AMOR
Abandonado
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Andando pela rua
Achei um corpo vivo
Uma verdade nua
No mundo adormecido.
Tinha ele olhos grandes,
Mãos que pediam ajuda,
O ventre esvaziado
E uma face desnuda.
Dei-lhe um copo d’água
E ele recusou com jeito
Parecia querer respeito.
Pediu-me que o beijasse
E que as formas de amor
Eu nunca discriminasse.
(06 de agosto de 1989).
REFLEXÃO
Finalidade do sexo
O sexo do sexo
É sexo nenhum
E o nexo do sexo
É nexo algum.
Para que sexo
Pra reproduzir
Uma raça sem sexo
Total desconexo?
Pratique o sexo
Você e seu sexo
Por puro prazer.
(06 de agosto de 1989).
SOCIAL
Deus
X Deus
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
(Livro cinco
línguas)
Andando pela vida
Procurando explicação
Para tanto sofrimento
Encontrei uma razão.
Vi um homem faminto
E outro muito farto
Um crescendo em vida
Outro morrendo calado.
Um deles sofria muito
Fazendo o outro sorrir,
Brincar e se divertir.
O enigma é muito simples
Aquilo era um mero conflito
De Deus com Deus no infinito.
(10 de agosto de 1989).
IRÔNICA
Liberte um detento
(corrigido – concurso) (Galinha Pulando)
(Livro cinco
línguas)
Consuma cigarros
Destrua tua vida
Com faca e seringa
Com cuspe e pigarro
Chupando o pus
Lambendo tua língua
Com fezes e merdas
De gente e de bicho
Humano e selvagem
Que fere e que mata
Que corta e que fura
Que atira na mira
Tirando da vida
Aquele que sofre
Que sofre e não acha
Quem lhe alforrie a alma
Ou liberte o coração
Do corpo, sua prisão.
(06 de agosto de 1989).
SOCIAL
O
homem morreu
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
(Livro cinco
línguas)
Na lata de lixo
Achei televisão
Achei processador
Liquidificador.
Jogados no monturo
Achei um lava-louças
Achei um lava-roupas
E um computador.
Um carro conversível
Um AP de cobertura
E um refrigerador.
Mas acho que não vi
Um povo vivo e são
Nesta poluição.
(06 de agosto de 1989).
SOCIAL
Cadê
você?
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
(Livro cinco
línguas)
Pulmão cortado
Coração partido
Fígado putrefato
Abdômen encolhido.
Cabeça imprestável
Intestino inchado
Pernas quebradas
Braços mutilados.
Olhos perdidos
Língua retalhada
Ouvidos entupidos.
Quando procurei
Um trabalhador
Foi tudo o que achei.
(06 de agosto de 1989).
SOCIAL
Saída
fechada
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
À beira do abismo
Chamo-te e imploro
Que me empurre logo
Para o fundo do poço
Da morte e da vida
Que me toma tudo
Que me tira tudo
E me deixa nu
Vestido com a alma
Que a vida me deu
Arrancando-me pele
Raspando o facão
Em meu corpo desnudo
Cortado a machado
Cortado o tesão
Que ainda restava
E que era você,
A fértil semente
Da vida que é vida
Da vida que é amor.
(06 de agosto de 1989).
REFLEXÃO
Saudades
de você
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Minha geração
De infeliz dita
A cada ano
Perde um artista.
John Lennon se foi
Clara Nunes também
E o querido Drummond
Quando é que eles vêm?
Luiz Gonzaga calou-se
Lauro Corona partiu
Iara Amaral mar levou
Mas cada um deixou
Uma lição imortal
Vale a pena, afinal.
(06 de agosto de 1989).
IRÔNICA
Conselho
de amigo
(corrigido concurso) (Galinha Pulando)
(Livro cinco
línguas)
Beba álcool e gasolina
Fume droga: cocaína
Faça sopa de heroína
E de LSD.
