Antologia
Todos os Poemas
Valdeck
Almeida de Jesus
Parte
12
Versões
atualizadas e outras nem tanto
ENGRAÇADA
Abrindo o meu Orkut
(Publicado em Antologia do Uruguay)
Eu tenho um vizinho
Que é muito assanhado
Muito enxerido, curioso e acanhado
Entrou em minha casa
E abriu o meu Orkut
Eu tanto reclamei
“não mexe no meu Orkut”
Mas ele é teimoso
O danado é tinhoso
Não tenho mais segredo
Acabou todo o meu medo
Pois tudo que escondi
O vizinho revelou
Entrou no meu Orkut
Mexeu no meu Orkut
Abriu o meu Orkut
E me esculhambou
Eu até mudei a senha
Pra entrar no meu Orkut
Mas logo me arrependi
E a senha revelei
Vem logo meu vizinho
Meu Orkut agora é seu
Vem seu danado
Pois estou apaixonado
Você foi o primeiro
A mexer no meu Orkut
Meu Orkut agora e seu...
AMOR
Amador
(Banco Capital)
Não aprendi a sofrer
Não aprendi a enganar
Nem a ser enganado.
Na dúvida atroz
Entre sofrer e fingir
Fingir que não sei/Que fui traído ou que traí
Prefiro não amar
Nem ser amado
Nem machucar/nem ser machucado.
Calçada, 08 de dezembro de 2005
Para Tico
AMOR
Amar/dor
(Banco Capital)
Sou um aprendiz
Sou um amador
Sou um aprendiz
Aprendiz do amor.
Desaprendi a admirar
Esqueci o que é amar
Fiquei com a dor
E no peito um ardor.
Não sei amar a metade
Aprendi a me dar por inteiro
Mas preciso voltar ao início
Tenho que fazer sacrifício
Pra ter um amor fictício
E também um amor verdadeiro.
Calçada, 08 de dezembro de 2005
Para Tico
AMOR
Eu mereço
(Banco Capital)
Ser amado
Ser beijado
Ser acariciado
Ser abraçado
Ser respeitado
Ser mimado
Ser procurado
Ser esperado
Ser carregado
Ser levado
Mereço tudo e muito mais.
Sampa, 21.12.2006 – Avenida M’Boi Mirim, às 20:30 horas
REFLEXÃO
Exagerado
(Banco Capital)
Sou extremista
Não quero metade da laranja
Nem uma mordida na maçã...
Quero tudo, quero mais
Não me contento com pouco
Não quero metade guerra, metade paz
Sou exagerado
Sou extremado
Pulo sem o cuidado, de conferir o pára-quedas.
Calçada, 08 de dezembro de 2005, para Tico
ECOLÓGICA
PROJETO 30 ANOS DE POESIA
Flores Voadoras
(OMNIRA) (Galinha Pulando)
Pétalas rosas, azuis e brancas,
Esvoaçando pelo céu azul
Parecem pedacinhos de papel
Que o vento traz de norte a sul.
Transformam tudo em cores,
Voam pelas ruas e casas
Colorem o céu e os sonhos
Lindas, alegres, batendo asas.
Pétalas voadoras, coloridas
Trazem alegria às novas vidas
Só não vejo pétalas pretas
A poluição da natureza
Tira o colorido de nossas vidas
Matam e extinguem as borboletas...
28 de abril de 2007, assistindo ao programa “Na Carona”
HOMENAGEM
Floripa
(Banco Capital)
Perfeita harmonia
Entre preservar a natureza
E explorar o turismo
Cuidar dos animais
E preservar o homem.
Exemplo a ser seguido
Por cidades hostis
Como Porto Alegre (povo)
E Salvador/Rio de Janeiro (trânsito).
07 de março de 2002
AMOR
Hora Única
(Banco Capital)
De alegria
Ou tristeza
Momento único
De prazer
De desprazer
Sou único
E única
É a minha dor
Minha solidão.
Salvador, 15 de fevereiro de 2003
HOMENAGEM
Ilha de Santa Catarina
(Banco Capital)
Na mesma ilha
Dunas, praias, asfalto,
Aeroporto, lagoas, surf,
Criação de gado, rodoviária,
Centro urbano, calma e paz.
Floripa é um encanto.
Árvores, casas de madeira,
Turismo ecológico.
Gente hospitaleira e educada.
Povo lindo. Pessoas lindas.
