sábado, 22 de agosto de 2020

Livro Todos os Poemas da página 1914 até página 2023

Antologia Todos os Poemas

Valdeck Almeida de Jesus

Parte 12

 

Versões atualizadas e outras nem tanto


 

ENGRAÇADA

 

Abrindo o meu Orkut

(Publicado em Antologia do Uruguay)

 

Eu tenho um vizinho

Que é muito assanhado

Muito enxerido, curioso e acanhado

Entrou em minha casa

E abriu o meu Orkut

Eu tanto reclamei

“não mexe no meu Orkut”

Mas ele é teimoso

O danado é tinhoso

Não tenho mais segredo

Acabou todo o meu medo

Pois tudo que escondi

O vizinho revelou

Entrou no meu Orkut

Mexeu no meu Orkut

Abriu o meu Orkut

E me esculhambou

Eu até mudei a senha

Pra entrar no meu Orkut

Mas logo me arrependi

E a senha revelei

Vem logo meu vizinho

Meu Orkut agora é seu

Vem seu danado

Pois estou apaixonado

Você foi o primeiro

A mexer no meu Orkut

Meu Orkut agora e seu...

 

 

 

 

 

 


 

AMOR

 

Amador

(Banco Capital)

 

Não aprendi a sofrer

Não aprendi a enganar

Nem a ser enganado.

 

Na dúvida atroz

Entre sofrer e fingir

Fingir que não sei/Que fui traído ou que traí

 

Prefiro não amar

Nem ser amado

Nem machucar/nem ser machucado.

 

Calçada, 08 de dezembro de 2005

Para Tico

 

 


 

AMOR

 

Amar/dor

(Banco Capital)

 

 

Sou um aprendiz

Sou um amador

Sou um aprendiz

Aprendiz do amor.

 

Desaprendi a admirar

Esqueci o que é amar

Fiquei com a dor

E no peito um ardor.

 

Não sei amar a metade

Aprendi a me dar por inteiro

Mas preciso voltar ao início

 

Tenho que fazer sacrifício

Pra ter um amor fictício

E também um amor verdadeiro.

 

 

Calçada, 08 de dezembro de 2005

Para Tico


 

AMOR

 

Eu mereço

(Banco Capital)

 

Ser amado

Ser beijado

Ser acariciado

Ser abraçado

Ser respeitado

Ser mimado

Ser procurado

Ser esperado

Ser carregado

Ser levado

Mereço tudo e muito mais.

 

Sampa, 21.12.2006 – Avenida M’Boi Mirim, às 20:30 horas

 

 

 

 


 

REFLEXÃO

 

Exagerado

(Banco Capital)

 

 

Sou extremista

Não quero metade da laranja

Nem uma mordida na maçã...

 

Quero tudo, quero mais

Não me contento com pouco

Não quero metade guerra, metade paz

 

Sou exagerado

Sou extremado

Pulo sem o cuidado, de conferir o pára-quedas.

 

 

Calçada, 08 de dezembro de 2005, para Tico

 

 

 

 

 

 

 


 

ECOLÓGICA

 

PROJETO 30 ANOS DE POESIA

Flores Voadoras

(OMNIRA) (Galinha Pulando)

 

 

Pétalas rosas, azuis e brancas,

Esvoaçando pelo céu azul

Parecem pedacinhos de papel

Que o vento traz de norte a sul.

 

Transformam tudo em cores,

Voam pelas ruas e casas

Colorem o céu e os sonhos

Lindas, alegres, batendo asas.

 

Pétalas voadoras, coloridas

Trazem alegria às novas vidas

Só não vejo pétalas pretas

 

A poluição da natureza

Tira o colorido de nossas vidas

Matam e extinguem as borboletas...

 

28 de abril de 2007, assistindo ao programa “Na Carona”

 


 

HOMENAGEM

 

 

Floripa

(Banco Capital)

 

Perfeita harmonia

Entre preservar a natureza

E explorar o turismo

Cuidar dos animais

E preservar o homem.

Exemplo a ser seguido

Por cidades hostis

Como Porto Alegre (povo)

E Salvador/Rio de Janeiro (trânsito).