Beba água poluída
Arranque suas feridas
Jogue lixo pelas ruas
Deixe as mulheres nuas.
Queime as matas brasileiras
Polua os ares e os rios
Extermine a fauna e a flora
Destrua o vasto mundo agora.
Só não vá se esquecer
De que tudo o que existe
Seja belo ou seja triste
É uma parte de você.
E em cada mata queimada
Cada buraco na estrada
Vai ficando sua vida
Pouco a pouco destruída.
(08 de agosto de 1989).
SOCIAL
Querido
politiqueiro
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Nesta cara descarada
Que você me apresenta
Vejo muita falsidade
E também muita maldade
Contra a mim e aos que são meus.
Você só fala mentiras
Só anda com vagabundos
Só vive com marginais
O que é bom você desfaz
Seu pilantra, porco, imundo.
Você me pede um voto
Promete-me nova vida
Um trabalho e uma casa
E um prato de comida
Pra depois da eleição.
Então meu voto lhe dou
E a minha confiança
Depois morre a esperança
Fico num canto esquecido
Sem sonho, sem ilusão
Até a próxima eleição.
(08 de agosto de 1989).
SOCIAL
Trilha
do Nordestino
(homenagem a
Genival Lacerda)
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
O nordestino sofre
O nordestino chora
Passa necessidade
Não se aguenta e vai embora
Vai para São Paulo
Ou se muda para o Rio
Vai cantar na praça
Vai vender bacio
Pra ganhar a vida
Que tanto lhe humilha
Que lhe pisa e cospe
A querer mostrar
Que o nosso irmão
De sangue e raça
É só um paspalhão.
Mas tudo é inútil
Pra lhe derrubar
Ele vinga e cresce
Aprende a falar
A falar a língua
Do povo de lá.
Vira cantor famoso
Vira ídolo gostoso
Vira capa de jornal
Tem a foto na Playboy
É aclamado herói
Ganha um grande palco
E calorosos aplausos,
Humilham-se diante dele
Pedindo-lhe autógrafo, atenção
E um aperto de mão...
(23 de junho de 1989).
REFLEXÃO
Empolgação
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Na ânsia de achar meu par
Faço coisas inacreditáveis
Que me põem em constrangimento
Comigo e com minha consciência.
Pratico coisas impensáveis
Transformo-me em tudo
Ridículo, me iludo
Retiro o escudo
No qual me escondo
E me exponho ao mundo
Dos olhares imundos
Aos pensamentos profundos
Que tentam me pôr
No poço e no fundo
Da degradação
Sem pé e sem mão
Pra sobreviver.
Mas venço a maldade
Prometo piedade
A quem me feriu,
E mordo a maçã
Crescendo por dentro
Com Deus e Satã.
(25 de junho de 1989).
MULHERES
Minha vida
(Maria
Meire dos Santos)
Meu
viver não tem sentido
Meu
viver não tem razão
Meu
viver não tem sentido
Sem
ter o teu coração.
Vivo
triste neste mundo
Sem
querer me alegrar
Sem
querer mudar em nada
Por
não ter você pra amar.
Sofro
muito por você
Sem
poder viver/amar
Só
pensando em ter você.
Querendo
te apaixonar
Vivo
louco sem lhe ter
Vivendo
só pra lhe amar.
(25
de junho de 1987).
MULHERES
Nostalgia
(Maria
Meire dos Santos)
Quando
só ou acompanhado
De
mim ou de outro alguém
Digo
que esqueci Maria
E
ao seu filho também.
Mas
logo após penso nela
E
então me entristeço
Pois
a amo ardentemente
E
também nunca a esqueço.
Sofro
mais quando a vejo
Com
meus olhos nus e crus
E
não posso lhe dar beijo.
Então
o mundo se acaba
Pois
ao vê-la fico mudo
E
pedido da amada.
(25
de junho de 1987).