Quero um florianopolitano para mim.
Floripa, 07 de março de 2002
HOMENAGEM – AMOR
Jair Junior
(Banco Capital)
Eu ficaria o resto de minha vida
Sentado numa pedra, à beira mar,
Vendo as ondas lamberem a praia,
A chuva caindo
O sol se pondo e nascendo
Todos os dias, a me castigar...
Para te ver caminhar na areia, nadar,
Entrar e sair do oceano.
Ficaria a vida inteira, te admirando,
Ficaria...
22 de julho de 2006, 20:26 – Casa de Eyshilla Butterfly
AMOR
Meu Gigante Favorito
(Banco Capital)
Harmonia (do Samba)
Branco, em minha mente.
O que fazer não há
Para conquistar.
Até quando renunciar à vida
Esperando, esperando?
Felizes os que mentem, fingem,
Enganam...
Vou aprender a ser camaleão.
São Gonçalo/RJ, 16 de fevereiro de 2002
REFLEXÃO
Meu quarto... (Delicata IV) (Galinha Pulando)
Nasci e me criei sem ter direito a quarto.
Não tenho cama, janela, armário, relógio ou espelho...
Nada do tradicional está em meu espaço de dormir.
Nasci na rua, vivi sob a lua, tomando chuva ou sol forte.
Antes de tudo, dizem, "o sertanejo é um forte"... forte??
É preciso muita garra para vencer os desafios.
Minha vida anda sempre por um fio. Mas não desisto.
Sempre retorno ao lugar que poderia ser meu quarto,
Meu papelão embaixo do braço, me arrumo e me deixo sonhar.
Durante o sono, tenho tudo. Sou "branco", sou rei.
Tenho cama, sofá, sofá-cama, alguém me ama...
Ao meu espelho não pergunto se há alguém mais belo,
Certamente ele responderia que sim: o belo da tarde...
Sem cama, sem amor, sem direito, sem tempo...
Pra que quero relógio? Não tenho hora para acordar,
Não preciso olhar pela janela, pois o futuro não me pertence...
Só a Deus é dado o poder de possuir o amanhã...
Eu sou brasileiro, não preciso de nada...
Ensinaram-me que não posso sonhar, não posso desejar...
REFLEXÃO
Meu quarto
(Banco Capital)
Meu quarto é meu refúgio.
Da janela, se descortina o mundo
O mesmo mundo que sonho para mim
Mas me dizem que o mundo lá fora é tão ruim...
Aqui tenho aconchego e você: a janela
Todos os dias o mundo me visita, me vê
Apesar da altura da janela, subo num sonho
E da fresta, sinto o mundo e isso me basta
Não vejo nada aqui dentro do quarto,
Além da luz que entra pelas frestas da janela
Tudo é tão escuro... mas dizem que lá fora é pior
Tenho medo de sair, a janela é minha porta,
É minha ligação com o mundo exterior
Mas prefiro sonhar que o mundo é aqui.
Sonho que o mundo mudou para dentro do meu quarto
Não tenho idéia de como seja a vida fora daqui
Aqui tenho comida, por debaixo da porta, tenho tudo.
Mas a janela é o meu fascínio... sempre curioso, espio...
Dali vêm os sons, os silvos do vento pelas gretas
Ouço sussurros: “ele é louco”... cuidado
Falam de quem?
Queria sair pela janela, mas tenho medo...
Medo do mundo, medo da vida.
Aqui é tão confortável e aqui tenho tudo, eu posso sonhar...
E sonho que a vida é bela, não há violência...
Sonho que a janela se abre, mas tenho medo do que possa entrar
Percebo a janela ranger, se abrindo para o mundo
Aí me escondo num canto, fecho os olhos e sonho...
A janela se abre no sonho e eu flutuo... vôo pra bem longe
Através da janela...
REFLEXÃO
My good Lord,
I know you know everything
You know when and were
Every small and every big thing
Must happen or not.
And you know that I’m single
And that I need some love
Or at lest a companion.
So I ask you to help me to meet someone,
To finally meet that special one
That You’ve prepared for me.
I cannot stand long alone.
Please.
Your Son.
Itajaí/SC, March 8th 2002
AMOR
Quem ama
(Banco Capital)
Sente falta
Deseja
Acaricia
Abraça
Toca
Dedica-se
Beija
Liga
Importa-se
Busca
Faz tudo para agradar...
Estou acostumado com tudo isso, até mesmo com hétero.
