ficam em silêncio
Na hora de bagunçar
Logo vão se acostumando
E também vão perturbar
As aulas que outros querem
Ou mesmo eu quero escutar.

Tem uma turma de abusados
Que não querem estudar
Só querem fazer bagunça
Querem mesmo é bagunçar
E mesmo assim ainda querem
No fim do ano passar.
(20 de março de 1984).


IRÔNICA
Amando

Amando fica o dia todo
Na sua barraquinha azul
Coitado, não vende nada
Nem para comprar o angu
Se continuar assim, Amando
Não sei que será de tu.

Fica a filha de Amando
Pra vender pinga e pastel
Até meio dia fica a filha
À tarde, Amando Pinel
Pra vender não sei o que
Ninguém compra, nem com mel.

Liga o rádio e ouve música
Conversa e joga no "bicho"
Mas nunca ganhou uma nada
Joga a pule dentro do lixo
Bate papo com amigos
E fica dentro do nicho.

Mas o azar deixou Amando
O seu Amando Novais
Que vende mais do que todos
Igual a ele não tem mais
Depois que largou a família
Pra morar com Satanás.

Agora ele é tão rico
Não sabe o que vai fazer
Pra guardar tanto dinheiro
No banco não vai caber
Vai jogar metade fora
Para tudo não perder.

Vai agora todo dia
Para a toca de Satã
Vai hoje fica uma semana
Ou volta pela manhã
Ninguém sabe o que ele faz
Acho que ficou tantã.

Um dia Amando morreu
E o corpo dele sumiu
Ninguém sabe pra onde foi
Ninguém sabe, ninguém viu
Acho que Satã levou
Para assar no seu covil.

Você está lascado Amando
Você vai morrer assado
Pra pagar o que comeu
Pra deixar de ser amado
Pelo povo que te viu
Antigamente lascado.
(05 de março de 1984).


ENGRAÇADA - LOUCA
Poesia sem pé nem cabeça - I

Eu tenho um gato
Que parece um rato
Que pegou o pago
Que ficou no mato
Que morde o fato
Do meu carrapato
Que não tem relato
De como este fato
Se deu lá no mato
Que é insensato
Com o aparato
De algo de fato
Sem força no ato
Que matou meu gato
No avião a jato
Seu felino tato
Feriu meu regato
Tirou meu sapato
Fiquei no retrato
Que nunca me mato
Até que sou grato
Pelo seu maltrato
Como alguém libera
Nesta nossa era
Como alguém que ama
Esta minha cama
E que não me engana
Mas que me esgana
E mata minha mana
Que foi uma tirana
Que agora é
Vistosa mulher
Que ninguém me quer
Nem mesmo a granel
Alguém não tem fé
No bicho de pé
No velho mané
No irmão José
Que diz que até
Não diz o que é
Pois quando disser
Tudo vai de ré
Não chega na Sé
Só se você quiser
Casar com Zezé
Que tinha em Nazaré
Morrendo sem mé.
(ano de 1984).


SOCIAL
Nesta casa

Nesta casa meu amigo
Não repare em nada não
Pois aqui só tem pobreza
Fome, peste e maldição
Só tem uma coisa boa
Deus no nosso coração.

Sempre e quando nós não temos
Comida pra alimentar
Vamos é dormir com fome
E assim vamos deitar
Pra sonhar com a comida
Para acabar de matar
Esta fome que não deixa
Quase ninguém levantar.

Estamos procurando emprego
Para a todos empregar
Mesmo a troco de comida
Para mais nada ganhar
Pelo menos a fome acaba
E deixa a gente levantar.

Nossa comida é escassa
Para tantas pessoas comerem
E não sei o que faremos
Nem o que vamos fazer
Para alimentar tanta gente
Que está perto de perecer.

Queremos emprego e comida
Nós queremos é trabalhar
Não podemos ficar assim
Queremos é faturar
Pra comprar o que queremos
Pra não pedir sem achar.

Se você tem um emprego
E quer a alguém empregar
Vamos muito agradecer
Por tudo que vão nos dar
Ajudando a uma família
Que não tem como pagar.
(21 de março de 1984).

ENGRAÇADA
Poesia do ABC

A é para arara
B para benzer
C para cocada
D para dendê
E para elefante
F para fazer
G para gangorra
H para escrever, a palavra masculina homem, hora e haver
I é para índio
J para jogar
K para Kubistcheck
La para lazer
M para madeira
N para nenê
O para ossada
P para porque
Q para queijo
R para roer
S para sapo
T para trazer
U para uva
V para você
W para Wilson
X para escrever, a palavra que é xadrez, que é cadeia para prender, vagabundo descarado, que não tem o que fazer.
Y para yen
Z para zabelê.
(ano de 1984).