HOMO
Tran(Se)xual
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Teus pelos peludos
Pelados, tesudos
Deixam-me excitado
Ao tocar meus lábios
Carnudos, desnudos
Devassos...
Tua pele peluda
Tesuda, macia
Gostosa, me excita
Me irrita, fascina
Ensina-me que a vida
É feia e bonita
Que tudo não passa
De uma grande asneira
Mas que esta asneira
É tudo o que temos
Para aqui desfrutar
E a vida só vale
Quando temos um pêlo
Uma pele e um vício
Pra amar e amar...
(24 de junho de 1989).
REFLEXÃO
Sentido da vida
(corrigido – concurso) (Galinha)
Todos
vivemos
Só
por viver
Ou
há motivo
Sem
se saber?
Se
há não sei
Não
sei se há
Pra
que viver
Sem
te amar?
O
amor é tudo
É
o sentido
Do
nosso estudo?
Ou
não é nada?
Pra
que viver
Sem
você, amada?
(23
de junho de 1987).
REFLEXÃO
Combinação
Um
homem conheceu uma mulher
Aproximou-se
dela e gostou
Teve
com a mesma um romance
E
dela jamais se afastou.
Ficou
ao seu lado por toda sua vida
Casou-se
e gerou muitos filhos
Viveu
com ela até o final
E
não lhe traiu e nem saiu dos trilhos.
Chegou
à idade e o homem morreu
A
sua mulher ficou a chorar
A
morte do homem que consigo viveu.
Mas
ficou grávida do marido amado
E
teve um garoto igual ao amado
Um
garoto igual ao homem querido.
(05
de julho de 1987).
REFLEXÃO
Compreensão
Eu
fico com frio
Para
lhe esquentar
Eu
fico acordado
Pra
lhe acalentar.
Eu
fico com sede
Para
você beber
Eu
fico sofrendo
Para
você não sofrer.
Eu
vivo morrendo
Para
você viver
Eu
morro vivendo
Pra
você não morrer
Eu
trabalho tanto
Pra
você não cansar
E
me canso tanto
Pra
te descansar.
Mas
o bom de tudo
É
que isto eu faço
Só
de coração
Pra
te por no laço.
Vivo
pra te amar
Amo-te
pra viver
Pois
se eu parar
Eu
quero morrer.
Dou-te
muito isto
Mas
não é forçado
Eu
te amo tanto
Pois
de ti me agrado.
Você
também me dá
Tudo
o que lhe dou
Você
me dá a vida
E
eu lhe dou amor.
(05
de julho de 1987).
MULHERES
Maria Meire dos Santos
Hoje
recebi uma surpresa
Que
nunca esperava receber
Tudo
o que recebi
Hoje
à tarde, meu amor, foi você.
Meu
coração disparou em meu peito
Quando
mãe a notícia me deu
Quase
caí de emoção, meu amor
Quando
ela a notícia me deu.
Ao
te ver, fiquei louco de amor
Quis
de dar o meu ser de presente
A
te ver à minha vista, amor.
De
alegria eu quase morri
Ao
te ver e ao teu filho também
Eu
morri, mas por ti revivi.
(09
de agosto de 1987).
REFLEXÃO
Sonda Voyager
(corrigido – concurso) (Galinha Pulando)
(Livro cinco
línguas)
Estamos sozinhos no universo?
Você responderá que não.
Certamente encontrou provas
De outra civilização.
O homem então se alegra
Encontrou um planeta irmão
Já não está só no universo
Divide as constelações.
Mas na Terra, contradição!
O irmão se fecha em grades
Com medo desse outro irmão.
Isola-se em sua mansão
Temendo sequestro e assalto
Temendo o amigo e irmão.
(25 de agosto de 1989).
REFLEXÃO
Verdade
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
(Livro cinco
línguas)
Ainda não encontrei
Alguém que me respondesse
Onde encontrar a verdade
Que fugiu deste planeta.
Nós vivemos neste mundo
Numa falsidade imensa
Hipocrisia reinante
Verdade só na aparência.