Enxergar a verdade é preciso!
Nunca recebi um abraço, um toque, um carinho voluntário, um beijo
demorado, um cheiro, uma demonstração de amor;
Apenas fantasiei que tudo ia bem, mas eu é quem tomava a iniciativa,
SEMPRE!
Deixar de ser cego é preciso!
Salvador, 24.11.2006, às 23:21 horas
REFLEXÃO – SOCIAL
PROJETO 30 ANOS DE POESIA
Raízes
(OMNIRA) (Galinha Pulando)
Talvez eu esteja atrasado
Por comer de mão
Por gostar de pão
Por me sentir bem com a natureza
Talvez eu esteja atrasado
Por pedir a bênção à mamãe
Por rezar ajoelhado
Por não me sentir diminuído
Ao ser chamado de nordestino
Talvez eu esteja atrasado
Por ouvir música caipira
Por gostar de som sertanejo
Por gostar de minhas raízes
Talvez eu esteja atrasado
Por valorizar o candomblé
Por gostar de café preto
Por não gostar de rapé...
Mas eu sei quem sou
Sei de onde vim e para onde vou
Sou um povo sofrido, mas honesto
Cansado de guerra, mas persistente e tenho fé
2007
HOMENAGEM
(Banco Capital)
Restaurante Murílio I
Praia da Joaquina
Temperatura +/- 22°C
Água do mar: +/- 19°C
Um monte de surfistas
e gente tomando banho de mar
Florianópolis é realmente,
a Ilha de Todos os Sonhos
Floripa, 07 de março de 2002
SOCIAL
Sem Maldades
(Publicado “XI Komedi” e “O Amor na Literatura”, OMNIRA, Delicata IV)
(Galinha Pulando)
De simplório em simplório
Encheu-se o purgatório
De gente sem malícia.
O céu virou um inferno
Pois não tinha mais caderno
Onde os nomes anotar.
Do inferno caiu o véu
E o falatório se espalhou:
O inferno virou céu.
Tudo agora é igual
Quem fez bem e quem fez mal
Vai para o Congresso Nacional.
Covil de demônios e anjos
Não há lugar para arcanjos
Nem que se faça um “arranjo”.
ENGRAÇADA
Delírios Deliciosos
(Publicado “XI Komedi” e “O Amor na Literatura”, XVI Congresso
brasileiro de poesia, + Pragmatha)
(Galinha Pulando)
Beijando ferida podre
Comendo banana crua
Imagino tua alma
Toda suja e toda nua.
Trepando numa figueira
Lascando o meu pulmão
Viro morto, morto-vivo
Remoendo meu irmão.
Cuspindo na tua boca
Bebendo todo o pus
Busco vida e acho morte
Busco treva e acho luz.
Manifesto minha ira
Através da poesia
Busco ódio e encontro amor
Acho raiva e poesia.
Parindo podres palavras
Vomitando fezes porcas
Fico todo nauseado
E sujo como uma porca.
Comendo fezes humanas
Bebendo urina e vinho
Morro, louco de vergonha
De vergonha de morrer.
AMOR
Um dia
(Banco Capital)
“Um dia a gente conversa”.
Um dia, um dia, um dia...
Até quando, querendo, amando?
Até um dia em fico te esperando...
Letras, palavras, sentenças frias
Não vai significar o que sinto:
Planos de amor, na espera que desespera...
Projetos, planejamentos,
Em busca de um certo momento
Para iniciar uma história
Uma vida, um amor.
“Um dia a gente conversa”
22 de julho de 2006, 20:30 – Casa de Eyshilla Butterfly
REFLEXÃO
Voando sobre Minas Gerais
Há muito tempo que não consigo chorar. Pensei que eu teria me tornado um
rude, um grosso, uma pessoa dura. Somente a lembrança de minha falecida mãe
podia me fazer chorar ultimamente. Mas agora sei que ainda sou humano, que
ainda tenho sentimento, apesar da dureza que a vida tem me ofertado.
Ainda assim, mesmo enfrentando dureza, ainda sou sentimentos.
E a lembrança dos doces momentos que tive no Rio de Janeiro, na Ilha das
Cobras, no Atlântico Sul (navio), do Rocha (bairro de São Gonçalo/RJ), no
ônibus de volta ao Rio, na Rodoviária Novo Rio, no beijo jogado pela vidraça da
porta traseira de um ônibus coletivo linha 127, TUDO isto que você me deu, tudo
isto me fez voltar a ser, novamente, sentimento. Estou chorando com a
recordação que tenho de você... Mas não tenho vergonha, nem esta dor me
machuca.