 

07 de março de 2002

 

 

 

 


 

AMOR

 

Hora Única

(Banco Capital)

 

De alegria

Ou tristeza

 

Momento único

De prazer

De desprazer

 

Sou único

E única

É a minha dor

Minha solidão.

 

Salvador, 15 de fevereiro de 2003

 

 

 

 

 


 

HOMENAGEM

 

Ilha de Santa Catarina

(Banco Capital)

 

Na mesma ilha

Dunas, praias, asfalto,

Aeroporto, lagoas, surf,

Criação de gado, rodoviária,

Centro urbano, calma e paz.

 

Floripa é um encanto.

 

Árvores, casas de madeira,

Turismo ecológico.

Gente hospitaleira e educada.

Povo lindo. Pessoas lindas.

 

Quero um florianopolitano para mim.

 

Floripa, 07 de março de 2002

 


 

HOMENAGEM – AMOR

 

Jair Junior

(Banco Capital)

 

 

Eu ficaria o resto de minha vida

Sentado numa pedra, à beira mar,

Vendo as ondas lamberem a praia,

A chuva caindo

O sol se pondo e nascendo

Todos os dias, a me castigar...

Para te ver caminhar na areia, nadar,

Entrar e sair do oceano.

Ficaria a vida inteira, te admirando,

Ficaria...

 

 

22 de julho de 2006, 20:26 – Casa de Eyshilla Butterfly

 

 

 

 

 


 

AMOR

 

Meu Gigante Favorito

(Banco Capital)

 

 

Harmonia (do Samba)

Branco, em minha mente.

O que fazer não há

Para conquistar.

Até quando renunciar à vida

Esperando, esperando?

Felizes os que mentem, fingem,

Enganam...

Vou aprender a ser camaleão.

 

São Gonçalo/RJ, 16 de fevereiro de 2002

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

REFLEXÃO

 

Meu quarto... (Delicata IV) (Galinha Pulando)

 

Nasci e me criei sem ter direito a quarto.

Não tenho cama, janela, armário, relógio ou espelho...

Nada do tradicional está em meu espaço de dormir.

 

Nasci na rua, vivi sob a lua, tomando chuva ou sol forte.

Antes de tudo, dizem, "o sertanejo é um forte"... forte??

É preciso muita garra para vencer os desafios.

Minha vida anda sempre por um fio. Mas não desisto.

Sempre retorno ao lugar que poderia ser meu quarto,

Meu papelão embaixo do braço, me arrumo e me deixo sonhar.

 

Durante o sono, tenho tudo. Sou "branco", sou rei.

Tenho cama, sofá, sofá-cama, alguém me ama...

Ao meu espelho não pergunto se há alguém mais belo,

Certamente ele responderia que sim: o belo da tarde...

Sem cama, sem amor, sem direito, sem tempo...

Pra que quero relógio? Não tenho hora para acordar,

Não preciso olhar pela janela, pois o futuro não me pertence...

Só a Deus é dado o poder de possuir o amanhã...

Eu sou brasileiro, não preciso de nada...

Ensinaram-me que não posso sonhar, não posso desejar...


 

REFLEXÃO

 

 

Meu quarto

(Banco Capital)

 

Meu quarto é meu refúgio.

Da janela, se descortina o mundo

O mesmo mundo que sonho para mim

Mas me dizem que o mundo lá fora é tão ruim...

 

Aqui tenho aconchego e você: a janela

Todos os dias o mundo me visita, me vê

Apesar da altura da janela, subo num sonho

E da fresta, sinto o mundo e isso me basta

Não vejo nada aqui dentro do quarto,

Além da luz que entra pelas frestas da janela

Tudo é tão escuro... mas dizem que lá fora é pior

Tenho medo de sair, a janela é minha porta,

É minha ligação com o mundo exterior

Mas prefiro sonhar que o mundo é aqui.

Sonho que o mundo mudou para dentro do meu quarto

Não tenho idéia de como seja a vida fora daqui

Aqui tenho comida, por debaixo da porta, tenho tudo.

Mas a janela é o meu fascínio... sempre curioso, espio...