Fingimos felicidade
Fingimos justiça e paz
E somos a própria guerra.
Defendemos a natureza
Depois queimamos florestas
Pra transformá-las em riquezas.
(26 de agosto de 1989).
REFLEXÃO
Balanço
da emoção
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
O embalo da vida me pegou
E eu entrei sem querer fugir
Será que é melhor ficar
Ou será melhor sair?
Enlevo-me, embalo-me
Entro fundo na emoção
Mas será que isto não será
Ruim pro meu coração?
Nem paro nem sigo
Fico a titubear
Andando comigo.
Não quero parar
Mesmo que eu morra
Sem te amar.
(03 de agosto de 1987).
REFLEXÃO
O
Amor III
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
É uma grande armadilha
De paz e felicidade
Que chega pra todo mundo
Vem sem escolher idade.
Pega a muitos de surpresa
E lhes aplica emoção
Fazendo com que vivamos
A seguir o coração.
Sofremos quando não temos
Um amor pra nos amar
Ou quando amores perdemos.
Na vida espero encontrar
O meu milagre de amor
Viver é amar com ardor.
(22 de julho de 1987).
REFLEXÃO
Amigo
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Você é o pai que não tive
O ombro do meu descanso
O bem maior que possuo
Neste mundo desumano
É a você que procuro
No choro e na alegria
É com você que divido
Os momentos de agonia
É você que está ao lado
Quando choro de tristeza
É com você que divido
Todo prazer e beleza
Devo a vida a você
Que me livrou do abismo
Que tudo parece saber
O que faço e o que não faço
E no imaginário abraço
Sinto teu peito pulsar
Sinto teu sangue correr
Em minhas veias arder
E agradeço aqui estar
Agradeço por você
Que me ajudou a viver
E morreu em meu lugar.
(25 de agosto de 1989).
PROTESTO
Ecologia
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Cadê meu rio sereno
Cadê meu pássaro a voar
Cadê meu ar respirável
Cadê aquele belo mar?
Quem roubou minha floresta
Quem matou os animais
Quem destruiu as montanhas
Quem devastou nossa paz?
Quem matou nossos índios
Quem inventou a Funai
Quem assoreou nossos rios?
Por que Chico Mendes mataram
Por que com meu povo acabaram
Por que meu país lotearam?
(26 de agosto de 1989).
SOCIAL
Nossa
vida
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Nossos atos são vigiados
Pelo olhar da consciência
Que nos aponta o caminho
Da bondade e da inocência.
Mas a nossa rebeldia
Nos desvia dos destinos
E então nos enredamos
A praticar desatinos.
Mas o castigo severíssimo
Nos aguarda no futuro
Do julgamento final.
Pagaremos por atos, palavras
Pagaremos um preço duro
De um sofrimento real.
(25 de agosto de 1989).
SOCIAL
Solução
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
A solução do Brasil
Não está em eleição
Está no amadurecimento
E na boa educação.
Não é com gente eleita
Direta ou indiretamente
Que conscientizaremos
Este povo, esta gente.
Só depois de muita luta
E com o passar dos séculos
Venceremos a labuta.
Daí então sairemos fortes
Física e espiritualmente
Pra mudar conscientemente.
(25 de agosto de 1989).
SOCIAL
Anti-cultura
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
(Livro cinco
línguas)
A 'cultura' do meu povo
É a cultura de vender:
Livros, jornais e revistas
E programas de tevê.
Não se publica cultura
Pois o retorno é pequeno
Só se publica o que vende
E o que se vende é veneno.
O educativo é relegado
Sempre ao segundo plano
Educar é contra-indicado.
Só interessa aos donos
Do destino da nação
Publicar alienação.
(25 de agosto de 1989).
SOCIAL
A
poesia
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
(Livro cinco
línguas)
Num canto qualquer esquecida
A poesia brasileira
Sonha um dia ser vendida
E exposta nas prateleiras.