Esta é uma dor, da dor da saudade, que me machuca, me dói o peito, me
aperta a garganta e ao mesmo tempo me dá fôlego para continuar a viver. Você é
a chama que me alimenta. Desde o ano 1993, quando te conheci: jamais me
esquecerei de você.
Eu sei que eu nunca terei você em meus braços e que nunca terei teus
lábios colados aos meus. Mas uma coisa eu sei, que o sonho será eterno e espero
para sempre o dia em que poderemos nos amar sem pudor e sem medo. E este sonho
você nunca, jamais poderá tirar de mim, pois o sonho é suficiente para me manter
vivendo.
Tudo me faz lembrar você. Acabei de ver numa revista de bordo o navio
Elizabeth II da Grã-Bretanha e me lembrei de ti. Você me fez amar o mar, o
mesmo mar que quase levou minha vida em uma praia de Itapuã, Salvador, em 1993.
Mas é este mesmo mar que me dá a certeza de que, quando piso na areia de uma
praia qualquer, estou conectado a você, que se encontra num navio no meio da
imensidão do oceano.
19 de fevereiro de 2002, voltando de São Paulo para Salvador.
Você é meu, que foi dele, que foi meu, que será de alguém...
Glenn’ house 08.03.2007
REFLEXÃO
O que fazer
da minha vida? (corrigida)
(Banco Capital)
Completa mas maculada
Repleta mas atribulada
Corpo são, mente esgotada
Coração feliz, alma manchada
Querendo a paz, plena de leveza
Encontrando-a, mas com impureza
Amor que estimula, empurra pra frente
Calor que inunda, machuca a mente
Momentos de êxtase, carícias e afagos
Dias de tristeza, dormência e torpor,
Me rasgo...
Por que uma planta que nasce da terra
Destrói minha calma e me joga na guerra?
Salvador, 12 de outubro de 2003, 12:57 h
(a planta que brota da terra é a maconha que meus parceiros usam)
AMOR
Quando
(Banco Capital)
Eu não mais sentir
O movimento da brisa
Não mais distinguir
O frio do calor
Aí, sim, saberei
Que o que por ti nutri
É amor!
“...ir até o fim pra saber se é amor...” J. Quest
São José do Jacuípe/Ba, 25 de junho de 2005
AMOR
Atenção/Observação
(Banco Capital)
Não me deixe mais sair
Sem saber pra onde ir
Sem me seguir
Sem me perseguir
Pois posso me perder
Se não mais te sentir.
Por que você não me enfrenta?
Pois assim me afugenta
Se não fizer eu provar de tua pimenta
Que apimenta minha alma insosa...
São José do Jacuípe/Ba, 25 de junho de 2005
Não existe MAU ou BOM. Existem formas diferentes de leitura.
Julho/2005
AMOR
Procuro Meu Amor (XVI Congresso brasileiro de poesia)
Na rua, nas esquinas,
Na noite fria.
Busco seu rosto,
Sua alma, seu calor.
Quero sentimento,
Quero toque e amor.
Busco meu poema na madrugada,
Busco minha alma perdida,
Busco morte e acho vida
Busco você...
E não encontro nada.
Para Jair Júnior
03 de agosto de 2006
REFLEXÃO – O QUE É A POESIA
Banquete Poético
(OMNIRA)
(Galinha Pulando)
A poesia foi servida
Com café e pão.
Numa xícara havia vida
Na outra, desejo de voar.
O tempero era feito de coração
E de sonhos de um louco,
Um poeta visionário
Que tinha acabado
De nascer,
De sair da sua cápsula,
Do seu armário;
Um poeta que desistiu
De viver a farsa da vida
Para viver a farsa da poesia...
26 de agosto de 2006
AMOR
Riachinho
(Banco Capital)
Ninguém é mais importante
Nada vale mais que meu bem-estar
Sentimento algum vai substituir o meu amor-próprio
Presença alguma vai ser mais repleta
Projeto, plano, objetivo algum
É mais valioso que meu bem estar comigo mesmo
Amigo, parente, namorado
Ninguém é mais importante do que eu.