Dali vêm os sons, os silvos do vento pelas gretas

Ouço sussurros: “ele é louco”... cuidado

Falam de quem?

Queria sair pela janela, mas tenho medo...

Medo do mundo, medo da vida.

Aqui é tão confortável e aqui tenho tudo, eu posso sonhar...

E sonho que a vida é bela, não há violência...

Sonho que a janela se abre, mas tenho medo do que possa entrar

Percebo a janela ranger, se abrindo para o mundo

Aí me escondo num canto, fecho os olhos e sonho...

A janela se abre no sonho e eu flutuo... vôo pra bem longe

Através da janela...

 

 

 

 

 

 


 

REFLEXÃO

 

 

My good Lord,

I know you know everything

You know when and were

Every small and every big thing

Must happen or not.

 

And you know that I’m single

And that I need some love

Or at lest a companion.

So I ask you to help me to meet someone,

To finally meet that special one

That You’ve prepared for me.

I cannot stand long alone.

Please.

 

Your Son.

 

Itajaí/SC, March 8th 2002

 

 

 

 


 

AMOR

 

Quem ama

(Banco Capital)

 

Sente falta

Deseja

Acaricia

Abraça

Toca

Dedica-se

Beija

Liga

Importa-se

Busca

Faz tudo para agradar...

 

 

Estou acostumado com tudo isso, até mesmo com hétero.

 

Enxergar a verdade é preciso!

Nunca recebi um abraço, um toque, um carinho voluntário, um beijo demorado, um cheiro, uma demonstração de amor;

Apenas fantasiei que tudo ia bem, mas eu é quem tomava a iniciativa, SEMPRE!

Deixar de ser cego é preciso!

 

Salvador, 24.11.2006, às 23:21 horas


 

REFLEXÃO – SOCIAL

 

PROJETO 30 ANOS DE POESIA

Raízes

(OMNIRA) (Galinha Pulando)

 

Talvez eu esteja atrasado

Por comer de mão

Por gostar de pão

Por me sentir bem com a natureza

 

Talvez eu esteja atrasado

Por pedir a bênção à mamãe

Por rezar ajoelhado

Por não me sentir diminuído

Ao ser chamado de nordestino

 

Talvez eu esteja atrasado

Por ouvir música caipira

Por gostar de som sertanejo

Por gostar de minhas raízes

 

Talvez eu esteja atrasado

Por valorizar o candomblé

Por gostar de café preto

Por não gostar de rapé...

 

Mas eu sei quem sou

Sei de onde vim e para onde vou

Sou um povo sofrido, mas honesto

Cansado de guerra, mas persistente e tenho fé

 

2007

 

 

 

 

 


 

HOMENAGEM

 

(Banco Capital)

 

Restaurante Murílio I

Praia da Joaquina

Temperatura +/- 22°C

Água do mar: +/- 19°C

Um monte de surfistas

e gente tomando banho de mar

Florianópolis é realmente,

a Ilha de Todos os Sonhos

 

Floripa, 07 de março de 2002

 

 


 

SOCIAL

 

Sem Maldades

(Publicado “XI Komedi” e “O Amor na Literatura”, OMNIRA, Delicata IV)

(Galinha Pulando)

 

De simplório em simplório

Encheu-se o purgatório

De gente sem malícia.

 

O céu virou um inferno

Pois não tinha mais caderno

Onde os nomes anotar.

 

Do inferno caiu o véu

E o falatório se espalhou:

O inferno virou céu.

 

Tudo agora é igual

Quem fez bem e quem fez mal

Vai para o Congresso Nacional.

 

Covil de demônios e anjos

Não há lugar para arcanjos

Nem que se faça um “arranjo”.


 

ENGRAÇADA

 

Delírios Deliciosos

(Publicado “XI Komedi” e “O Amor na Literatura”, XVI Congresso brasileiro de poesia, + Pragmatha)

(Galinha Pulando)

 

Beijando ferida podre

Comendo banana crua

Imagino tua alma

Toda suja e toda nua.

 

Trepando numa figueira

Lascando o meu pulmão

Viro morto, morto-vivo

Remoendo meu irmão.