Poeta neste país
Pensa e escreve pra si
E guarda numa gaveta
Palavras por imprimir.
Não vão ler o que ele escreve
Para o consumo não servem
Seus versos tão solitários.
Só se publica best
seller
De gringo lá do estrangeiro
E nada do Zé Brasileiro.
(25 de agosto de 1989).
REFLEXÃO
Despreparado
para viver
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Desesperado eu saí
Fugindo de mim mesmo
Querendo me destruir
E atirando esmo.
Alucinado com tudo
Louco por liberdade
Tento fugir de mim
Pra não encarar a verdade.
Mas me sinto impotente
Para encontrar a saída
E fugir dessa gente.
Então volto ao ninho
Para amargar o real
De ser homem sem carinho.
(11 de setembro de 1989).
REFLEXÃO - DESENCANTO
Hospedagem
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Sinto que minha estadia
No Planeta Água-Terra
Encaminha-se para o fim
Partirei daqui em breve.
Se puder eu voltarei
Pra viver aqui de novo
Mas não sei o meu destino
Depois da missão cumprida.
Talvez fique prisioneiro
Do planeta fascinante
Que acaba de nascer.
O planeta Água-Terra
Imaturo e infantil
Que acaba de nascer.
(26 de agosto de 1989).
REFLEXÃO - DESENCANTO
Despedida
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Adeus, meu querido país
Até breve, minha cidade
Até logo, meu estado
Até a volta, meus amigos.
Tchau, queridos amigos
Até um dia, sofá
Até breve, vida breve
Adeus, amores meus.
Quiçá um dia virei
Conviver aqui de novo
Ou talvez não volte mais.
Meu destino pelo mundo
Chama-me à nova missão
Pelo infinito universo.
(26 de agosto de 1989).
HOMENAGEM
Dia
de luto – (Tributo a
Raul Seixas)
(corrigido
– concurso) (Galinha Pulando)
Ontem o Brasil enlutou-se
E a Bahia comoveu-se
Partiu desta terra uma estrela
Que pra sempre emudeceu.
Calou-se a voz estridente
De protesto irreverente
Contra a nossa sociedade
Injusta e sem piedade.
Foi-se o “Louco Maravilha”,
O lúcido “Maluco Beleza”
Chora a sociedade alternativa.
Mas sua luta continua
Na alegria e na tristeza
Nas “ave-marias das ruas”.
(22 de agosto de 1989).
HOMENAGEM
Cazuza
(corrigido – concurso)
És
o Rei dos sub-sub
O
protetor dos oprimidos
Lutador
incansável
A
favor dos desvalidos.
Teu
grito sonoro que irrita
Os
ouvidos da podre elite
É
bálsamo da "minoria"
Que
o preconceito oprime.
No
seio do anseio popular
Está
teu lugar sagrado
Onde
reinas consagrado.
Político
do povo a lutar
Poeta
de livres canções
Cazuza,
voz de uma geração.
(22
de agosto de 1989).
HOMENAGEM
Mineiro
(corrigido – concurso)
Aquele
povo querido
Muito
matreiro e sagaz
Tem
muita sabedoria
E
inteligência demais.
Foi
de lá que vi sair
Muito
homem inteligente
Jogador
de futebol
Escritor
e presidente.
O
coração do país
Bate
forte por ali
Bate
com fé e raiz.
Ao
grande povo mineiro
Toda
a admiração
Deste
irmão brasileiro.
(22
de agosto de 1989).
HOMENAGEM
Baiano
(corrigido – concurso)
Povo
humilde, afetuoso
Que
preza a hospitalidade
Aberto
a tudo e a todos
Amor
é sua identidade.
Quente
dos pés à cabeça
Luta
por tudo o que é bom
Renova
essa vida avessa
Dando
a ela um novo tom.
Gente
de força e coragem
Carinho
e luta na bagagem
Beleza
e musicalidade.