Camamu, morte de Adegílson, 07 de dezembro de 2006
REFLEXÃO
Arte
(Concurso Suzano)
A arte da desfaçatez
A arte da dissimulação
A arte do fingimento
Arte, artista, ator
Disfarçar
Dissimular
Fingir.
Realidade
Ilusão
Confundem-se
No meu coração.
17 de dezembro de 2006
AMOR – TRISTEZA
Metade-Metade
(Concurso FLIPOÇOS 2010)
Tu sais com outras
Finjo não saber
Pois sempre voltas para mim
E me ama como se eu fosse a única.
Prefiro ter você por inteiro
Pela metade, pelo meio
Que não tê-lo nada.
04 de janeiro de 2007, 22:19 horas
AMOR
Querer e Não Querer
(Banco Capital)
Querer, amar, desejar
Amo, quero, desejo
Queria não querer,
Queria não desejar,
Queria não amar.
Você me ensina
A ser pior
Do que jamais eu quis ser.
Em nome de que
Esse “amor” continua?
17 de dezembro de 2006
SOCIAL – PROTESTO
Cidade do Salvador
(ENVIADO PARA ANTOLOGIA SCORTECCI 2008, OMNIRA, XVI Congresso brasileiro
de poesia)
(Galinha Pulando)
Dez ônibus assaltados por dia
Jovens negros mortos à bala
Todos pobres da periferia.
Valei-me São Salvador!
Valei-me Virgem Maria!
Praia suja e poluída,
Lixo, imundície e sujeira
Seja na Barra ou em Ondina,
Paripe, Itapuã ou Ribeira.
Dez ônibus assaltados por dia
Valei-me São Salvador!
Valei-me Virgem Maria!
Abril de 2007
SOCIAL
Homem sem pátria
Tiraram meu saber
Levaram meus bens
Mataram minha história
Assassinaram minha família
Mudaram minha língua
Devastaram minha geografia
Poluíram meus pulmões
Cegaram minha perspectiva
Truncaram meu destino
Cortaram meus laços e
Destruíram minhas raízes
Ensinaram-me a ser outro
Com gosto, língua, sonhos e medos...
Apagaram minha fogueira
Derrubaram minha floresta
E agora, o que me resta?
Ainda sou humano:
Não venderam minha alma ao diabo!
Ainda sonho!
Salvador, 17 de setembro de 2007, às 12:23 hs
REFLEXÃO
(d) Efeito da Droga X Deus
Meus lábios precisam de beijo
Meu corpo precisa de carinho
Convenço-me que isso não é normal
E vou embora sem nada...
2007
AMOR
Se tu como eu
Caísse no sono e dormisse,
E da cama não mais saísse
E no sonho dós dois se encontrasse
E por lá nós namorasse
E com preguiça de acordar
Nós decidisse não mais levantar-se
A gente ia se casar
Ter filho e na cama morar
E se nossa família descobrisse
E nossa falta sentisse
No quarto nos procurasse
E na cama nos encontrasse
Nos balançasse e acordasse
“Talvez nós dois durmisse”
Talvez nós levantasse
Talvez nós dois sumisse
Talvez nós lá ficasse.
Inspirado em
Cordel do Fogo Encantado
24 de junho 2007
SOCIAL
Globalização
(Publicado na revista Art’Poesia, OMNIRA e Bruno Resende. Del Secchi,
ABRACI, enviado para Accademia internazionale Il Convivio)
(Galinha Pulando)
(Antologia quatro poetas Brasil, Portugal e África)
Na seleção natural
Ficam de fora
Por questão social:
Gordo, albino,
Magro, baixinho,
Careca, dentuço,
Banguela, mulher,
Pobre, nordestino,
Negro, gay,
Pessoas especiais,
Aleijado, cego,
Surdo, mudo,
Ou surdo-mudo...
Em conversas paralelas
O dólar sobe,
Cai o índice Dow Jones,
Royalties são pagos,
IPC, IGPM,
Siglas brancas,
Superiores...
Vistos são negados,
Povos massacrados,
Mortes justificadas:
São traficantes,
São favelados,
São uns pobres
Degredados,
Sobreviventes
De navios negreiros,
Morte aos diferentes!!
Morte aos
DESGRAÇADOS!
21 de outubro de 2007
REFLEXÃO
O amor é como uma gangora
Um dia eu digo “te amo”
Outro dia eu grito “vá pra porra”
23.10.2007
REFLEXÃO
Camaleão
(Banco Capital)
Critico aos mentirosos
Finjo que sou diferente
No fundo sou igual
Ou pior que essa gente.