 

Cuspindo na tua boca

Bebendo todo o pus

Busco vida e acho morte

Busco treva e acho luz.

 

Manifesto minha ira

Através da poesia

Busco ódio e encontro amor

Acho raiva e poesia.

 

Parindo podres palavras

Vomitando fezes porcas

Fico todo nauseado

E sujo como uma porca.

 

Comendo fezes humanas

Bebendo urina e vinho

Morro, louco de vergonha

De vergonha de morrer.

 

 

 


 

AMOR

 

Um dia

(Banco Capital)

 

“Um dia a gente conversa”.

Um dia, um dia, um dia...

Até quando, querendo, amando?

Até um dia em fico te esperando...

Letras, palavras, sentenças frias

Não vai significar o que sinto:

Planos de amor, na espera que desespera...

Projetos, planejamentos,

Em busca de um certo momento

Para iniciar uma história

Uma vida, um amor.

“Um dia a gente conversa”

 

 

22 de julho de 2006, 20:30 – Casa de Eyshilla Butterfly


 

REFLEXÃO

 

Voando sobre Minas Gerais

 

Há muito tempo que não consigo chorar. Pensei que eu teria me tornado um rude, um grosso, uma pessoa dura. Somente a lembrança de minha falecida mãe podia me fazer chorar ultimamente. Mas agora sei que ainda sou humano, que ainda tenho sentimento, apesar da dureza que a vida tem me ofertado.

Ainda assim, mesmo enfrentando dureza, ainda sou sentimentos.

E a lembrança dos doces momentos que tive no Rio de Janeiro, na Ilha das Cobras, no Atlântico Sul (navio), do Rocha (bairro de São Gonçalo/RJ), no ônibus de volta ao Rio, na Rodoviária Novo Rio, no beijo jogado pela vidraça da porta traseira de um ônibus coletivo linha 127, TUDO isto que você me deu, tudo isto me fez voltar a ser, novamente, sentimento. Estou chorando com a recordação que tenho de você... Mas não tenho vergonha, nem esta dor me machuca.

Esta é uma dor, da dor da saudade, que me machuca, me dói o peito, me aperta a garganta e ao mesmo tempo me dá fôlego para continuar a viver. Você é a chama que me alimenta. Desde o ano 1993, quando te conheci: jamais me esquecerei de você.

Eu sei que eu nunca terei você em meus braços e que nunca terei teus lábios colados aos meus. Mas uma coisa eu sei, que o sonho será eterno e espero para sempre o dia em que poderemos nos amar sem pudor e sem medo. E este sonho você nunca, jamais poderá tirar de mim, pois o sonho é suficiente para me manter vivendo.

Tudo me faz lembrar você. Acabei de ver numa revista de bordo o navio Elizabeth II da Grã-Bretanha e me lembrei de ti. Você me fez amar o mar, o mesmo mar que quase levou minha vida em uma praia de Itapuã, Salvador, em 1993. Mas é este mesmo mar que me dá a certeza de que, quando piso na areia de uma praia qualquer, estou conectado a você, que se encontra num navio no meio da imensidão do oceano.

 

19 de fevereiro de 2002, voltando de São Paulo para Salvador.

 

 

 

 

Você é meu, que foi dele, que foi meu, que será de alguém...

Glenn’ house 08.03.2007

 

 

 

 

 

 

 


 

REFLEXÃO

 

O que fazer da minha vida? (corrigida)

(Banco Capital)

 

Completa mas maculada

Repleta mas atribulada

 

Corpo são, mente esgotada

Coração feliz, alma manchada

 

Querendo a paz, plena de leveza

Encontrando-a, mas com impureza

 

Amor que estimula, empurra pra frente

Calor que inunda, machuca a mente

 

Momentos de êxtase, carícias e afagos

Dias de tristeza, dormência e torpor,

Me rasgo...

 

Por que uma planta que nasce da terra

Destrói minha calma e me joga na guerra?