Gente
feita de esperança
Ingênua
como criança
Que
vive em intensidade.
(22
de agosto de 1989).
PROTESTO
POLÍTICO
PARTIDÁRIO
Fernando Collor de Melo
Falo
aqui o que ocorre
Em
meu querido país
Roubo,
furto e ladroagem
Ninguém
vai para a cadeia
A
não ser o povo pobre
Ninguém
vai para o xadrez
Descarados
e corruptos
Ou
políticos prostitutos.
Como
acabar com tudo isto
Ou
mandar para a cadeia
Ladrões
do dinheiro público
Loroteiros
sem-vergonha?
Ora
temos um político
Retirando
tudo isto.
Devagar
ele consegue
Elaborar
o seu plano.
Marajá
não tem mais vez
E
corrupto se esconde
Liberdade
só pra honesto
Ou
homem que tem vergonha.
O
Fernando já está solto.
Cuidado
ladrões descarados
Aí
vem o caçador
Caçando
aos sem-vergonha
Agora
chegou a vez do povo de
Destruir
estes cartéis
Onde
tudo é permitido
Retiraremos
o entulho.
Destruiremos
o QG
E
ergueremos o muro da paz.
Marajás
serão extintos
Apesar
de resistirem
Reagiremos
com o voto
Ao
nosso Fernando Collor
Já
é nosso Presidente
A
vontade de um povo.
(22
de agosto de 1989).
HOMENAGEM
PROJETO
30 ANOS DE POESIA
Rei do Baião
(corrigido – concurso - Pragmatha)
O
porta-voz dos nordestinos
Sempre
cumpriu seu papel
De
divulgar nossa arte
E
preparar nosso céu.
Levou
o Norte ao mundo
Debulhou
nosso torrão
Espelhando
ao infinito
Toda
a nossa solidão.
Pôs
em notas musicais
Cada
seca e cada peste
Aliviando
nossos "ais".
Plantou
por onde passou
Um
pezinho de esperança
E
um sorriso de criança.
(22
de agosto de 1989).
SOCIAL
Menina feia
(corrigido – concurso)
Menina
feia que me olha
Escondida
atrás do olhar
Eu
quero ver tua cara
Deixa-me
te admirar.
Quero
ver o teu pensar
Desvendar-te
o interior
Teu
espírito acariciar
Aquecer
o teu calor.
Beijar
teus lábios rosados
Abraçar
teu corpo trêmulo
Amar-te
em cada pedaço.
Descobrir
tua oculta beleza
Inebriar-me
em tua presença
Ser
contigo uma só certeza.
(22
de agosto de 1989).
SOCIAL
Ociosidade
(corrigido – concurso)
Nada
mais cansativo
Que
ficar sem trabalhar
Acordando
e dormindo
Sem
nada a realizar.
É
o pior dos castigos
É
uma péssima prisão
Que
impede o crescimento
Do
espírito e da emoção.
O
ócio aniquila o homem
Transforma-o
em peça vil
Toda
a moral lhe consome.
Encaminha-o
ao inferno
Da
degradação,
Desmoralização.
(22
de agosto de 1989).
SOCIAL
A televisão
(corrigido – concurso)
Um
ótimo instrumento
Para
adquirir cultura
Mas
que também te aliena
Deixa-te
sem estrutura.
Diante
dela, incauto viajas
Volta
ao mundo em segundos
Alienando
tua cultura
Nestas
voltas pelo mundo.
Melhor
é usar a TV
Só
para aprimorar
O
processo do saber.
Um
bom livro, um bom jornal
Se
bem degustado ao ler
Tem
mais sabor que TV.
(22
de agosto de 1989).
REFLEXÃO
Agradecimento
Ao meu querido protetor
Fico muito agradecido
Por ter me auxiliado
Em mais um dia sofrido.
Imagino que sou puro
Mas em verdade não sou
Por isto me desespero
Na hora do meu sofrer.