ENGRAÇADA
Poesia sem pé nem cabeça - II

Eu acho que vou fazer
Ou preparar para comer
Um quitute com dendê
E dançar no retetê
Do João Caxinguelê
Mandingueiro Canjerê
Tio do Saci Pererê
Irmão do senhor Zé Telê
Onde eu danço sem saber
Sem ter água para beber
De sede não vou morrer
Algo há de aparecer
Para se fazer lazer
Mas só depois que correr
E antes de se bater
No tambor do fuzuê
Onde tudo vai nascer
E antes de se crescer
Vem algo para reter
Acho que não sei o que
Coisa lá do ABC
Fruta do amanhecer
Trem que eu não posso ver
Só depois de se ver, crê
Agora não sei dizer
Nem mesmo ainda sei ler
Quanto mais para escrever
Tudo vai aparecer
E se vai esclarecer
Mas só depois de viver
Para depois eu reler
Para lutar karatê
No canto do Zabelê
Na causa do sariguê
Quando você derreter
E o amor se desfazer
Quando a calça eu coser
E tu vier me trazer
Para depois remeter
Antes de eu devolver
Tudo que tem pra tecer
Tudo que há pra roer
Hoje quando anoitecer
E a noite aqui descer
Sobre tudo que morder
Eu vou morrer por você.
(ano de 1984).


AMOR
Amor
(Publicada no livro “Antologia literária: O Amor na Literatura”)

Mesmo que a lua suma
E o sol se derreter
Eu só morro neste mundo
Se você não me quiser.

Mesmo que acabe tudo
E só fique o amor
Mesmo assim eu ficarei
Pra te amar com muito ardor.

Mesmo que a água se acabe
E os rios deste mundão
Ficarei vivo assim mesmo
Pra te dar meu coração.

Mesmo que a lua escureça
Nesta terra meu amor
Ainda assim ficarei vivo
Pra te dar o meu calor.

Mesmo que o sol se esquente
Para a tudo queimar
Mesmo assim eu viverei
Somente para te amar.

Mesmo que tudo se acabe
Não me acabarei não
Porque quero viver sempre
Dentro do teu coração.

Mesmo que a hora pare
No relógio universal
Te amarei de verdade
Eu te livrarei do mal.

E se tu não me quiser
Mesmo assim te amarei
Perco a lembrança de tudo
Mas jamais te esquecerei.

Mesmo que a lua suma
E o sol se derreter
Eu só morro neste mundo
Se você não me querer.
(ano de 1984).

HOMENAGEM
Regiões brasileiras

As regiões do Brasil
São norte e nordeste
E tem também meus amigos
Sul, sudeste e centro-oeste.

A região norte é a maior
Mas somente em extensão
Em águas, rios e matas
Mas não em população.

O grande rio Amazonas
No Estado de mesmo nome
Quem mora perto do mesmo
Nunca e jamais sente fome.

Suas matas e florestas
Com seu verde colossal
Está sendo devastada
Por este homem do mal.

Compõem essa região
Acre, Amazonas, Pará,
Rondônia e os Estados
De Tocantins, Roraima e Amapá.

O nordeste sofredor
É a mais pobre região
A mais seca, a mais quente
É a terra do sertão.

Nove Estados que formam
Esta pobre região
Sergipe, Bahia, Alagoas
Pernambuco, Ceará, Maranhão

Piauí, Rio Grande do Norte
E o Estado da Paraíba
Território de Fernando de Noronha
Formam esta terra sofrida.

Nosso rio é o São Francisco
Que nos dá muita energia
Nossa baía é a de Todos os Santos
No Estado da Bahia.

Nossa população se concentra
Nas cidades litorâneas
Onde há praias bonitas
Como as belas praias baianas.

O sul menor região
Formada somente por três Estados
Rio Grande do Sul, Paraná
E Santa Catarina são os Estados.

Ao contrário do Nordeste
Onde o calor é de matar
A região sul é tão fria
Aonde chega até a nevar.

Sua economia é o vinho
Que da uva é fabricado
Mas a maior parte dele
Para fora é enviado.

A população que ali habita
É de imigrantes italianos
E também de outros países
Frios, quentes e medianos.

O sudeste é o mais rico
Em ouro e população
Desenvolvimento e progresso
E também em população.

Rios quase que não existem
De tanta poluição
Verde há muito não se vê
De tanta devastação.

Minas Gerais e São Paulo
Fazem parte da região
E também o Rio de Janeiro
E Espírito Santo, amigão.

O centro-oeste é a região
Mais rica em águas e rios
Muitos bichos no Pantanal
E também tem um bom frio.

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
Goiânia, terra natal
Da nossa grande Brasília
Do Brasil a capital.
(06 de maio de 1983).



REFLEXÃO
Triste hoje, feliz amanhã

Descasei-me a vinte anos
Mas não foi por eu querer
Minha mulher insistiu
E agora estou eu num mundo vazio
Ela agora está com outro
Mas sozinho eu não estou
Com ela não tive filhos
Mas agora sou vovô.
Depois que ela quebrou a cara
Veio correndo me procurar
Mas agora estou casado
E não quero me separar
Agora eu não desfaço
Do meu casamento feliz
Naquele tempo foi ela
Agora fui eu que não quis.
(ano de 1982).


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