 

Salvador, 12 de outubro de 2003, 12:57 h

 

(a planta que brota da terra é a maconha que meus parceiros usam)


 

AMOR

 

 

 

Quando

(Banco Capital)

 

Eu não mais sentir

O movimento da brisa

Não mais distinguir

O frio do calor

Aí, sim, saberei

Que o que por ti nutri

É amor!

 

“...ir até o fim pra saber se é amor...” J. Quest

 

São José do Jacuípe/Ba, 25 de junho de 2005

 

 

 

 

 


 

AMOR

 

Atenção/Observação

(Banco Capital)

 

Não me deixe mais sair

Sem saber pra onde ir

Sem me seguir

Sem me perseguir

Pois posso me perder

Se não mais te sentir.

 

Por que você não me enfrenta?

Pois assim me afugenta

Se não fizer eu provar de tua pimenta

Que apimenta minha alma insosa...

 

São José do Jacuípe/Ba, 25 de junho de 2005

 

 

 

 

Não existe MAU ou BOM. Existem formas diferentes de leitura.

Julho/2005

 

 


 

AMOR

 

 

Procuro Meu Amor (XVI Congresso brasileiro de poesia)

 

Na rua, nas esquinas,

Na noite fria.

Busco seu rosto,

Sua alma, seu calor.

Quero sentimento,

Quero toque e amor.

Busco meu poema na madrugada,

Busco minha alma perdida,

Busco morte e acho vida

Busco você...

E não encontro nada.

 

Para Jair Júnior

03 de agosto de 2006

 

 

 

 


 

REFLEXÃO – O QUE É A POESIA

 

Banquete Poético

(OMNIRA)

(Galinha Pulando)

 

A poesia foi servida

Com café e pão.

Numa xícara havia vida

Na outra, desejo de voar.

O tempero era feito de coração

E de sonhos de um louco,

Um poeta visionário

Que tinha acabado

De nascer,

De sair da sua cápsula,

Do seu armário;

Um poeta que desistiu

De viver a farsa da vida

Para viver a farsa da poesia...

 

26 de agosto de 2006

 


 

AMOR

 

Riachinho

(Banco Capital)

 

Ninguém é mais importante

Nada vale mais que meu bem-estar

Sentimento algum vai substituir o meu amor-próprio

Presença alguma vai ser mais repleta

Projeto, plano, objetivo algum

É mais valioso que meu bem estar comigo mesmo

Amigo, parente, namorado

Ninguém é mais importante do que eu.

 

Camamu, morte de Adegílson, 07 de dezembro de 2006

 


 

REFLEXÃO

 

Arte

(Concurso Suzano)

 

A arte da desfaçatez

A arte da dissimulação

A arte do fingimento

 

Arte, artista, ator

Disfarçar

Dissimular

Fingir.

 

Realidade

Ilusão

Confundem-se

No meu coração.

 

17 de dezembro de 2006

 


 

AMOR – TRISTEZA

Metade-Metade

(Concurso FLIPOÇOS 2010)

 

Tu sais com outras

Finjo não saber

Pois sempre voltas para mim

E me ama como se eu fosse a única.

Prefiro ter você por inteiro

Pela metade, pelo meio

Que não tê-lo nada.

 

04 de janeiro de 2007, 22:19 horas

 

 

 


 

AMOR

 

Querer e Não Querer

(Banco Capital)

 

Querer, amar, desejar

Amo, quero, desejo

Queria não querer,

Queria não desejar,

Queria não amar.

 

Você me ensina

A ser pior

Do que jamais eu quis ser.

 

Em nome de que

Esse “amor” continua?

 

17 de dezembro de 2006

 

 


 

SOCIAL – PROTESTO

 

 

Cidade do Salvador

(ENVIADO PARA ANTOLOGIA SCORTECCI 2008, OMNIRA, XVI Congresso brasileiro de poesia)

(Galinha Pulando)

 

Dez ônibus assaltados por dia

Jovens negros mortos à bala

Todos pobres da periferia.

Valei-me São Salvador!

Valei-me Virgem Maria!

 

Praia suja e poluída,

Lixo, imundície e sujeira

Seja na Barra ou em Ondina,

Paripe, Itapuã ou Ribeira.

Dez ônibus assaltados por dia

Valei-me São Salvador!