14.10.2007
POESIAS DE VALMIR ALMEIDA DE JESUS
Meu amor
Célia
Você me fez descobrir
O que é o amor
Através do amor descobri
Os seus encantos
E seus encantos
Me fazem ser o que sou
Só vivo para ti e por ti
Que é meu verdadeiro amor.
Criança
(Antologia do Amor)
Presentes? Pra que presentes?
Por que lembrar do futuro
Com simples lembranças
Que vão se quebrar?
Nossas crianças precisam
De amor, carinho
E muita compreensão.
Não apenas o dia 12
É dia de comemoração.
Mãe
(Antologia do Amor)
Só lembramos dela
Nas horas de precisão
Só lembramos dela
Quando aperta o coração.
Mãe é coisa divina
Que sempre precisa
Ser amada e guardada
Dentro do coração.
Mãe te amo e te amarei
Com eterna paixão.
Desavergonhado de amar
Sempre te amei
Mas um amor que nunca declamei
Um amor com vergonha de desabrochar
Agora vou te dizer
Que nunca mais
Nunca mais terei vergonha
De te amar.
Mano pai
Ele se foi
Há longos anos atrás
Deixando nosso peito aberto
E saudades
Que o tempo
Nunca apagará
Mas para que esta imagem
De pai nunca se apagasse
Ele deixou o mano Val
Pra ficar no seu lugar...
Vida
Opções
Escolhas
Consequências.
21.12.2007
Você é o que quiser ser.
Só não pode ser o impossível.
E o impossível é não querer ser.
16.12.2007
AMOR – DECEPÇÃO
Desistindo de amar
(Galinha Pulando)
Quero um namorado
Sem compromisso e sem respeito
Um namoro em que os pares
Façam sexo pelos ares
Traindo e sendo traídos
Mentindo e acreditando
Um namorado promíscuo
Mentiroso e dissimulado
Que me traia todo dia
E desfie uma “Ave Maria”
Para ser abençoado
Quero a infidelidade
Quero a hipocrisia
E como tema do amor
A mentira todo dia
Quero a verdade humana
O amor que me engana
Que me deixa com saudade
Um amor dissimulado
Mas que eu saiba a verdade:
Não tenho um amor puro
Apenas uma falsidade.
22 de janeiro de 2008
06 de janeiro de 2008: sonhei com minha mãe. Ela estava na casa de Dora,
minha cunhada. Chorava por causa de “Maria” que estava nas últimas.
SOCIAL
A fome que me comia
(Enviada para coletânea “Poetas del Mundo”, OMNIRA, XVI Congresso de
Poesia, ABRACI) (Galinha Pulando)
A fome me visitava
Todos os dias...
Eu me recusava a abrir a porta
Com medo que ela se instalasse
Pra sempre em minha casa...
Não adiantava;
Ela insistia e vencia,
Sempre!
Entrava e ficava, e permanecia...
E me comeu.
REFLEXÃO
5 Judeus:
Moisés – Lei
Jesus – Amor
Ghandy – Paz
Marx – Dinheiro
Einstein – Relativo
PENSAMENTO
O sonho é o último limite da vida. Após ele, existe o vazio...
Valdeck Almeida de Jesus
16/06/2008
REFLEXÃO
O tempo
(Banco Capital)
O tempo passa
E fica.
Exterior
Interior
Internacional
Nacional
Regional
Local
Vizinho: EU
Não sou filho de ninguém
Não tenho descendência
Sou filho de mim mesmo
Sou o tempo
O tempo passa
PASSA
PASSA
E fica
E eu não acompanho
Sou filho do tempo
Mas o tempo não tem pai
É dono de si
E de mim
27 de junho de 2008
Véspera dos 40 anos de Stonewall
23 horas, Salvador/Ba
PENSAMENTO
Somos todos
Humanamente
Ridículos;
Falíveis;
Vulneráveis;
E achamos que não;
E fingimos que não... (Enviado para Agenda Virarte)
Angra dos Reis, 05 de julho de 2008 – Quiosque da Praça dos Canhões
AMOR – TRISTEZA
Você não me pertence
(Banco Capital)
Não é nada meu
Não conheço você
Nunca foi meu
Não devo fantasiar
Não devo sonhar
Não devo querer
O que simplesmente
É inalcançável
Inatingível
Irreal!!!