Mas recebo um acalento
Que me ajuda na hora
Do meu grande sofrimento.
Então recebo energias
Pra na vida prosseguir
E crescer espiritualmente.
(25 de agosto de 1989).
REFLEXÃO
Planos
Sonho em ser um ator
Em ser de muito talento
Em ser um grande escritor
E luto com muito alento.
Talvez a minha batalha
Não seja o suficiente
Mas sei que posso chegar
Ao ponto que Deus permitir.
Meu caminho trilho contente
Na certeza de o fazer bem
Não prejudicando a ninguém.
Chegar ou não ao pódio
É o que menos interessa
O importante é viver minha vida.
(25 de agosto de 1989).
Reunidas no livro “Armadilha: Poemas Di-Versos”
Dedico este livro a
Maria Meire dos Santos, minha eterna paixão que jamais esquecerei que
um dia foi minha e, por causa de minha experiência, partiu para quem sabe nunca
mais...
Anderson dos Santos Souza, filho de Maria Meire dos Santos, de 01 ano
de idade, que tanto encantou e cativou e gostei e amei e perdi também...
À minha mãe Paula Almeida de Jesus, que tanto fez por mim e que tanto
me amou e ama...
Nota:
(corrigida – concurso)
Registro, muito a
contragosto, as palavras "guerra" e "ódio" neste livro,
dedicado ao amor sincero. Aqui grita o meu protesto contra a inescrupulosa
guerra entre as grandes (pre)potências,
que se arvoram como donas absolutas da verdade e preferem ignorar que destroem
o mundo - sua flora, sua fauna, sua gente. Protesto contra a arrogância e a
prepotência destes países ricos, que se locupletam à custa da fome e da miséria
das nações emergentes.
(21 de junho de 1987).
POLÍTICO-SOCIAL
E.E.U.U. X
U.R.S.S.
(corrigida – concurso)
Duas
(pre)POTÊNCIAS
Que
a tudo ignoram
Lutam
sem dó para dominar
O
planeta onde todos moram
Não
percebem o que fazem
Aos
homens de hoje e de outrora.
Recorrem
a testes nucleares
E
a outras tantas atrocidades
Cometem
contra a vida humana
As
piores barbaridades
E
fingem não perceber
O
preço de suas maldades.
A
meta é manipular
A
opinião geral
Fingindo
que estão em luta
Em
nome de um valor moral
Declaram
procurar a paz
A
grande paz mundial.
Ostentam
ícones colossais
Como
a Estátua da Liberdade
Mas
se esquecem de construir
A
da Responsabilidade
A
quem pretendem enganar
Com
esta falsa liberdade?
(21
de junho de 1987).
SOCIAL
Refazendo
(corrigido – concurso)
Vi
uma mulher varrendo
Varrendo
a sujeira do chão
E
o vento que atrapalhava
Seu
empenho e devoção.
Enfim,
ao parar do vento,
Conseguiu
seu trabalho fazer
E
usando de todo o talento
Fê-lo
com esmero e prazer.
Mas
um carro em velocidade
Destruiu
a grande obra-prima,
Tudo
espalhou sem piedade.
Então
voltou ela a varrer
O
chão que já havia varrido
E
que o carro sujou pra valer.
(09
de junho de 1987).
SOCIAL
AMAmentação
(corrigido – concurso)
O
pequeno ser suga o seio firme
Tira
da mãe força pra sobreviver
E
assim se funde àquela que
Por
nove meses abrigou seu viver.
E
o elo não se quebra entre ambos
E
o tempo avança na doce união
De
mãe e filho, vida em perfeição
A
verter amor do seio em profusão.
E
na vida adulta o ciclo se repete
Um
novo seio e um novo bebê
A
sugar o leite que lhe faz viver.
E
a vida continua na sublime união
Da
mulher sentada com o seu bebê
Dando-lhe
o seio, que é coração.
(08
de junho de 1987).
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