Valei-me Virgem Maria!

 

 

Abril de 2007

 

 

 


 

SOCIAL

 

Homem sem pátria

 

Tiraram meu saber

Levaram meus bens

Mataram minha história

Assassinaram minha família

Mudaram minha língua

Devastaram minha geografia

Poluíram meus pulmões

Cegaram minha perspectiva

Truncaram meu destino

Cortaram meus laços e

Destruíram minhas raízes

Ensinaram-me a ser outro

Com gosto, língua, sonhos e medos...

Apagaram minha fogueira

Derrubaram minha floresta

E agora, o que me resta?

Ainda sou humano:

Não venderam minha alma ao diabo!

Ainda sonho!

 

Salvador, 17 de setembro de 2007, às 12:23 hs

 


 

REFLEXÃO

 

(d) Efeito da Droga X Deus

 

Meus lábios precisam de beijo

Meu corpo precisa de carinho

Convenço-me que isso não é normal

E vou embora sem nada...

 

2007

 


 

AMOR

 

Se tu como eu

Caísse no sono e dormisse,

E da cama não mais saísse

E no sonho dós dois se encontrasse

E por lá nós namorasse

E com preguiça de acordar

Nós decidisse não mais levantar-se

A gente ia se casar

Ter filho e na cama morar

E se nossa família descobrisse

E nossa falta sentisse

No quarto nos procurasse

E na cama nos encontrasse

Nos balançasse e acordasse

“Talvez nós dois durmisse”

Talvez nós levantasse

Talvez nós dois sumisse

Talvez nós lá ficasse.

 

Inspirado em

Cordel do Fogo Encantado

24 de junho 2007

 

 


 

SOCIAL

 

Globalização

(Publicado na revista Art’Poesia, OMNIRA e Bruno Resende. Del Secchi, ABRACI, enviado para Accademia internazionale Il Convivio)

(Galinha Pulando)

(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)

 

Na seleção natural

Ficam de fora

Por questão social:

Gordo, albino,

Magro, baixinho,

Careca, dentuço,

Banguela, mulher,

Pobre, nordestino,

Negro, gay,

Pessoas especiais,

Aleijado, cego,

Surdo, mudo,

Ou surdo-mudo...

 

Em conversas paralelas

O dólar sobe,

Cai o índice Dow Jones,

Royalties são pagos,

IPC, IGPM,

Siglas brancas,

Superiores...

Vistos são negados,

Povos massacrados,

Mortes justificadas:

São traficantes,

São favelados,

São uns pobres

Degredados,

Sobreviventes

De navios negreiros,

Morte aos diferentes!!

Morte aos

DESGRAÇADOS!

 

21 de outubro de 2007

 

 

 


 

REFLEXÃO

 

 

O amor é como uma gangora

Um dia eu digo “te amo”

Outro dia eu grito “vá pra porra”

 

23.10.2007

 

REFLEXÃO

 

Camaleão

(Banco Capital)

 

Critico aos mentirosos

Finjo que sou diferente

No fundo sou igual

Ou pior que essa gente.

14.10.2007

 

 


 

POESIAS DE VALMIR ALMEIDA DE JESUS

 

 

Meu amor

 

Célia

Você me fez descobrir

O que é o amor

Através do amor descobri

Os seus encantos

E seus encantos

Me fazem ser o que sou

Só vivo para ti e por ti

Que é meu verdadeiro amor.

 

 

 

Criança

(Antologia do Amor)

 

Presentes? Pra que presentes?

Por que lembrar do futuro

Com simples lembranças

Que vão se quebrar?

Nossas crianças precisam

De amor, carinho

E muita compreensão.

Não apenas o dia 12

É dia de comemoração.

 

 

Mãe

(Antologia do Amor)

 

Só lembramos dela

Nas horas de precisão

Só lembramos dela

Quando aperta o coração.

Mãe é coisa divina

Que sempre precisa

Ser amada e guardada

Dentro do coração.

Mãe te amo e te amarei

Com eterna paixão.