Angra dos Reis, 06 de julho de 2008, 01:23 hs
ECOLÓGICO
Evolução
(Enviei para “Dar voz à poesia”) – Agenda Virarte 2010
Cadeira nasce árvore bruta
É cortada, arrastada,
Aplainada, montada
E vendida como jóia...
Diamante nasce pedra,
Que depois é lapidada...
Torna-se jóia também...
Mas nem tudo tem a mesma sorte...
Angra dos Reis/RJ, 07 de julho de 2008
PENSAMENTO
At this cold weather, I would hold you, if I could to...
São Caetano (Salvador), 13 de julho de 2008, 01:00hs, para Gold
PENSAMENTO
Amor e poesia estão fora de moda, mas ainda há poetas que sonham com um
mundo mais humano. SER não rima com TER, é o que demonstram os poemas deste
livro. Ainda há tempo de ser feliz! Leia poesia!
Salvador, 16 de julho de 2008
AMOR
Para Silver Chair, minha ‘banda’ preferida (Revista
ArtPoesia)
(Enviado para Agenda 2010 – Litteris e Virarte)
Eu sou o que sou e não sou
Lusco – fusco – Exu – um vento
Um sopro – um ogro – um nada
Sou uma bruxa e um saci
Invisível – incompreensível
Encantado
Sou um sonho: você!
24 de julho de 2008, 22 horas
REFLEXÃO
Reflexo (Revista ArtPoesia) (Galinha Pulando)
Estou na jaula
Estou na tela
Observe: estou na janela
Vejo e sou visto
Não pelo que sou
Mas pelo que pareço
Estou no mundo
Estou na rede
Bebo e como
Tenho sede
Sou objeto
Abjeto, no entanto
Sou uma coisa
Que não ousa
Refletir.
12.09.2008
PENSAMENTO
I’ve already loved deeply
Nowadays, I’m willing to fall in love agin
If it worth a while
So, I just wait for the right one,
To start dealing with
Aruba’s Beach, Sep 7th 2008
HOMENAGEM
Sertanejo
(Antologia Cidade – Abílio Pacheco)
(Galinha Pulando)
(Antologia Vozes de Aço)
Nasce sem destino, sem futuro
No horizonte, a miséria, a seca:
O rio corre, evapora!
No sertão não tem governo,
Não tem gente que mereça.
Estrada, hospital,
Deixa pra lá
Medicina, só a popular:
O sertanejo é forte
Não precisa de suporte
Ele paga imposto, mas não exige
CONTRAPARTIDA
O tempo passa e nada muda
O sertanejo, no entanto, continua forte (?), e morre.
10.09.2008
SOCIAL – PROTESTO – DENÚNCIA
O que é que a Bahia tem?
(Para concurso da Literris)
(Galinha Pulando)
Assalto a ônibus todo dia
Jovens negros morrendo
À bala ou pela fome
Todos pobres da periferia.
Praia suja e poluída
Lixo, imundície e sujeira
Seja na Barra ou em Ondina
Paripe, Itapuã ou Ribeira.
Desigualdade social
De raça, cor e gênero
E também a sexual.
Dez ônibus assaltados por dia
Valei-me São Salvador!
Valei-me Virgem Maria!
SOCIAL – POLÍTICA
Bahia: reflexo do Brasil
(Para coletânea KOMEDI 2009)
(Galinha Pulando)
Estou na jaula
Tenho consciência
Tenho medo da rua
E da violência.
Aqui passo fome
Mas não denuncio
Sou forte, sou pedra
Preservo o meu nome.
Sou muito bonita
Sou rica e formosa
Mas vivo aflita
Com medo da fome
Que mata meus filhos
E corrói meu nome.
SOCIAL – PROTESTO
Queremos ser, não queremos ter
(Banco Capital)
De nada adianta esbravejar,
reclamar, se não colocamos
a mão na massa e fazemos nosso pão...
A fome é muita,
fome de conhecimento,
fome de emprego,
fome de cultura,
fome de tênis Nike,
fome de capa de revista...
Vamos levantar,
vamos nos rebelar,
vamos mudar o rumo desse mundo...
A nossa fome é outra...
Fome de justiça,
de divisão da renda brasileira...
de menos hipocrisia e mais atitude!
Salvador, 13 de outubro de 2008
“Deus, por favor, aparece no Orkut ou no Youtube”
Nenhum comentário:
Postar um comentário