 

 

 

Desavergonhado de amar

 

Sempre te amei

Mas um amor que nunca declamei

Um amor com vergonha de desabrochar

Agora vou te dizer

Que nunca mais

Nunca mais terei vergonha

De te amar.

 

 

 

Mano pai

 

Ele se foi

Há longos anos atrás

Deixando nosso peito aberto

E saudades

Que o tempo

Nunca apagará

Mas para que esta imagem

De pai nunca se apagasse

Ele deixou o mano Val

Pra ficar no seu lugar...

 

Vida

Opções

Escolhas

Consequências.

 

21.12.2007

 

Você é o que quiser ser.

Só não pode ser o impossível.

E o impossível é não querer ser.

16.12.2007


 

AMOR – DECEPÇÃO

Desistindo de amar

(Galinha Pulando)

 

Quero um namorado

Sem compromisso e sem respeito

Um namoro em que os pares

Façam sexo pelos ares

Traindo e sendo traídos

Mentindo e acreditando

Um namorado promíscuo

Mentiroso e dissimulado

Que me traia todo dia

E desfie uma “Ave Maria”

Para ser abençoado

Quero a infidelidade

Quero a hipocrisia

E como tema do amor

A mentira todo dia

Quero a verdade humana

O amor que me engana

Que me deixa com saudade

Um amor dissimulado

Mas que eu saiba a verdade:

Não tenho um amor puro

Apenas uma falsidade.

22 de janeiro de 2008


 

06 de janeiro de 2008: sonhei com minha mãe. Ela estava na casa de Dora, minha cunhada. Chorava por causa de “Maria” que estava nas últimas.

 

 

 

 


 

SOCIAL

 

A fome que me comia

(Enviada para coletânea “Poetas del Mundo”, OMNIRA, XVI Congresso de Poesia, ABRACI) (Galinha Pulando)

 

A fome me visitava

Todos os dias...

Eu me recusava a abrir a porta

Com medo que ela se instalasse

Pra sempre em minha casa...

Não adiantava;

Ela insistia e vencia,

Sempre!

Entrava e ficava, e permanecia...

E me comeu.

 

 

 


 

REFLEXÃO

 

5 Judeus:

Moisés – Lei

Jesus – Amor

Ghandy – Paz

Marx – Dinheiro

Einstein – Relativo

 

 

 

PENSAMENTO

 

O sonho é o último limite da vida. Após ele, existe o vazio...

Valdeck Almeida de Jesus

16/06/2008

 

 


 

REFLEXÃO

 

O tempo

(Banco Capital)

 

O tempo passa
E fica.
Exterior
Interior
Internacional
Nacional
Regional
Local
Vizinho: EU

Não sou filho de ninguém
Não tenho descendência
Sou filho de mim mesmo
Sou o tempo

O tempo passa
PASSA
PASSA
E fica

E eu não acompanho
Sou filho do tempo

Mas o tempo não tem pai
É dono de si
E de mim

27 de junho de 2008

Véspera dos 40 anos de Stonewall
23 horas, Salvador/Ba


 

PENSAMENTO

 

Somos todos

Humanamente

Ridículos;

Falíveis;

Vulneráveis;

E achamos que não;

E fingimos que não...  (Enviado para Agenda Virarte)

 

Angra dos Reis, 05 de julho de 2008 – Quiosque da Praça dos Canhões

 

 

 


 

AMOR – TRISTEZA

 

Você não me pertence

(Banco Capital)

 

Não é nada meu

Não conheço você

Nunca foi meu

Não devo fantasiar

Não devo sonhar

Não devo querer

O que simplesmente

É inalcançável

Inatingível

Irreal!!!

 

Angra dos Reis, 06 de julho de 2008, 01:23 hs

 


 

ECOLÓGICO

 

Evolução

(Enviei para “Dar voz à poesia”) – Agenda Virarte 2010

 

 

Cadeira nasce árvore bruta

É cortada, arrastada,

Aplainada, montada

E vendida como jóia...

 

Diamante nasce pedra,

Que depois é lapidada...

Torna-se jóia também...

 

Mas nem tudo tem a mesma sorte...

Angra dos Reis/RJ, 07 de julho de 2008

 

PENSAMENTO

 

At this cold weather, I would hold you, if I could to...

São Caetano (Salvador), 13 de julho de 2008, 01:00hs, para Gold

 

 

 

 


 

PENSAMENTO

 

Amor e poesia estão fora de moda, mas ainda há poetas que sonham com um mundo mais humano. SER não rima com TER, é o que demonstram os poemas deste livro. Ainda há tempo de ser feliz! Leia poesia!

Salvador, 16 de julho de 2008

 

AMOR

 

Para Silver Chair, minha ‘banda’ preferida  (Revista ArtPoesia)

(Enviado para Agenda 2010 – Litteris e Virarte)

 

Eu sou o que sou e não sou

Lusco – fusco – Exu – um vento

Um sopro – um ogro – um nada

Sou uma bruxa e um saci

Invisível – incompreensível

 

Encantado

 

Sou um sonho: você!

 

24 de julho de 2008, 22 horas


 

REFLEXÃO

 

Reflexo (Revista ArtPoesia) (Galinha Pulando)

 

Estou na jaula

Estou na tela

Observe: estou na janela

Vejo e sou visto

Não pelo que sou

Mas pelo que pareço

Estou no mundo

Estou na rede

Bebo e como

Tenho sede

Sou objeto

Abjeto, no entanto

Sou uma coisa

Que não ousa

Refletir.

 

12.09.2008

 

 

 


 

PENSAMENTO

 

I’ve already loved deeply

Nowadays, I’m willing to fall in love agin

If it worth a while

 

So, I just wait for the right one,

To start dealing with

Aruba’s Beach, Sep 7th 2008

 

 

 


 

HOMENAGEM

 

Sertanejo

(Antologia Cidade – Abílio Pacheco)

(Galinha Pulando)

(Antologia Vozes de Aço)

 

Nasce sem destino, sem futuro

No horizonte, a miséria, a seca:

O rio corre, evapora!

No sertão não tem governo,

Não tem gente que mereça.

 

Estrada, hospital,

Deixa pra lá

Medicina, só a popular:

O sertanejo é forte

Não precisa de suporte

Ele paga imposto, mas não exige

CONTRAPARTIDA

O tempo passa e nada muda

O sertanejo, no entanto, continua forte (?), e morre.

 

10.09.2008

 

 


 

SOCIAL – PROTESTO – DENÚNCIA

 

O que é que a Bahia tem?

(Para concurso da Literris)

(Galinha Pulando)

 

Assalto a ônibus todo dia

Jovens negros morrendo

À bala ou pela fome

Todos pobres da periferia.

 

Praia suja e poluída

Lixo, imundície e sujeira

Seja na Barra ou em Ondina

Paripe, Itapuã ou Ribeira.

 

Desigualdade social

De raça, cor e gênero

E também a sexual.

 

Dez ônibus assaltados por dia

Valei-me São Salvador!

Valei-me Virgem Maria!

 

 

 


 

SOCIAL – POLÍTICA

 

Bahia: reflexo do Brasil

(Para coletânea KOMEDI 2009)

(Galinha Pulando)

 

Estou na jaula

Tenho consciência

Tenho medo da rua

E da violência.

 

Aqui passo fome

Mas não denuncio

Sou forte, sou pedra

Preservo o meu nome.

 

Sou muito bonita

Sou rica e formosa

Mas vivo aflita

 

Com medo da fome

Que mata meus filhos

E corrói meu nome.

 

 

 

 


 

SOCIAL – PROTESTO

 

Queremos ser, não queremos ter

(Banco Capital)

 

De nada adianta esbravejar,

reclamar, se não colocamos

a mão na massa e fazemos nosso pão...

A fome é muita,

fome de conhecimento,

fome de emprego,

fome de cultura,

fome de tênis Nike,

fome de capa de revista...

Vamos levantar,

vamos nos rebelar,

vamos mudar o rumo desse mundo...

A nossa fome é outra...

Fome de justiça,

de divisão da renda brasileira...

de menos hipocrisia e mais atitude!

Salvador, 13 de outubro de 2008

 

 

 

“Deus, por favor, aparece no Orkut ou no Youtube”

 

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